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Amarelinho

Amarelinho

 

Há muito, muito, tempo. No tempo em que os animais ainda falavam, por um motivo qualquer e que ninguém conseguia explicar, começaram a desaparecer todos os animais selvagens. Todos, todos, não, pois as aves de rapina não se viram apanhadas por tal razia. Nem as aves de rapina, nem os animais domésticos, o que começou a provocar algum mal-estar entre estes, que as acusavam de serem elas as culpadas de tal razia e que só não os atacavam a eles, por estarem protegidos nas casas dos seus donos.

Como o fenómeno não abrandasse, o abutre resolveu convocar uma reunião da Associação das Aves de Rapina, com o objectivo de decidirem o que fazer, visto o seu sustento começar a ficar ameaçado.

Quem resolveu assistir à dita reunião, às escondidas das aves de rapina, foi Amarelinho, um bonito canário que vivia em casa de um sexagenário, o qual nunca o fechara numa gaiola, pois defendia que os pássaros deviam andar à solta e poder voar à sua vontade, por isso, quando lho deram, ainda em pequenino, dissera-lhe que iria deixar a gaiola aberta e ele que decidisse, se queria ficar, ou ir embora. Amarelinho, percebendo a generosidade do seu dono, resolvera ficar e fazer companhia ao velho homem. Este pagar-lhe-ia a sua lealdade com bons tratos.

Amarelinho conseguiu entrar sem ser visto, escondeu-se entre as traves que sustentavam o telhado do velho barracão e foi assim que pôde ouvir a tramoia pensada pelo abutre. Iriam falar com todos os animais domésticos, com o objectivo de os conseguirem levar a revoltar-se contra os seus donos, para depois, quando já não tivessem a protecção daqueles, os poderem comer sem qualquer perigo.

Amarelinho esperou que todos partissem, voou até casa e contou, ao dono, tudo quanto ouvira, pedindo-lhe que alertasse os outros habitantes da vila, para que protegessem os seus animais, explicando-lhes as verdadeiras intenções das aves de rapina. Era preciso unir esforços para impedir que as aves de rapina, lideradas pelo abutre, atingissem os seus objectivos e enganassem os restantes animais.

O dono de Amarelinho foi de casa em casa a alertar todos os vizinhos. Só que era tarde de mais, os animais domésticos, ludibriados pelas palavras dos mensageiros das aves de rapina, já tinham marcado uma reunião magna com o único objectivo de definirem formas de luta contra aqueles que os tinham mantidos presos durante toda a vida.

Amarelinho, mais uma vez, decidiu marcar presença na reunião, afinal também era um animal doméstico, e foi nesta condição que, quando os ânimos estavam bastante exaltados, por influência de alguns infiltrados a mando das aves de rapina, pediu a palavra e se dirigiu à assembleia:

- Caros amigos. Já pararam um pouco para pensar em quem é que poderá ter tanto interesse que nos revoltemos?

- Não! Quem é, Amarelinho?

- Pensem comigo. Quem é que está a começar a precisar de todos nós?

- Quem?

- As aves de rapina. Elas é que estão a ficar sem comida. Quem vos aconselhou a revoltarem-se? Por acaso não foram os mesmos que vieram aqui prometer-vos ajuda e protecção? Pensem bem no que vos digo.

Os mensageiros das aves de rapina, vendo que a assembleia dos animais domésticos começava a acreditar nas palavras de Amarelinho, pensaram logo numa maneira de o desacreditar:

- Vocês não podem deixar-se enganar por um canário que sempre foi um lacaio do seu dono. Quem sabe se ele não está aqui a mando desse mesmo dono. Vamos mas é acabar com ele.

Amarelinho, vendo que os animais domésticos preferiam dar ouvidos aos mensageiros, procurou salvar as penas, voando dali para fora e esperando que o tempo não lhe desse razão, pois preferia vir a ter de passar por mentiroso, do que ver como os animais domésticos se tornavam vitimas da sua própria imprudência.

Os ares encheram-se de palavras de ódio contra os donos que sempre tinham tratado deles. Passados dias, Amarelinho, através da janela do seu dono, assistia à degola dos animais domésticos, às garras das aves de rapina, não conseguindo evitar uma lágrima ao verificar como era o único que sobrevivia a tão devastadora mortandade por parte das aves de rapina.

 

Moral: Trocar um amigo verdadeiro por um falso, é o mesmo que cavar a própria sepultura.

 

Francis D’Homem Martinho

25/10/2019

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Teu Livro de Poemas

Teu livro de Poemas

 

Fora eu livro de poemas,

Esse teu livro preferido,

Pediria, ao poeta, noemas

Num poema por ti escolhido.

 

Iria contigo a todo o lado

Dormiria junto do teu leito,

Viajaria bem encostado

Ao regaço do teu peito.

 

Mereceria toda tua atenção,

Me olharias com felicidade,

Sentiria o suave de tua mão.

 

Seria teu acervo de alegria,

Em mim verias amizade,

Seria teu fiel livro de poesia.

