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A despedida

Ainda é sol do meio dia

No alto da colina.

Uma pequena multidão espera aflita.

Não é briga, nem mesmo sinal de guerra.

Uns olham para os outros.

O namorado abraça a namorada,

Um beijo longo, meio desnorteado.

A noiva enxuga a lágrima no rosto do noivo.

Somente poderá vê-lo na próxima festa.

A criança corre de um lado para o outro.

O calor insuportável reflete no telhado,

Mostrando sua força e sem compaixão.

Alguns bebem água na garrafinha,

Outros se deliciam com um picolé.

Olha, ele está chegando.

É novo, deve ser suas primeiras viagens.

Aos poucos o ônibus vai estacionando.

Não desce ninguém, somente sobe.

O namorado se despede da namorada,

Com um beijo bem gostoso.

A noiva chora ao ver o amado partir.

A criança quer ser a primeira a entrar.

Chora ao ser reprendida pela mãe.

Malas são guardadas apressadas pelo motorista.

Está atrasado, lá do outro lado da estrada, tem mais

Um namorado que despede da namorada,

Uma criança que corre por todos os lados,

O noivo, a noiva, o esposo, a esposa,

O trabalhador com as ferramentas na mão.

O dia vai passando, a hora vai correndo.

Todos os dias, nas mesmas horas, enfim uma despedida.

 

José Carlos de Bom Sucesso - 

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Queria dizer

 

Não tenho as lindas e magníficas palavras

Nem mesmo o dom de expressar o gracioso verso,

Tão pouco sei escrever uma estonteante frase.

Se ler alguma frase, tremo-me do início ao fim.

Cantar, não tenho o dom da música,

Custo juntar as notas musicais.

Dizer-lhe algo telepaticamente seria impossível.

Não domino a Física o bastante.

Olho nos lindos olhos verdes

Esbanjando os pampas de cores

Piscando e chamando para dizer alguma coisa.

A voz trêmula, falhando algumas palavras

Irreal exprimir uma singela frase

Que poderá transformar definitivamente o sonho em realidade,

Que dirá por si o maior dos sentimentos

Das alegrias e das aventuras, a mais bela.

Enfim, dizer o quanto sou objetivo, mas falta-me coragem

Para pronunciar a única e definitiva frase:

“Eu lhe amo”.

 

                                                                                                      * José Carlos de Bom Sucesso

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Outono

Quando o vento começa a soprar do lado nascente,

Trazendo uma pequena sensação de frio.

Quando os pássaros cantam ao término da noite

Fazendo o pensamento entrar em paz.

Quando as chuvas parecem tempestades

Trazendo medo, correria e busca de abrigo.

Quando as folhas das árvores desprendem dos galhos,

Caindo pela calçada, nos bancos, no colo de quem está sentado,

Quando o organismo sente que a temperatura está caindo,

Mesmo estando no mesmo sol,

É a chegada do outono.

É a estação dos frutos e das frutas.

Recheada de sabores, de odores,

De pássaros bicando as primeiras amostras,

De moscas, de mariposas, de vários insetos

Lutando entre si por mais uma gotinha de suco.

É o outono mexendo com o coração

Do poeta que constrói os versos,

Para o amante ler à amada.

Do agricultor que sonha em colher os frutos,

Da safra tão sofrida,

Do gado que olha desconfiado e visando os restos de milho

Deixados somente para eles.

Gaviões olhando lá do alto

Procurando um pequeno filhote em primeiro voo,

A juriti canta no fundo da grota,

As pequenas cigarrinhas entoam seu único canto,

De outono até a chegada do inverno.

É outono.

 

* José Carlos de Bom Sucesso

 

 

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Quando.

Quando

Quando a brisa sopra no rosto,
Quando existe um calor no rosto,
Quando o coração toca forte,
Quando a vontade de expressar o amor.
No ouvido sussurrar uma frase:
Eu te amo.
A vontade do beijo forte e meigo.
A emoção repercute dentro do corpo.
Um olhar se joga sobre as ondas do mar
Onde a alma flutua no pensamento.
Onde a dor ainda não mais existe.
É o desejo do amor,
É o desejo de junto à pessoa amada
Voar na imaginação, no apogeu
De amar, de ser amado.


José Carlos de Bom Sucesso - ALL

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Bata o pé

Para o cão que lhe ataca,

Para tirar o pó.

Cuidado para não machucar.

Se bater com força,

Arderá a sola.

Caso esteja de sapato,

Poderá ser com força.

Não bata na poça de água

Vai espirrar quem estiver por perto.

Na grama, se pisar em fezes

Do cão que lhe atacou.

Bata o pé bem devagarinho.

Em casa de assoalho,

Cuidado para não quebrar a madeira

Senão, cairá lá embaixo.

Bata o pé na dança,

Cuidado para não pisar em ninguém.

É normal bater o pé,

Porém, cuidado, Zé.

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CPP