Posts de Elaine Márcia (205)

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Saudade

Dizem que saudade é ruim

Que faz o peito doer, irrita. ..

Saudade não é o amor que vai

Saudade é o amor que fica...

E é por isso que em meu peito

A saudade bate, palpita

Me lembrando que o amor

Por você só multiplica.

 Elaine Márcia.

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A casa no final da rua

Rua 13 de maio, n.º 627.

Era caminho para a escola.

Estava há três meses naquela cidade pequena do interior.
Aquela casa o intrigava...

Era uma casa normal... dava para ver que estava vazia a um bom tempo... nunca vira movimentação alguma quando passava por lá.

A casa era construída em madeira, tinha uma varanda pequena na frente, a tinta estava desbotada, as vidraças das janelas estavam quebradas e sujas. O mato estava bem crescido no quintal. Era possível notar que um jardim floresceu ali... havia uma árvore no quintal e um balanço quebrado pendurado em um de seus galhos.
 Ela era cercada com uma cerca baixa de balaústras... o portão estava preso apenas por uma corda..
Aquela casa velha ficava no final da rua, onde havia uma curva. Era a última casa da rua... depois dela, só havia mata... uma área verde de preservação ambiental. Depois da curva, a alguns metros à frente, ficava a escola.
Sempre quando ele passava em frente àquela casa, ela lhe chamava a atenção.

Naquele dia, ficou conversando com uns amigos depois da aula e quando viu, já estava escurecendo. Se despediu dos rapazes e seguiu seu caminho... a noite estava escura, não haviam estrelas no céu... um raio estralou iluminando a noite, seguido pelo estrondo do trovão. Ele se assustou um pouco... o tempo estava para chuva... o vento soprava levantando poeira e folhas secas... apertou o passo... não queria pegar chuva! Mas, a chuva começou a cair, independente de sua vontade... ele correu. Estava chegando na curva... a chuva cada vez mais forte... relâmpagos rasgavam o céu, acompanhados pelo ronco assustador dos trovoes. Sem pensar, ele retira a corda daquele portão velho, corre... sobe depressa os dois degraus e chega ofegante na varanda.
Sua respiração está acelerada... se encosta na parede. Olha para o céu... Trovoes, relâmpagos, vento... a porta batendo com a força do vento... a chuva forte molha a varanda. Ele olha para a porta... entra... tudo escuro! O assoalho da casa range a cada passo que dava. Ele abre a mochila e tateia à procura da pequena lanterna... ao acende-la, percorre o local com curiosidade... estava no que um dia fora uma sala... estaria vazia, não fosse uma cadeira de balanço velha que estava em um dos cantos... o vento entrava pelos buracos da vidraça e balançava a cadeira que ringia.

Seu coração batia forte, mas, a curiosidade era enorme! Se dirigiu ao outro cômodo... era a cozinha... havia uma pia perto da janela... um fogão à lenha que visivelmente não via fogo a muito tempo... uma mesa e duas cadeiras... continuou seu tour pela casa... entrou no quarto... só havia um colchão sujo jogado no chão e cortinas rasgadas na janela... um relâmpago forte iluminou todo o quarto... a lanterna apagou. Pensou ter visto um vulto no canto encolhido... era uma criança? Bateu na lanterna para ver se ela voltava a funcionar e nada! Bateu de novo... e de novo... “Ei! Quem é você?” Silencio. “Tem alguém ai?” ... nada! Bateu de novo na lanterna e ela voltou a funcionar. Vasculhou o quarto à procura do vulto e nada... a chuva estava forte lá fora.

O suor escorria pelo seu rosto.... estava nervoso... caminhou até a pia pensando em jogar um pouco de água no rosto.... abriu a torneira.... nem uma gota de água.
Estava cansado, assustado... precisava descansar um pouco!
Foi ao quarto, olhou o colchão velho e sujo jogado no chão, pensou... pensou e, vencido pelo cansaço, se deitou e dormiu.
Acordou meio confuso sem saber direito onde estava. A chuva havia parado. Era madrugada e achou melhor esperar o dia amanhecer para voltar para casa... pensou em sua mãe, ela deveria estar preocupada.