 

Meu amor, sei que tu és o meu livro de poemas

 

Francis Raposo Ferreira

25/10/2019

 

Nota: Noema [Antigo] [Retórica] Figura com que se faz entender uma coisa quando se diz outra.

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Musa da Manhã

Musa da Manhã

Deixo-me levar pelo olhar
Atrás daquela nuvem distante,
Momento que me faz sonhar
Poder ter-te por minha amante.

Fecho os olhos, vou de viagem,
Em tal pedaço de algodão,
Refletindo tua bela imagem
Fazendo-me cair em tentação.

Olhar fixo no firmamento,
Perdido no azul do Céu.
Tão único, aquele momento.

Vejo-te como singela guardiã,
Daquele reino, somente meu.
És musa de mais uma manhã.

Francis Raposo Ferreira
25/10/2019

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Vingança de Amor

Vingança de Amor

 

David era um jovem muito pobre, que vivia num bairro tão pobre quanto ele, para quem os horizontes de futuro se apresentavam bastante enovoados.

Certo dia apareceu no Bairro, uma nova assistente social, nova e bonita, de seu nome Raquel, por quem David se sentiu atraído, embora consciente que pertenciam a mundos distintos. Raquel depressa se integrou não só na realidade do bairro, mas também no seio daquela comunidade tão carenciada de tudo menos de pobreza e dificuldades. Aos poucos e poucos, a assistente lá foi pondo algumas instituições em movimento, como o centro de dia, que se revelaria de grande importância para toda aquela gente.

Outra mais-valia que iniciou actividades foi o pavilhão gimnodesportivo, há muito construído, mas que nunca tinha aberto portas à população. Percebendo bem a realidade em que se movia, Raquel decidiu incentivar e apoiar a prática do boxe, pois, ela, sabia que muitos daqueles jovens precisavam de um escape onde pudessem libertar muita energia que tinham acumulada, tanto no físico como no cérebro., além de procurar aproveitar a mais-valia que poderia advir do facto de ali viver uma antiga glória do boxe nacional.

Foi também o despertar desta actividade que levou Marcelo até ao bairro. Os vistosos canudos que brilhavam nos seus dedos, bem como as grossas pulseiras de ouro, não deixavam lugar a dúvidas, era um homem de muito dinheiro. Na realidade, ele, era empresário de vários desportistas, na sua grande maioria amadores que lhe proporcionavam vastos rendimentos. David acabaria por chamar a atenção de Marcelo, mas não sendo o único a consegui-lo, também a beleza de Raquel, bem como o seu ar de presa indefesa, não lhe passara despercebidos.

David começou a ganhar os vários torneios em que participava e foi conseguindo amealhar algum dinheiro, sempre na esperança que Raquel reparasse nele. Não aspirava a mais nada, somente sonhava com algum gesto de atenção dela para com ele.

Marcelo continuava a apertar o cerco à rapariga e foi quando a quadra Natalícia bateu à porta que decidiu jogar a cartada decisiva. Ou Raquel aceitava o seu pedido de namoro ou ele via-se obrigado a tomar conta do edifício onde funcionava o centro de dia do bairro, mercê dos vários empréstimos que, já com segundas intenções, tinha vindo a fazer. Marcelo, senhor de grande conversa, fazia tudo, sempre, no intuito de os utilizar como trunfo no cerco à bela assistente social.

David apercebeu-se que algo se passava com a rapariga, pelo que ganhou coragem e decidiu confrontá-la de forma frontal:

- Dra. Raquel, posso saber o que se passa? Nestes últimos dias não a tenho reconhecido.

- Nota-se assim tanto?

- Não sei se se nota ou não. Só sei que eu noto. Dra. Raquel, foi alguém que lhe fez mal? Se foi, diga-me quem foi que eu desfaço-o.

- Calma David. Tu não podes fazer isso. Nem isso, nem nada para me ajudares, a não ser continuares a ser o rapaz humilde que sempre tens sido, pelo menos desde que eu cheguei ao bairro.

David sentiu-se confuso, ao contrário do que pensava, a Dra. Raquel já reparara nele:

- Posso pois. Um homem apaixonado pode tudo.

- Tu estás apaixonado?

- Sim. Desde o 1º dia que a vi que estou apaixonado por si. Não me pergunte porquê, pois somente lhe poderia dizer que além de a achar muito bonita, também sei que tem um enorme coração. A Dra. é que nunca olhou para mim, mas não a censuro.

- Oh David. Desculpa-me.

- Isso agora não importa. Conte-me o que se passa. Prometo que guardarei segredo.

Raquel não viu outra saída senão contar a verdade ao jovem, afinal, ele, fora tão sincero com ela que até confessara estar apaixonado por ela.

- Canalha. Deixe-me pensar no assunto.

Passados dois dias, David procurou Raquel e contou-lhe o plano que engendrara. A jovem assistente social, além de sentir medo e entender que não tinha o direito de expor o jovem a tão grande risco, também duvidou da sua eficácia, mas não tinham nada a perder. Deu um beijo na face do jovem e foi ao encontro de Marcelo, não havia tempo a perder.

