Poema (rondel) do livro À SOMBRA DA POESIA, de Gilnei Neves Nepomuceno - Declamação disponícel em https://youtu.be/IQ9YUPRIgbc
QUANDO UM VERSO VOA
Se um verso, do coração, voa
um sentimento confessa: Amor!
Quando a aura o espírito revoa
Atrai azul um vento de valor
E se de tudo um poema ecoa
Teu beijo certeiro bane minha dor
Se um verso, do coração, voa
um sentimento confessa: Amor!
A poesia nunca deixa à toa
Quando um verso fala a compor
E um papel branco a letra povoa
Rabiscos, um dia brotam em flor
Se um verso, do coração, voa
Difícil querer definir amizade. Não custa tentar.
Amigo é quem oferece uma fatia do chão
um ombro amigo ou um capucho do céu
O sonho que te faz falta, o ensinamento, um conselho.
Ser amigo é ser o espelho que nos reflete sabedoria
Prenúncio de entusiasmo e alegria
Que não deixa o peso dos dias atrapalhar nossa jornada.
Amizade é uma espécie de sol a secar lágrimas
Ou a lua a abrandar nossa fadiga
Ou simplesmente uma companhia
Que noz faz sorri sem motivo aparente
E eleva com classe nossa autoestima.
Dizer que temos um ombro amigo
É confessar que dispomos de luz acessa
De uma palavra sob medida
Quando nossos olhos estão encharcados de tristeza interior.
Não é exagero dizer que amizade
É como uma lua nova, uma estrela
Um brilhante que irradia luz a cada instante
Com múltiplas e inesperadas cores que dão vida a nossa íris.
Ser amigo é saber dizer “eu te amo"
Sem qualquer medo de má interpretação.
Gilnei Neves Nepomuceno
DEPOIS DAS CURVAS
O que há depois das curvas?
Tento imaginar o que vou encontrar
Sigo a viagem com lembranças turvas
O vento assobiando em meu pensar
Na mente passam cenas absurdas
No rádio a música torna a perguntar
O que há depois das curvas?
Tento imaginar o que vou encontrar
Vejo temeroso as imagens noturnas
E vou nas estradas a meditar
Seguindo trilhas nas noites surdas
O medo prudente, me põe a meditar
O que há depois das curvas?
Gilnei Nepomuceno
Tu existes feito arte, com ética
Nas paredes do meu coração
Nas fibras da aura épica
Distante sinto
A poesia, munição de minha arma bélica
Por quem os sinos tocam
Entrego-me à poética
No âmago dos meus preceitos
Ritmado no pêndulo da dialética
Vou te desenhando em meus poemas
Ou livre ou com métrica
Gilnei Nepomuceno