Ouviu um barulho... prestou mais atenção... parecia água... é isso! Era água saindo da torneira! Ele deve ter deixado a torneira aberta... acendeu a lanterna e se dirigiu à cozinha as tábuas do assoalho ringiam com seu caminhar apressado... chegou na pia e nada de água... ficou intrigado e pensou ter imaginado. Voltou para o quarto ... um choro de criança invadiu o local... seu coração disparou... se encostou à parede, seu corpo se deslizou até o chão... sentia um medo descomunal! De onde vinha o choro de criança? Prestou atenção... meu Deus! A criança estava embaixo do assoalho! Mas, como? O choro continuava... seu desespero aumentava ... ouviu o barulho da torneira vazando água... se levantou meio desnorteado... o choro... a água... a cadeira rangendo...

colocou as mãos na cabeça, começou a gritar “aaaaaaah!!!!...” e saiu correndo, abriu a porta da frente e parou de uma vez. O dia estava começando a clarear... o rapaz ficou como que congelado na porta da casa... olhava para a árvore onde no balanço quebrado uma criança brincava... ele olhava para a criança, sem acreditar no que via... a criança, uma menina de uns seis anos, com um vestido branco e longo sorria para ele... havia algo de macabro em seu olhar... “quem é você?”, pergunta o rapaz... e num piscar de olhos a menina parou em sua frente e como se fosse um vulto, sumiu por dentro da casa, apenas suas risadas estridentes podiam ser ouvidas, juntamente com o choro, o barulho da água e da cadeira rangendo cada vez mais rápido... e o rapaz correu... não sabe por quanto tempo... e aí, ele desmaiou. Acordou ofegante, abriu os olhos tentando reconhecer o local... estava em seu quarto... mas, como veio parar em seu quarto? Sua mãe entra com uma bandeja com café... filho, você precisa comer um pouco... teve febre a noite toda! Eu falei para você levar o guarda-chuva para a escola!
Febre? Como assim, mãe? Eu passei a noite aqui?
Claro meu filho! E onde mais passaria a noite? Falou a mãe sorrindo e saiu do quarto.

O rapaz respirou aliviado. Então fora apenas um sonho ruim... fechou os olhos enquanto saboreava o pãozinho que a mãe lhe trouxe. A torneira do banheiro estava ligada... se levantou para desligá-la... quando entrou no banheiro, não havia água na torneira... ele sentiu seu coração disparado se virou para sair correndo do banheiro e ela estava lá... a menina, com seu vestido branco e seu olhar macabro ela falou ... “Eu vou ficar com você, Wilson. Você não vai mais ficar sozinho...”

Elaine Márcia (Agosto de 2015)

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# lembranças #

É domingo.Estou aqui, sozinha no meu quarto.Fecho os olhos e relembro...Busco no passado alguns momentos que juntos desfrutamos...Me vejo em algum tempo remoto neste mesmo quarto... eu abri os olhos e me vi refletida em seus olhos, tamanha a proximidade que havia entre nós.Lembro do seu sorriso travesso... do seu jeito maroto... até do seu cheiro ainda me lembro... O dourado dos seus cabelos... a maneira como delicadamente você tocava a pontinha do meu nariz e dizia "bobinha"...Meus lábios sorriem neste momento...É bom ter lembranças boas!Abro os olhos devagar...Não encontro seus olhos... não vislumbro o dourado dos seus cabelos... seu cheiro não está presente...São apenas lembranças.Um fiozinho de dor passa lampejando em meu peito...Uma gota de lágrima desce queimando em meu rosto...Já se passaram tanto tempo!Se eu queria que o tempo voltasse atrás?...Não sei...As vezes sim... as vezes não...Existem momentos que o coração anceia reviver... mas, também existem outros momentos que é melhor deixar quietinho lá no baú do passado... momentos que já cumpriram o seu propósito em nossas vidas de nos fazerem aprender algo...Reflito comigo mesma e tenho mais uma vez a certeza de que você cumpriu o seu propósito em minha vida... proporcionou-me momentos valiosos de crescimento pessoal... deixou-me verdadeiras pérolas para ficarem guardadas no recôndido do meu coração. .. mas, passou!As vezes, quando a solidão cisma em chegar e bater forte em minha cara, é pra você que minhas lembranças correm pra buscar refúgio... pra buscar consolo...Porque foi em você que me enxerguei... foi no brilho dos seus olhos e no calor do seu aconchego que me senti plena e feliz.Porque acabou? Porque disse adeus?...Ah! Por que tudo tem um começo, um meio e um fim...Acho que é isso!A verdade, é que mesmo sabendo que você está no meu passado, sempre que quiser irei visita-lo em minhas lembranças...Você tem o poder de arrancar lágrimas de saudades dos meus olhos, ao mesmo tempo em que faz sorrir os meus lábios... mesmo não estando fisicamente perto...Sinto falta dos momentos ternos que juntos compartilhamos.Falta de abrir os olhos e me enxergar nos olhos de outro alguém...Respiro fundo... seco com as costas da mão aquela lágrima que rolou e guardo você de volta no meu baú de lembranças boas do passado... afinal, lá é o seu lugar agora!Me obrigo a levantar e acordar para a vida!Afinal, temos que continuar fazendo a roda da vida girar!A vida continua!......☆☆ Elaine Márcia ☆☆.......