O pseudoempresário, não desconfiando de nada, viu naquela proposta a hipótese de dar o golpe final nas suas pretensões de obrigar Raquel a aceitar o seu pedido de namoro, pelo que a aceitou de imediato.

No dia aprazado lá estavam todos. O pavilhão do bairro estava completamente esgotado. David combatia contra um dos novos boxeurs do bairro. Se David ganhasse, como era quase certo, Marcelo receberia como prémio, a posse definitiva do pavilhão gimnodesportivo, o que, no seu pensar, deixaria a jovem assistente social nas suas mãos, enquanto que se fosse o seu adversário a vencer, o que era quase impossível, o bairro ver-se-ia livre de todas as dívidas para com Marcelo. Tudo devidamente escrito e registado, Raquel aprendera a não confiar na palavra do homem.

O combate iniciou-se e David começou, rapidamente, a ganhar vantagem. Marcelo olhava para o local onde estava Raquel, sorrindo e já imaginando o momento em que a confrontaria com a realidade, ou ela aceitava namorar com ele, ou acabavam-se as actividades no pavilhão, e sorria. Num instante tudo mudou, David aproximou-se do seu adversário e segredou-lhe “afasta-te e dá-me uma esquerda directa”. O outro assim fez, David fingiu não se conseguir esquivar, recebeu o soco do seu adversário e deixou-se cair. O árbitro iniciou a contagem, Marcelo levantou-se como se tivesse molas no rabo, dirigiu-se ao ringue de combate e gritou-lhe:

- Ou te levantas imediatamente ou dou cabo da tua carreira.

David olhou-o, sorriu-lhe e disse:

- Que me importa uma carreira feita para encher os bolsos de um canalha como o senhor? Prefiro perder por amor do que ganhar por si.

Marcelo percebeu tudo. Deixara-se enganar. Raquel e David que não pensassem que aquilo ficava assim, mas os jovens ameaçaram denunciá-lo às autoridades, caso o voltassem a ver pelo bairro, além de não se responsabilizarem pelo que lhe pudesse acontecer.

 Nesse ano, a festa em honra de S. Martinho realizou-se no Centro de Dia e foi aí que Raquel confessou a David que ele a ensinara a amá-lo:

- É verdade, aprendi a amar-te através de uma vingança de Amor.

 

Francis Raposo Ferreira

25/10/2019

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Bailarino das Palavras

Bailarino das Palavras

Tão bonitos poemas retiravas
Daquela amálgama de letras,
Qual bailarino das palavras,
És o poeta de todos os poetas.

Um verso de amor, caloroso,
Ensaiado numa linda pirueta,
Início de um soneto harmonioso,
És bailarino no aparo da caneta.

Palavras bailam em tua mão,
Falando-nos de tantos temas,
Amor; saudade; ciúme; desilusão.

Letras soltas com que lavras,
Solo virgem onde nascem poemas,
És um bailarino das palavras.

Francis Raposo Ferreira
21/10/2019

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Destino

Destino

Não me perguntes quem sou,
Porque não to direi,
Nem me perguntes onde vou,
Que nem sequer eu, o sei.

Serei quem eu quiser,
Não o que querem os demais,
Irei até onde puder ser
Diferente entre os meus iguais.

Não serei mera imitação,
Nem mesmo de mim,
Tenho meu destino na mão.

Não irei por onde não quiser,
Escolherei meu próprio fim.
Meu destino é escrever.

Francis Rapposo Ferreira
21/10/2019

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Ti Martinho e o Novo Professor

Ti Martinho e o Novo Professor

 

Pais e alunos, mais aqueles que estes, já começavam a desesperar, quando Bernardo se apresentou como o substituto da professora Luísa. O caso não era para menos, a professora Luísa conduzira aquelas crianças desde a 1ª classe e, agora que entravam na 4ª, em pleno ano de exame é que ela tivera a infelicidade de adoecer. A escola deveria ter começado há ais de dois meses, mas o ministério da educação demorava em substituir a velha professora.

Muitos dos pais que, agora, olhavam com receio para o futuro, já tinham sido alunos da professora Luísa. O isolamento da vila, era visto, não só como o principal obstáculo a uma rápida substituição, mas também como a razão mais forte para a professora Luísa se ter mantido tantos anos como a única professora daquela velha escola, ninguém queria ir para aquele fim do mundo.

A chegada de Bernardo, acabou por constituir tema de conversa, à tarde, quando os homens da vila se reuniam na taberna do Ti Martinho, por acaso, também ele encarregado de educação de um dos alunos, a sardenta e irrequieta Matilde. Ti Martinho ficara responsável pela neta, quando a nora abandonou o filho e este decidiu emigrar. Enquanto uns teimavam em criticar o ministério por tão tardia substituição, outros atiravam culpas para o isolamento a que se viam sujeitos, sem que não faltasse quem se mostrasse preocupado com a juventude do novo professor:

“Tanto tempo, para depois nos enviarem um franganito daqueles. Coitado do miúdo, deve ter fugido das saias da mãe.”