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# Ciranda - O filho do Boto #

Esta história aconteceu
Lá pras bandas do seringal
Distante de Porto Velho,
De Rondônia - capital.

Rosinha era moça bonita
Filha do Zé pescador 
O Zé tocava Viola
no arrasta pé do Nestor.

Acontece que um dia
Apareceu no seringal
o Tião, moço garboso
Que veio da Capital.

E foi no final de semana
onde o povo se ajuntô
Pra se divertir, como sempre
No arrasta pé do Nestor.

O Tião ficou de olho
Na formosura de Rosinha
E arrudiou, chegou junto
E disse "você é uma gracinha"

Rosinha, moça prendada
Suspirou de emoção
E entregou neste instante
A chave do seu coração.

E foi no dia seguinte 
As margens do Rio Madeira
Que Rosinha esperou
por Tião, toda faceira

E Tião não perdeu tempo
Enfeitiçou a mocinha
Sussurrou em seu ouvido
Agora serás minha.

As águas frias do Rio
fervilharam de emoção 
Testemunhas do momento
De loucura e sensação.

E toda tarde saía 
Rosinha toda faceira 
Se encontrar com Tião
As margens do Rio Madeira

Sua mãe lhe disse um dia
Hoje é noite de lua cheia
Tome tenência com o Boto
Que a noite sai e rodeia

Havia na região uma crença muito antiga
Que em noite de lua cheia
O Boto saía do Rio e se transformava em rapaz
Conquistava as moças virgens e lhe botava barriga.

Acontece que Rosinha 
Foi esperar por Tião 
E o moço da Capital
Não apareceu mais não.

Rosinha ficou sozinha
Sentada à beira do Rio 
Chorando com sua tristeza 
As  suas lágrimas a se misturar com o Rio .

E passado alguns meses
Sua barriga cresceu
Sua mãe toda assustada
Menina, que sucedeu?

A menina entre lágrimas
contou que certa noitinha
Às margens do Rio Madeira
Viu um jovem encantador

Que chegou não sabe de onde
Com terno branco e chapéu 
Que tomou a sua mão 
E a levou para o céu.

E depois, sem se dar conta
olhou e não mais o viu 
Só encontrou seu chapéu 
Boiando dentro do Rio.

E esta história rodou
Por todo o seringal
E todo o povo ajudou
A pobre moça, afinal.

E foi passando os dias
Com Rosinha a suspirar 
Se perguntando se um dia
Seu amor iria voltar.

E naquela noite clara
Quando a lua cheia apareceu
Em meio os gritos de Rosinha
O filho do Boto nasceu.

E por vários seringais
Que ficam às margens do Rio 
Existem filhos do Boto
garboso...moço bonito.

Que em noite de lua cheia
Vem com seu terno branco
Com chapéu de abas na testa
Conquistar moça bonita.

     ............... .///. ..................

# a história por trás da história #

Existe na região Norte a lenda do Boto cor de Rosa que diz que em noite de lua cheia o Boto sai das águas do Rio Madeira e se transforma em um belo e sedutor rapaz vestido com terno branco.
Ele usa o chapéu na testa para disfarçar seu nariz grande.
O boto-rapaz dança muito bem e conquista as mulheres ribeirinhas... sempre depois da aparição do Boto, nasce uma criança sem pai, denominada "filho do boto".

Sabemos que toda lenda tem um fundo histórico. Acredita-se que a crença no boto cor de Rosa e seu poder de sedução surgiu para proteger as mulheres que, na época dos seringais - comunidades pequenas e afastadas das cidades, ás margens do Rio Madeira tinham filhos sem pais declarados.
Quando uma jovem tinha um filho do Boto, a comunidade acolhia e ajudava com mimos e cuidados na ocasião do nascimento da criança. 
Os filhos do Boto são crianças bonitas e que amam o Rio Madeira. 

Elaine Márcia.