Ti Martinho, que não só era o mais velho, como também o mais sensato de todos, não se deixou ficar e respondeu-lhes:

- Vocês devem ter nascido já a saber fazer tudo. Estou mesmo convencido que nunca foram jovens e nem precisaram de aprender nada. Deem tempo ao moço, deixem-no mostrar o que vale.

Os dias vão dando lugar às semanas, que por sua vez se vão convertendo em meses, e a desconfiança dos pais, para com o jovem professor, vai-se acentuando. Então não é que o professor resolvera convocar os pais, logo nos primeiros dias, para lhes transmitir que não precisariam de se preocupar com a compra dos livros. Ficaram estupefactos, então o franganito não queria que os seus filhos aprendessem a ler e a escrever? Sim, que aquela ideia maluca de não querer livros, só podia significar isso! Bem, se era assim que o ministério tratava dos seus alunos, não seriam eles quem iria fazer fosse o que fosse para contrariar os senhores doutores.

Quando a data do exame da 4ª se aproximou, é que começaram a dar mostras de alguma preocupação, não que, na sua maioria, estivessem muito preocupados com o resultado, afinal também não tinham a 4ª classe e não era por isso que não sabiam como sustentar uma família.

O dia do exame chegou. Poucos eram os pais que marcavam presença, só dois ou três, mais Ti Martinho. Foi ele, assim que avistou o jovem Bernardo, quem se lhe dirigiu, lhe estendeu a mão e lhe agradeceu tudo quanto fizera pelas crianças da vila. Os outros pais mostraram-se surpreendidos com o gesto do seu conterrâneo. Aquele jovem não preparara os seus filhos para o exame, e ele ainda lhe agradecia.

O exame começou, primeiro com a prova escrita e, depois, com a prova oral. Os membros do júri estavam perplexos, nunca tinham visto grupo mais bem preparado que aquele. O exame foi um sucesso tal, que o próprio ministério resolveu enviar uma comissão de inquérito para averiguar se os resultados refletiam mesmo as competências dos jovens alunos.

Bernardo, ao saber das intenções do ministério, convocou os pais e pediu-lhes que nada temessem, os seus filhos superariam qualquer prova a que fossem sujeitos. Assim sucedeu.

Ti Martinho, fazendo jus à sua fama de homem justo, reuniu todos os pais no Largo do Pelourinho, pediu-lhes atenção e dirigiu-lhes algumas palavras:

- Todos vós, sem excepção, foram tremendamente injustos para com o senhor professor Bernardo, acusando-o de não saber o que fazia, mas, nenhum de vós, foi suficiente valente para lhe apresentar desculpas. No próprio dia do exame, quando lhe fui agradecer tudo quanto fizera, alguns me criticaram. Não o teriam feito se, em vez de se deixarem levar por preconceitos, se tivessem dado ao trabalho de uma, ao menos uma, vez tivessem aceite os vários convites que ele vos endereçou para assistirem a uma aula. Nenhum de vós se deu ao trabalho de ir, nem que fosse só para criticarem como tanto gostam de fazer, assistirem a uma, pelo menos uma, aula do senhor professor Bernardo.

Fez-se silêncio no recinto. Ti Martinho ainda não tinha terminado:

- Todos o criticaram por não vos querer sacrificar com a compra dos livros, mesmo que para isso, tivesse de abdicar muito do seu tempo a preparar os materiais que substituiriam esses mesmos livros, cujo dinheiro bastante jeito nos deu. Como forma de agradecerem ao senhor professor, peço-vos que se mostrem arrependidos e disponíveis para serem os alunos, por uma só vez, de modo a que possam ver com os vossos próprios olhos, como eram as aulas do senhor professor Bernardo.

Assim fizeram, não uma vez, mas muitas mais. Após a primeira aula, onde puderam ver como a história se aprende muito melhor se for reconstituída, em vez de contada dentro de uma sala, ou como a matemática se torna muito mais fácil se for apresentada num contexto prático, os pais não hesitaram em apresentar desculpas ao jovem Bernardo e pedir-lhe que os preparasse para fazerem o exame da 4ª classe.

Ti Martinho sentia o seu coração a sorrir, não só por ver como os seus conterrâneos eram homens de bem, mas também por verificar como a sua confiança nos jovens, voltara a não ser traída.

 

Moral: Aceita a mudança e alimentarás a esperança.

 

Francis Rapposo Ferreira

21/10/2019

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História de Amor

História de Amor

 

 

- Mãe, já reparaste como o Lourenço olha para ti, ele ama-te mesmo de verdade, não compreendo porque insistes em não aceitar o seu amor, sei muito bem que também o amas.

- David meu filho, quando o teu pai nos abandonou, eu jurei que nunca mais deixaria que homem algum me machucasse do modo como ele o fez, mas sobretudo prometi a mim mesma que o meu filho, tu, só teria um pai.