 

Foto: Google

Música: Chorinho pro miudinho - Nilopolitano - Dominguinhos - Iluminado

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Dança comigo...

Ah! Meu amor, meu amado
Vem! Toma-me em seus braços 
leva-me contigo a bailar
Conduz-me no ritmo do tango
Só nós dois, a luz do luar!

Ah! Dancemos! Dancemos!
Num só ritmo de par em par
Flutuarei em seus braços 
Vem! Tira-me para dançar!

Ah! Que não se finde a noite!
Não antes do meu amor retornar
Esta noite será só nossa
Eu a reservei para te amar.

Dança comigo até o sol raiar.

Elaine

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♡... Se ...♡

Se eu pudesse mostrar para você como estou...Se eu pudesse te fazer sentir o perfume do corpo meu...Não me refiro ao perfume roubado da rosa, e sim daquele que emana dos meus poros, do meu jardim .. hormônios ... feromônios...Ah! Se eu pudesse te fazer sentir...Turbilhões de emoções... de sensações. ..Se eu pudesse te fazer provar...Um pouco... só um pouco... da mistura dos sabores meus...Se eu pudesse ... Ah! Se eu pudesse...Saciaria os seus anseios... te deixaria em devaneios. .. extasiado, louco, alucinado... viciado mesmo em mim...Querendo testar seus sentidos, seu tato ...olfato e paladar... sempre atento a escutar o meu clamor...
meu chamar... Se eu pudesse te mostrar como meu corpo te busca...Se eu pudesse... se você soubesse... Ah! Se você soubesse...
Mas, você não sabe do meu querer... do meu sofrer... do meu clamar... não sabe desta minha sede... a sede louca de te amar.

Elaine

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Pensamento

A depressão é como se fosse uma enxaqueca.Na enxaqueca os sentidos da visão, olfato e audição ficam tão sensíveis a ponto de deixar a pessoa com fortes dores de cabeça, enjoo e mal estar.Na depressão, os sentimentos é que ficam muito sensíveis, a pessoa sente mais forte a perda, a rejeição, o abandono e a própria dor dos outros. Mas, a dor que sentem é na alma.E a dor da alma pode matar............................///..................................Elaine Márcia
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Só por hoje

Quando olho em seus olhos
E declaro meu amor
Eu desejo que me ame
seja onde quer que for

Que me ame para sempre
Ontem, hoje e amanhã 
Mas o ontem já se foi 
E o amanhã ainda não chegou

Então meu desejo é singelo
Ama-me hoje, só por hoje,
Pois, é no hoje que existo
Meu amor!

Elaine Márcia.

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Registro aqui a integração mais que bela das queridas poetizas Nives Merino e Edith Lobato.

Obrigada meninas!

Ficou show!

: )

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Só por hoje

 Um dia de amor... Um hoje que pode ser uma eternidade, quando o sumum da eternidade fica nesse hoje.

Nieves Merino – 03/06

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Irresistível


Quando vejo este sorriso,
estampado em tua face.
Ah meu Deus eu perco o siso,
Sou eu mesma, sem disfarce.

O meu sangue fica intenso,
de vermelho a mais vermelho,
O meu ser, então, suspenso,
se interroga para o espelho.

Nossos olhos se encontram,
corações enternecidos.
Emoções nos arrebatam,
alma, corpo e os sentidos.

Edith Lobato - 03/06/16

 

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# Tributo à Luara Colpa* #

Eu ja fui adolescente
Já usei mine saia
E top com barriguinha de fora
Ainda hoje uso decotão
E porque não?

E por acaso minha roupa 
Me desmoralisa?
E por acaso te diz
Que não deve me respeitar?

Por quê?
Qual a sua justificativa
Para se achar no direito
De me desmoralizar?

Acha mesmo que você pode 
Tocar o meu corpo sem permissão?
E abusar de minha fragilidade
Mesmo quando digo NÃO? !

Onde estão todos aqueles
Que deveriam proteger?
Onde está a sociedade
Que finge que nada vê?

Meu corpo, jogado no chão 
Humilhado e ultrajado
Imundo pelo toque insano
De seus corpos e de suas mãos

E você que justifica
E você que busca, se excita
Es cúmplice desta ação 
Maldita ação! Maldita ação!

Em pleno seculo XXI
Vivemos em lugar nenhum 
Com este machismo do cão 
Maldito ladrão!

Que rouba a dignidade
Que rouba a paz, de verdade
Se acha "dono da razão"
E justifica sua conduta

A vítima se torna a dona da culpa
A vítima se torna a causadora
De toda situação 
Como assim, meu irmão?

Somente por ser mulher?
Somente por se aceitar?
Somente por dizer NÃO 
A um desgraçado qualquer?

E o que fazer com os lunáticos
Que se intitulam "machoēs"
E que enxergam a mulher
Somente como pano de chão?

Registro o meu repúdio 
E a minha indignação 
Esses homens... homens?
Não merecem serem chamados de animais
Seria um insulto aos animais!

E vocês, autoridades 
Da nossa "Pátria Varonil"
Vão fazer o quê? 
Fingir que nada vê?

Deixar o povo esquecer?
Esquecer?!
Esquecer...
Não vamos esquecer!!!!

* Adolescente brutalmente estuprada por seu ex e mais vinte e nove homens. Homens? Foram trinta alienados. 
TRINTAAAA!!!!!
E como não chorar por ti, Luara... e como não chorar?
...

#vitimanaoeculpada #pelofimdoestupro #mulheresaluta #pelofimdaviolenciacontramulher #pelorespeitoavontadedamulher

Elaine Márcia - sou mulher e estou machucada na alma.

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Relembrando... "Loucura"

Hoje estava relendo meus escritos e de repente, quando termino a leitura deste texto,
percebi que o escrevi a exatamente um ano atrás!

Em homenagem a coincidência resolveu compartilhá-lo com vocês.
Se já tiver postado ele por aqui, relevem!

Loucura

Eu não sei o que aconteceu comigo hoje... estou chorona.

Não, não é a TPM.

Ou será que é? Talvez eu esteja com TPM da vida! Talvez...

Ou talvez eu esteja simplesmente em um fatídico dia de tristeza...

Tristeza acumulada dos acontecimentos acumulados da vida... credo, quanta acumulação!

E alguém chega, de repente, e pergunta – “como estas?”

E digo com um sorriso - estou bem.

Mesmo que por dentro esteja despedaçada... “estou bem”...

Não me permito o contrário.

“Estou bem”.

Bem porra nenhuma!

Meu peito está apertado, minha cabeça quer colo...

Bem porra nenhuma!

Eu sou normal?

O que é ser normal neste mundo tão desigual?

Que se dane a normalidade!

Vou quebrar os protocolos, as etiquetas...

Vou mandar a tristeza pra puta que a pariu!

Aff! O que é que a puta tem a ver com isso, afinal?

Perdoe-me puta.

Que se dane a tristeza assim mesmo.

Credo! O que é isso?

Vou tomar um banho frio e jogar fora esta coisa que não combina comigo.

Definitivamente não combina.

Descobri afinal que não sou louca, apenas faço das palavras o meu próprio divã.

Ou será que sou louca e não descobri ainda? Afinal dizem que “de médico e de louco todo mundo tem um pouco”...

Sei lá!

Só sei que o aperto no peito e a tristeza foram embora enquanto eu digitava estas palavras...

Uffa!

Loucura boa, afinal!

Elaine

13/05/2015.

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Mãe - um beijo termo para você

Outro dia uma colega de trabalho perdeu o bebê no sexto mês de gestação.Quando soube, foi como se tivesse levado um soco no peito... o coração doeu forte... estava no trabalho e corri para o silêncio do banheiro para chorar aquela dor.Foi impossível não lembrar de um momento como este que passei a seis anos atrás, quando estava com apenas um mês e meio de gestação... assim como minha colega de trabalho, seria meu primeiro filho. Um filho do qual não ouvimos o primeiro choro... aquele que faz a mãe sorrir porque representa o choro de vida!E eu chorei a dor de minha colega... porque era também a minha dor!E quando se perde um filho nessas condições, não se esquece... o tempo passa... e inevitavelmente nos vemos fazendo contas do tipo "ele estaria com tantos anos agora..."Hoje é dia das mães.Não pude ser mãe do meu filho que nem chegou a nascer, mas, sou mãe! Tive a oportunidade de acompanhar o crescer de uma pequena que, apesar de não ter nascido do meu ventre, é minha filha!Fico pensando em minha colega de trabalho... hoje ela deve estar chorando... é seu primeiro dia das mães e não tem um bebê para embalar em seus braços... triste...Fico pensando em como a maternidade muda a gente, muda o nosso jeito de sentir... de olhar a vida... de olhar para nós mesmas até!Vejo tantas mensagens bonitas em alusão ao dia das mães... ser mãe é algo tão gostoso e ao mesmo tempo tem seus momentos de amargor.O filho cresce, se torna mãe / pai e ainda assim continua sendo filho!E o amor que a gente sente... ah! É algo que simplesmente não dá para explicar nem mensurar...Eu queria, neste dia das mães, escrever algo bonito... mas, como disse alguém "...a boca fala do que o coração está cheio..." e hoje, meu coração chora.Chora pelas mães que não puderam segurar seus filhos no colo...Chora pelas mães que choram por seus filhos...Chora pelas mães que já não tem mais uma mãe por perto...Chora pelas mães que estão sozinhas neste dia, depois de terem dedicado toda uma vida por seus filhos...E a todas estas mães e a todas as mães deixo aqui um beijo repleto de ternura bem no coração... porque ternura é o transbordar do amor... desse amor que só quem é mãe sabe oferecer... mesmo em meio a lágrimas.
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Sem corrupção! ??? ...