- Mãe, eu estou a crescer, qualquer dia arranjo uma namorada, caso e tu? O que será a tua vida? Vais ficar por aí sozinha? Peço-te, não me faças ficar com remorsos por um dia ver que, por mim, ficaste só.

- David, tu achas mesmo que conseguias aceitar que ao fim destes anos todos, um outro homem que não o teu pai te pudesse vir a dar ordens?

- Minha mãe, todos nós temos de abdicar de muita coisa na vida, o que é isso de que falas quando comparado com a tua felicidade. Não me negues que amas o Lourenço, tanto quanto ele te ama a ti. Há quanto tempo vocês sofrem os dois num silêncio que vos vai matando aos poucos?

- Meu filho, se eu, por acaso, aceitasse experimentar reconstruir a minha vida ao lado do Lourenço, tu aceitavas, mesmo?

- Minha mãe, não só aceitava, como apoiava.

David não conseguiu evitar que mais uma lágrima lhe caisse rosto abaixo, recriminou-se um pouco por tal facto, sabia muito bem que prometera a Lourenço não chorar a sua morte, mas era mais forte do que ele.

Inclinou a cabeça para trás e sentiu a fresca aragem daquela tarde de Setembro. Ah, como recordava aquela outra tarde de Setembro de há quase vinte anos, em que sua mãe lhe comunicara que depois de muito pensar no que ele lhe dissera, decidira dar outra hipótese ao amor.

David fecha os olhos e deixa que as recordações se transformem numa verdadeira película de cinema, recorda os dias de grande felicidade que aquele homem proporcionou a sua mãe, recorda o modo como ele o defendia perante toda e qualquer suspeita de perigo, recorda ainda o dia em que perguntou a Lourenço se lhe podia chamar Pai e este o abraçou e beijou a chorar, confessando-lhe que tal significava a plenitude da sua felicidade, pois para além de partilhar a sua vida com a mulher amada, acabava de conquistar o filho que sempre desejara ter.

David secou as lágrimas, colocou o braço sobre o ombro da sua esposa e dirigiu-se ao caixão onde Lourenço descansava, inclinou-se e depositou-lhe um beijo na testa, tal como ele lhe fizera naquela tarde em que se tornaram pai e filho.

A Mãe, compreendendo o gesto do filho, dirigiu-lhe um sorriso repleto daquele amor com que Lourenço enchera as suas vidas.

 

Francis Raposo Ferreira

20/10/2019

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Se Deus Quisesse...

Se Deus Quisesse…

Se Deus me quisesse a voar,

Ter-me dado asas pois então,

Como me preferiu a amar,

Resolveu dotar-me com coração.

Se Deus me quisesse a cantar

Ter-me-ia feito rouxinol,

Como me preferiu a amar,

Presenteia-me com o raiar do sol.

Se Deus me quisesse a sofrer

Não me teria mostrado o caminho

Que me andei para te conhecer.

Se Deus me quisesse um sofredor,

Não me tinha dado teu carinho,

Nem me tinha dado teu amor.

Francis Raposo Ferreira20/10/2019

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Poeta

Poeta

Um dia, alguém escreveu
Uns versos à nova gente,
Um dos novos percebeu
Que era um homem diferente.

Seria algum profeta,
Ou somente um sonhador,
Escrevia muita coisa certa,
Falando sobre o amor.

Escrevia sobre tudo,
Principalmente o mundo
Composto de belas amizades.

Saíam grandes verdades
Do aparo da sua caneta,
Afinal, ele era um poeta.

Francis Raposo Ferreira
20/10/2019

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Futuro

Futuro

 

Futuro é poder sonhar,

Ter fé e ter esperança,

Futuro é saber proporcionar

Sorriso num rosto de criança.

 

Futuro é não ter medo

De se deixar envelhecer,

Não temer que o degredo

Seja companhia no sofrer.

 

Futuro é olhar em frente

Sem receio do que vier,

Crendo numa vida decente.

 

Nunca receando o escuro,

Crer no amor de uma mulher,

Assim, se constrói o futuro.

 

Francis Raposo Ferreira

19/10/2019

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Vem Amor

Vem, amor

Meu amor, esquece tudo e vem,
Ignora o mundo, vem até mim,
Não te preocupes com mais ninguém,
Quero ser teu princípio e fim.

Ignora quanto se diz lá fora,
Olvida tudo que nos rodeia,
Desejo dar-me a ti, agora,
Só tu vives na minha ideia.

Podes rir-te, pensar tudo de mim,
Mas vem, não prolongues meu esperar.
Acredita, não sei viver sem ti.

Vem, quero saborear teu beijo
Quero abrir a janela, gritar,
Quanto te quero, e te desejo.

Francis Raposo Ferreira
19/10/2019

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Condado Portucalense

Condado Portucalense

 

 

 

A história faz-se de recuos e avanços,

Sempre interligados por acontecimentos

Que na hora de fazer os balanços,

Apelam à memória de idos momentos,

Numa viagem sem grandes descansos,

Despindo patrióticos sentimentos.