São cinco horas da manhã.É segunda-feira, 18 de abril de 2016.Vou me aprontar para mais um dia de trabalho.Ontem foi um dia histórico no meu país.Afinal de contas, o que foi aquilo, meu Deus?Dizem que foi "combate a corrupção "... então quer dizer que hoje estou acordando em um país livre da corrupção?Abro a janela do meu quarto e admiro o céu... tem nuvens coloridas marcando o nascer de mais um dia... "O sol nasce para todos!"Como vai ser agora, com mais dois bandidos no poder?O que será do meu país "Não corrupto" mas mãos da famigerada corja corrupta?"Por meu ursinho pimpão. .. eu digo sim!"O que foi aquilo, afinal? Circo? Riram da nossa cara em rede mundial?Aí eu fico pensando... quanto tempo vai levar para acontecer de novo ? Será que vai acontecer de novo?Um país livre da corrupção. ..Guiado por corruptos..."O sol nasce para todos..."Que Deus tenha misericórdia de nossa nação!Estou triste.
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Passarinhos...

Eu amo passarinhos!Eles têm o poder de me fazer sorrir! De alegrar meu coração!Estou meio dodói. ..E hoje cedo, por volta das seis da manhã, estava a caminho do laboratório quando avistei no céu um bando de andorinhas.Era um bando grande! Diminui a velocidade da moto e fiquei admirando elas passarem por cima de minha cabeça... eu sorria! Apesar do mal estar... sorria! E agradecia a Deus por esta visão tão maravilhosa!Agora, estou aqui, deitada em minha cama e ouço passarinhos cantando. Não posso vê-los, mas, posso ouvi-los! Isto alegra o meu coração.Pode parecer besteira, mas acredito que é presente de Deus para mim.Penso que é seu jeitinho especial de fizer: "Ei! Eu me importo com você!"É , acho que é isso sim!Obrigada Deus!: )
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Conto: "Aranha"