Eis-nos chegados à hora de recuar,

Para, firmemente, podermos avançar.

 

Ano de oitocentos sessenta e oito,

Condado Portucalense é fundado,

Vimara Peres, quem saboreia tal gosto,

Entre o Douro e o Minho, situado,

Prosperidade a brilhar-lhe no rosto,

Começa a ser território cobiçado.

Sabendo-se súbditos do reino de Leão,

Portucalenses não escondiam sua ambição.

 

Somente cinco anos governaria,

Lucidio Vimaranes, filho e herdeiro,

Nove anos seguintes lhe sucederia,

Chegados ao seu ano derradeiro,

Não se sabe bem o que aconteceria,

Tempo difícil, tudo breve e passageiro.

Decorria Novecentos e vinte e dois,

Hermenegildo Gonçalves viria depois.

 

Casado com Mumadona Dias,

Condessa e mulher muito poderosa,

Ele terá sido escolha das chefias,

Teria ela influências misteriosas,

Práticas de agrado das maiorias,

Muitas delas, estratégias ardilosas.

Morto o marido, ei-la a governar,

Mumadona Dias, mulher a recordar.

 

Porto a capital da Portucalense gente.

Hermenegildo Guterres, grande senhor,

Conseguiria um Condado independente,

Coimbra, até às campanhas do Almançor,

Finas do século X, mais concretamente,

Tempo em que vigorou uma paz maior.

Fruto de todo o labor desenvolvido,

Título mais nobre lhes é atribuído.

 

 

 

 

 

Gonçalo Mendes, conde tão somente,

O título de Duque passa a ostentar,

Século XI, Coimbra vê, novamente,

Seu condado voltar a desabrochar,

Desta vez agrupando ainda mais gente,

Lamego; Viseu e Feira se lhe vêm juntar.

Sesnando Davides, reconquistador,

Da cidade de Coimbra, é seu senhor.

 

Mil e sessenta e quatro decorria,

Voltava a viver-se alguma paz,

Até quando, ninguém o sabia,

Num breve instante, tudo volta atrás.

Portucale e Galiza iam para Garcia,

Nuno Mendes, ficar-se não era capaz.

Aquele, filho de Fernando I de Leão,

Não lhe permitiria tal traição.

 

Mil e setenta e um a decorrer,

Mire de Tibães, terras de Braga,

Batalha de Pedroso irá ocorrer,

Nuno Mendes, muito caro paga,

Acabando mesmo por morrer.

Garcia, sonhos mais ousados esmaga.

Condado Portucalense sofre extinção.

Garcia II iria sofrer igual expulsão

 

Tais terras do Condado Portucalense,

Feudo do reino de Leão e Castela,

Que posteriormente a Galiza pertence,

Veem abrir-se uma nova janela,

Quando Afonso VI de Leão reconhece

O Conde D. Henrique como merecedor dela.

Assim, com a futura terra Portuguesa,

Oferece-lhe a mão de sua filha, D. Teresa.

 

  1. Henrique não ficou muito contente,

Certa vassalagem teria de lhe prestar,

Assim, um território independente,

Ele terá começado a perspectivar,

Correria nas suas veias sangue desta gente

Que nunca teve medo de sonhar.

As lutas revestiam-se de imensos ideais,

Nem sempre disputadas por meios leais.

 

Mil cento e doze, a morte o atraiçoou,

Sem ter tornado o condado independente,

  1. Teresa o governo do condado assegurou,

Provocando a ira de muita da sua gente,

O povo Lusitano como que adivinhou

Os pensamentos que lhe povoavam a mente.

Não existem registos muito concretos

Que nos possam garantir estarmos certos.

  1. Teresa tinha reconhecimento legal,

Primeiro por sua irmã, D. Urraca,

Senhora, Leão e Castela, da coroa real,

Depois pelo sobrinho e pelo Papa.

As relações começaram a correr mal

Quando a ambição mais além abarca.

  1. Teresa começa a intitular-se rainha,

Sonho em que nunca estará sozinha.

 

Fernão Peres de Trava está com ela,

Trata-se de nobre Galego e poderoso,

Não o aceita a coroa de Leão e Castela.

Atacada refugia-se no Castelo de Lanhoso,

Mil cento vinte um, termina a querela,

  1. Teresa assina tratado habilidoso.

Grandes poderes, ao Galego, são dados,

Deixando nobres Portugueses revoltados.

 

  1. Teresa abandona os ideais do marido.

Ao nobre Galego, uma filha irá dar.

Revolta-se o filho, que será escolhido

Para a revolta, contra sua mãe, chefiar,

Episódio na Lusa história muito repetido,

Sem fontes que o possam confirmar.

Fazer emergir mitos e Heróis nacionais

Constituía uma das estratégias tradicionais.

 

Quanto de mito, quanto de realidade,

Existirão em episódios tão remotos,

Pouco importa a pureza da verdade,

Heróis ou vilões, todos estão mortos,

Ficando-nos, apenas, dessa dura idade,

A história escrita nos nossos rostos.

Fosse por ambição ou por mero engano,

Assim se iniciava o sonho Lusitano.

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Dia de Sonho

Dia de Sonho

 

 

Aquele dia representava muito para aquela mulher, afinal era a concretização de um dos grandes sonhos da sua vida.

Durante os seus quase sessenta anos já vivera momentos de verdadeira felicidade e realização pessoal, como por exemplo o dia do seu casamento, não que ela tenha sido uma daquelas jovens que passam a adolescência a sonhar com um príncipe encantado ou com um casamento de sonho, a verdade é que a adolescência passara por ela sem que desse por tal, príncipes encantados foi coisa em que nunca acreditou pois a sua meninice teve tudo menos encantamento e os seus sonhos foram todos destruídos logo à nascença, tal a dureza de que se revestiu toda a sua vida, o casamento acabou por significar, isso sim, o pretexto para sair da casa dos pais.

Tal como o casamento não foi a concretização de um sonho, também o nascimento dos filhos aconteceu por mero acaso, não que ela não amasse cada um dos seus cinco filhos, mas daí a poder dizer-se que estes foram a consequência de um acto planeado vai uma considerável distância, foram nascendo e pronto.

Outro dia que ficara marcado na sua memória, para todo o sempre, era aquele em que partira em busca de uma vida melhor, abandonara tudo e todos para acompanhar o marido na luta por uma vida, se não com menos esquinas, pelo menos que estas fossem menos cortantes do que aquelas que tivera de contornar até ali.

Ah, mas este dia superava tudo o resto, era a confirmação de que o grande sonho da sua vida se tinha tornado realidade, sim porque a concretização do mesmo não se resumia a um dia, aquilo era somente o reconhecimento oficial dessa concretização.

Sentia as pernas a tremerem-lhe de nervoso, de ansiedade, entrou, sentou-se e apreciou tudo ao pormenor, viu chegar as individualidades convidadas e temeu não aguentar até ao momento desejado, foi ouvindo o nome de algumas das suas companheiras e sentiu que se aproximava o seu.

“Maria Angelina Rosas”

Tremeu ainda mais, levantou-se e caminhou em direcção à mesa das altas individualidades:

- Senhora Maria Angelina, é com muito prazer que lhe entrego o seu diploma comprovativo da conclusão da 4ª classe.

- Obrigado.

- Obrigado não, o mérito é todo seu. Agora queremos que diga algumas palavras.

Maria Angelina dirige-se ao micro e diz:

- Só vos quero dizer que demorei quase sessenta anos para concretizar o grande sonho da minha vida, sei ler, sou a mulher mais feliz do mundo. Muito sinceramente, não consigo compreender como é muitos dos nossos jovens desperdiçam o seu tempo em coisas fúteis, quando o podiam aproveitar para não terem de esperar 60 anos para aprenderem a ler e a escrever, só isso. Sei que vos pode parecer pouco, mas para mim significa toda uma vida. Obrigado a todos os meus colegas, a quem me deu esta possibilidade de não morrer sem concretizar o grande sonho da minha vida, em especial ao nosso professor. Acreditem, sou uma mulher Feliz, muito Feliz.

A sala irrompeu num aplauso uníssono.

 

Moral: Basta tão pouco para fazer uma pessoa feliz.

 

Francis Raposo Ferreira

18/10/2019

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Donos do Mundo

Donos do Mundo

 

Arriscasse Deus, dar-lhes tal poder,

Ordenariam total destruição.

Gente sã, nada tendes a temer,

Somente quem tem o mundo na mão.

 

Mandasse o Poeta no mundo,

Seria global desarmamento,

Guerras, um cenário moribundo,

levado na dor e sofrimento.

 

Afinal, quem manda nisto tudo?

Homens que mais parecem animais?

Loucos, os poderosos do mundo?

 

Tivesses o poder em tua mão.

Serias, Poeta, tal esses mais?

Não, deixa-me acreditar que não.

 

Francis Raposo Ferreira

18/10/2019

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Chuva

Chuva

 

A chuva bate devagarinho,

Nos vidros da minha janela,

Enrolo-me em ti, com carinho,

És minha musa, a mais Bela.

 

Escrevo um poema de amor,

Por tua beleza inspirado,

Não poderia ter sido melhor,

Nasceu um poema apaixonado.

 

Não fora a chuva miudinha,

Seria outra coisa qualquer,

Tu me inspiras linha a linha.

 

Tempos de chuva, ou de calor,

Tenho em ti, Bela mulher,

Minha linda musa de Amor.

 

Francis Raposo Ferreira

18/10/2019

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Tanto...Nada

Tanto…nada

Tanta mulher agredida,
Tanta criança abusada.
Tanta fome escondida
Tanta miséria mascarada.

Tanta terra por semear,
Tanta criança sem afecto,
Tanta casa por habitar,
Tanta gente sem tecto.

Tanta alma perdida,
Tanto velho esquecido,
Tanto talento perdido.