Eles entraram naquele prédio abandonado por mera curiosidade de garotos. Tudo por causa de um desafio do Zezé.Estavam em cinco, o mesmo grupinho inseparável de sempre: Gina, Beth, Luís, Antônio e Zezé.fazia tempo que queriam explorar aquele prédio velho e hoje, quando voltavam da escola começou a cair o maior toró quando passavam perto do prédio e Zezé gritou: "bora entrar! Duvido que vocês têm coragem!"Na verdade, ninguém pensou direito, só sabiam que não queriam se molhar!Chovia muito.Os garotos entram correndo no saguão. Havia muito lixo ali e o cheiro forte de mijo velho era repugnante!perceberam logo que o lugar era utilizado por viciados, havia papelões espalhados pelos cantos, onde visivelmente eles dormiam, várias bitucas de cigarros espalhadas, latinhas de refrigerantes cortadas... mas, estranhamente não havia ninguém!credo! Falou Beth ajustando os óculos grandes no nariz, isto aqui parece mais um ninho de rato! Que nojo!Gina concordou e fez cara de nojo.Havia muitas goteiras e Luís convidou os colegas para saírem do local. Ja que estamos aqui, vamos ver se tem um lugar melhor que este pra ficar!ficaram juntos, sentiam medo e curiosidade ao mesmo tempo.pensaram em subir a escada que levava ao segundo andar, mas, os degraus de madeira estavam velhos demais para aguentar qualquer peso.seguiram pelo corredor escuro... ja era noite e a cada trovoada um raio iluminava sinistramente o local.Antônio tirou uma lanterna da mochila, sempre fora muito prevenido.um rato passou correndo fazendo barulho e os garotos se assustaram. Eles não viram que o rato arrastava o que sobrou de uma mão.continuaram a exploração do local, seguiram no corredor e viraram a esquerda. Ao que parecia era o que restou de um salão de festas, haviam muitas janelas quebradas, e acima, um espaço livre até o último andar que terminva com um teto de vidro, hoje em pedaços por onde a chuva caia torrencialmente.Em um dos lados havia algo parecido com um elevador velho, só que de madeira, desses usados em construção. Ouviram um barulho estranho, como se fosse um chiado, meio que abafado que foi ficando cada vez mais alto e mais perto...umas tábuas estavam amontoadas do lado oposto de onde os garotos estavam... o barulho parecia vir de lá. Perto do elevador velho havia umas lonas dependuradas, fazendo uma espécie de cabana.os nóia se acamparam mesmo aqui, falou Antônio.Beth grita, gente! Olha! E aponta para a parede próximo ao amontoado de tábuas.ai - meu - Deus! Falou Gina assustada, que negócio é esse?Beth parecia hipnotizada com o que via, ficou parada sem conseguir se mexer.Caraca, muleque! Aaaquilo é. .. aaaquilo é uma aaranha? Gaguejou Zezé apontando com o dedo.eu nunca vi um negócio desses... falou Antônio.Nem desse tamanho... complementou Luís.A aranha era mesmo grande e colorida, com listras num vermelho vibrante e amarelo naquela bunda enorme.Ela saía rapidamente por detrás das tábuas e arrastava o que parecia ser um braço.De repente ela parou percebendo a presença dos garotos, olhou em direção ao local em que eles estavam. Os meninos, apavorados correram e se esconderam debaixo da lona, Gina só teve tempo de se encolher dentro do elevador velho e Beth, continuou petrificada, nem mesmo um grito saía de sua garganta. A aranha veio ligeiro e num único pulo grudou no rosto de Beth. Ela era tão grande que cobriu todo o rosto da menina. Gina via tudo de dentro do elevador velho, com olhos arregalados ficou também petrificada com o que viu, a bunda colorida da aranha começou a crescer e a pulsar como se fosse um coração e brilhava... sim ! Brilhava com uma luz em um tom esverdeado. Gina ficou ainda mais assustada quando percebeu que Beth também estava brilhando e ficando verde! Gina mordia a mão para não gritar! Estava apavorada! Viu quando, de repente, a aranha voltou ao tamanho normal e parou de brilhar, Beth também voltou a cor normal e quando a aranha se desprendeu de seu rosto, o corpo de Beth caiu sem vida. Do local onde Gina estava era possível ver apenas os pés e parte das pernas de Beth.meu Deus! Pensou Gina, será que os meninos viram isso?a aranha se afastou com aquele chiado estranho...Gina ainda ficou um tempo no elevador sem conseguir se mexer até que ouviu os gritos.os meninos gritavam desesperadamente! Gina se levantou e saiu correndo do elevador a tempo de ver a cena horrível que acontecia...Da boca, nariz e ouvidos de Beth saiam aranhas. Não tão grandes como a primeira, mas muito maior que uma aranha normal. Os meninos corriam um pouco a frente e ela viu quando as aranhas os alcançaram, eram tantas que em pouco tempo seus corpos estavam cobertos pelas aranhas e começaram a brilhar aquela luz esverdeada...a menina, apavorada começou a correr para o lado oposto e quando chegava perto da escada ouviu aquele chiado estranho, sem pensar, subiu as escadas correndo e sentia os degraus se partindo a cada passo que dava.chegou assustada