Tanta hipocrisia escondida,
Nesta sociedade civilizada.
Tanto…e tanto, tanto nada.

Francis Raposo Ferreira
18/10/2019

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A Menina e a Sopa de Azeite

A menina e a sopa de azeite

 

Era uma vez uma menina que não gostava nada, mas mesmo nada, nada, de andar na escola. Mal tinha um pretexto, ou melhor dizendo, uma oportunidade, era vê-la a tentar escapar-se à obrigação dos conhecidos TPC (trabalhos para casa), pelo que foi a muito custo que conseguiu concluir a fase da instrução primária.

Assim que ingressou no ciclo preparatório, essa sua aversão ao mundo escolar ganhou novos contornos, seu pai, não raras vezes, foi chamado à escola por causa do elevado número de faltas que a sua Luisinha vinha a dar. O pai falava com ela, sempre com uma paciência digna de admiração, tentando mostrar-lhe os graves prejuízos que a sua atitude poderia acarretar na sua vida futura, mas nada. Luisinha bem prometia que não ia faltar mais, era só uma questão de dias.

Ao fim de cinco anos, Luisinha conseguiu concluir o 2º ano do então chamado Ciclo Preparatório. Seu pai, numa tentativa de lhe dar importante reforço positivo, convidou os cunhados, de quem até nem gostava muito, única família mais próxima, para um jantar de celebração de tal feito da filha.

Luisinha aproveitou a ida, dos pais, ao supermercado para dar um ar da sua graça. Resolveu confeccionar a sopa. A mãe, ao chegar do supermercado, ficou toda vaidosa da sua menina, não seria grande aluna, mas compensava com outras virtudes, uma das quais o seu jeito para a culinária.

Sentaram-se todos à mesa, a mãe de Luisinha fez questão de salientar o facto de ter sido a filha a autora da sopa:

- Oh Luisinha, a tua sopa está boa, só me parece um pouco azeitada.

O pai de Luisinha olhou para a cunhada:

- Não, está enganada. A Luisinha fez a sopa do modo que eu preciso. O médico recomendou-me comida com muito azeite, ajuda a limpar as veias. Vai ver como amanhã se sente muito melhor.

Luisinha, e a mãe, olharam para David com cara de espanto, sabiam muito bem que havia anos que ele não consultava médico algum. O jantar decorreu sem mais perturbações. Luisinha, mal os tios saíram, veio aconchegar-se no colo do pai, adorava sentir o calor do corpo do pai junto ao seu, transmitia-lhe confiança:

- Pai, porque disseste aquilo à tia Júlia?

- Ora, achas que ia permitir que ela dissesse mal da tua sopa. Estava maravilhosa, talvez com um pouco de azeite a mais, mas boa na mesma.

- Pai, eu fiz tal e qual como diz na receita, pus um litro de azeite.

- Pois é filha, se calhar era um decilitro. Quem sabe não se trata de uma gralha da tipografia, em vez de escreverem dl, escreveram só L. Não te preocupes.

Luisinha aguardou que os pais se deitassem, foi ver a receita e…não, não era erro tipográfico algum, estava lá dl, ela é que não soubera interpretar o que estava escrito:

- Quero agradecer a todos aqueles que me possibilitaram esta oportunidade de estar aqui, hoje, a festejar a minha licenciatura, mas quero fazê-lo em especial, os outros que me perdoem, ao meu melhor professor, o meu pai. Obrigado pai.

- Luísa, qual foi o teu ano mais difícil de faculdade, o 1º ou o último?

- Nem um, nem outro. Para mim, o mais difícil mesmo foi a sopa de azeite.

Só Luisinha, o pai e a mãe, perceberam o significado de tal afirmação.

 

Moral: Educar é saber dar reforço positivo nas horas de analisar os erros

 

Francis Raposo Ferreira

17/10/2019

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à Espera do Amor

À Espera do Amor

Amor, esperei por ti, esperei
E tu nunca me apareceste.
Será que fui eu que me enganei,
e que tu, nunca me prometeste?

Bem podias ter aparecido,
Mas não, passaste-me ao lado
Fingindo-te de despercebido,
Rindo deste coração destroçado.

Foi longa esta minha espera,
Sofri, vendo que não me querias,
Minhas lágrimas, tuas alegrias.

Por ti, amor, tudo se altera,
Não mais te ficarei a esperar,
irei por ti, quero amar. Amar.

Francis Raposo Ferreira
17/10/2019

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Canto meu Amor por Ti

Canto meu amor por ti

 

Não te deixes iludir,

Elevando-me ao nível dos poetas,

Também não te vou mentir,

Não procurei as palavras certas.

Para falar de meu amor por ti,

Não preciso ser erudita,

Basta-me sentir o que sempre senti

Das mais bonitas, és a mais bonita.

Beleza não visível do exterior,

Mas que tanto me tens dado dela.

É assim que canto meu amor,

Por ti, minha amada, minha Bela.

 

Francis Raposo Ferreira

17/10/2019

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CPP