ao segundo andar e continuou correndo sem rumo. Olhou para trás e viu que a aranha não estava te seguindo.entrou em um quarto escuro.sentia um cheiro fétido de podridão. Saiu e entrou em outro cômodo que fedia igualmente ao outro. A luz da rua entrava pela janela e Gina então viu aquela cena horrível! E entendeu porque eles não encontraram nenhum noiado no prédio ... eles estavam ali... e estavam mortos! Havia pedaços deles espalhados por todo o cômodo!A menina sentiu ânsias e sua cabeça girava sem parar. Antes de desmaiar, pode ver a quantidade de teias de aranhas que haviam no teto e na parede... seus olhos se fecharam... seu sentido se perdeu.Uma luz forte alcançou os seus olhos. Um som de sirene foi ficando cada vez mais próximo... Gina tentou se mexer e não conseguiu..."Ela esta acordando!" Alguém falou... Gina tenta abrir os olhos... se sente cansada.A primeira pessoa que vê em sua frente com o rosto quase colado ao seu é Beth, que sorri.Gina grita e se debate, tenta se levantar mas, descobre que está presa na maca. Ela grita desesperadamente "você está morta! Você esta morta!"neste instante, Zezé, Antônio e Luís se aproximam de Gina e ela grita ainda mais... "a aranha! Eu vi, ela matou vocês! Eu vi! Vocês estão mortos!"os paramédicos se aproximam com um policial e antes que eles cheguem, Beth, com o rosto bem perto de Gina, segura forte em seu queixo e a obriga a olhar para ela. Neste instante, mesmo apavorada a menina se cala e olha bem no rosto de Beth. Ela vê aquela luz esverdeada surgir do fundo dos olhos de sua melhor amiga que lhe fala com uma voz cinistra, "é melhor você ser boazinha e se juntar a nós, ou então, vai terminar igualzinho aqueles nóias que você viu lá dentro."Luiz chega perto e diz , se junte a nós Gina, você vai ver como é bom!Ela grita em desespero "nãaaaaooooo!"os paramédicos vêm correndo e sedam a menina.Gina dorme e não escuta o policial comentar com o paramédico que na noite anterior ela e os amigos fugiam de uns noiados e a menina acabou se perdendo do grupo, sendo encontrada horas depois desmaiada naquele prédio abandonado. Os amigos ajudaram o tempo todo nas buscas. Graças a Deus ela não sofreu nenhuma lesão física, mas, com certeza não estava bem psicológicamente, comentou o paramédico.quando Gina acordou estava trancada em um quarto numa camisa de forças e gritava o tempo todo e falava em aranhas e na morte dos amigos.Luís chamou seu nome na pequena janela que havia na porta, ele dizia:" junte-se a nós, Gina! Não adianta resistir! Elas vieram para ficar e é bem melhor assim!"Gina grita e grita e os médicos entram e a sedam novamente.Ela nunca mais saiu daquele sanatório.E as aranhas?Bem, cuidado se ouvir um chiado estranho ou se notar uma luz esverdeada por essas quebradas da noite...Afinal, nunca se sabe.......A história por trás da história...Quem me conhece e ja leu os meus contos sabe que os mesmos surgem a partir de um relato vivido por alguém ou de uma lenda contada e recontada.Esta história da aranha, de certa forma foi vivida por mim... digo de certa forma, pois foi fruto dos meus pesadelos. Vou explicar!Estou me recuperando de uma pneumonia e nos primeiros dias, tive um pesadelo na madrugada e neste pesadelo, me vi no lugar da Gina, e da Beth ao mesmo tempo... vi a aranha grande se aproximar rapidamente pelos olhos da Beth e vi o momento exato em que ela pulou em seu rosto pelos olhos da Gina escondida dentro do elevador velho! Senti o pavor, vi a aranha crescendo e brilhando e vi a Beth mudando de cor de verdade!Foi tão real que acordei assustada e com falta de ar!rsrsrs... a falta de ar foi devido a uma crise respiratória... o pesadelo foi por causa da febre... mas, eu tinha que arrumar um desfecho para a história!demorei um pouco para concluir, devido ao mal estar, mas... espero que tenham gostado!Foi realmente pavoroso!Elaine Márcia
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Medo

O medo é um tapa na cara
o medo é um cisco no zói
o medo é ferida que sangra
é um câncer que nos corrói

O medo não vem de fora
o medo esta dentro de nós
o medo nos apavora
é o bicho-papão em nós

O medo assombra a alma
o medo faz o coração doer
o medo acaba com a calma
tira toda a paz do viver

O medo... do escuro!
o medo... da solidão!
o medo... do desconhecido!
O medo... pura ilusão?

Elaine

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Quando eu voltar...

Quando eu voltar para casa
vou jogar fora a minha dor
vou espantar a tristeza
e te entregar meu amor

Quando eu voltar para casa
vou te mostrar meu tempero
vou armar a rede no salgueiro
e te mostrar quem eu sou

Quando eu voltar para casa
vou abrir todas as janelas
vou deixar o sol entrar
e te jogar no tapete, depois te amar

Quando eu voltar para casa
vou espantar a solidão
vou derrubar todas as grades
e ser feliz... e te fazer feliz de verdade!

Elaine

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