Posts de Marisa Costa (74)

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Se uma ilusão

de acordes de amores,

de doçura

e de prazer indizíveis

me tomasse

acariciasse

e me fascinasse...

Dor, rasgando coração

não seria de vazios...

 

                          Marisa Costa                         

  (*) Imagem: Google

 

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Chuvas passadas são nada...

"A vida dura menos que um poema" (Damário Dacruz)

Chuvas passadas são nada ... 

Vento por onde andou, ondeou.

Se solitário, fez tudo virar poesia

só pra de amor e de charme e de prazer

acariciar meu devanear...

 

Queimou, 

dilacerou inquietudes.

Num riso mais inocente

amor mo trouxe...

 

E eu, cálida, timidamente nua,

mesmo que tudo se desmanchasse na areia

no seu refluxo me deliciei...

 

Quando dona fui  dum olhar que não envelhece,

de mãos quentes com um impaciente sangue

onde dores de chuvas passadas são nada... 

Viver já não dói.

Marisa Costa 

Imagem: Google

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Ais...

Ais...

 

Ao sul de nenhum norte, uma tarde...

Quietinha pensando na vida, 

corpo arrepia, coração acelera, boca seca

quando, de repente, um braço quente

ousa me fazer sonhar penhascos.

 

Um segundo, o tempo para. 

De convulsões emocionais possuída, 

rio corre dentro de mim – sou flor cercada por raios.

Divertida, penso: "carinhos, se quiseres, te darei"...

 

Mais tardes noites assim e,

de embriaguez crepuscular, fartar-me-ia...

Pecado não é querer que seu perfume intensifique o amor.

Que seja eterna  a fantasia que gruda no corpo

À loucura que o possui quando carinho,

qual preces de amor, 

fá-lo queimar no ais do querer bem.

 

Marisa Costa

 (*) Imagem: Google

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Arroubos...

Arroubos...  

Ah, abusado coração, 

tempo inteiro me desnudando

liguei não, se nunca fostes meu

dos teus arroubos, refém do teu ego fui...

 

Com os mais lindos sonhos me atiçavas...

Fascinada, me apaixonei pela vida, rolei, ralei por aí.

Se da taça bebia o sentido real do amor,

à mercê do fogo das paixões eternas, divino eras...

 

E quando nada mais restava – noites da consciência apagada –

era triste, era bom, quando me fazias acreditar:

Amor é tempestade.

Vive e morre. Adormece e sonha. Faz e refaz. 

Ressuscita e morre...

 

Esperenciar-te, confesso: "ninguém foi tão perfeito"! 

O prazer que me destes, as loucuras de amor...

Em troca, oscilar ao sabor de romance

são a única vida que importa. 

Marisa Costa

 

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Abstrato duma Nostalgia...

Abstrato duma Nostalgia

Azul duma borboleta encharcada

enclausurada na  teia de orvalho,

extirpados-lhes os devaneios

tem a dor do viver...

 

Fria entre os tons mais frios

rasgo de ausências era

vez que estado de vazio que apavora o ego

Fazia o mar estremecer, olhos do vento esbugalhar...

 

Prisioneira, da taça bebia sozinha

abstrato duma nostalgia estúpida,

Arder num arsenal de misérias mister era-lhe.

 

Bastaria às trevas abismasse

e pisar no coração das agruras ia,

vazio dos olhos do amor acordar.

Marisa Costa

(*) Imagem: Google

 

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Algo respiração...

Algo respiração...

A pele desconhecida na garganta
o toque expelindo instantes inebriantes
sonhos nas pontas dos dedos nascendo... 

Àquele poema,
algo respiração,
confiei a vida...

Overdose de versos, de estrofes falsas?
Um peso nos olhos?
Vazio nas mãos?

Se aqueceu-me o sonhar da penas
despertou-me todos os cantos do amor...
Inda que trespassada por um milhão de flexas,
ah, quão feliz me fez!


 

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Pecados Meus!

Pecados meus!

Quando teu império de amor me entregavas,

então eu fechava os olhos só para haver noite e , 

o cheiro de amor intoxicar nossos corpos

no bosque do amor infatigável perfume incendiava noites terrestres, 

éramos muito  mais amantes, tudo e ninguém!

 

Ah, fogo tão solitário!  Tempo que chega para tudo!

Olhando para trás,

querendo-te tão desesperadamente, sonho-te, 

na miséria dos minutos,  solidão maior é minha.

 

Pois que assistindo as noites esfriarem, 

se mexer no tempo pudesse, perdão perdi-te-ia

por negar o teu amor, de jeito nenhum te querer,

quando tudo o querias era seres um sonho meu!

 

Pecados meus!

Marisa Costa

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Aniquilador!

Aniquilador!

 

Não se me dês em verso,

amor em armistício, nem me proponhas!

Nas tuas verdades, tuas mentiras,

tentes-me com o que te vai na alma.

 

Algo doce, algo suave ...

Quando ajuntares nossos corpos

sopras meu nome com suavidade

pra que, eu, rendida, 

beba em fartos goles mutantes emoções.

 

Libido, finalmente à flor da pele

sentir-te quente, viver-te, ter-te,

cair como duas folhas...

 

Aniquilador!

 

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E Beijarei-te os Medos...

Beijarei-te os medos...

Tristezas volumosas, algum sorriso...

esparramados no horizonte, estofo de delírios,

insanidade liberta, solidão destruída,

pitada de poesia traz o mar nos olhos....

 

Pedras viram trilhos de proteção

noites de tardes e calma e, beijarei-te os medos...

Tudo vai passar, juras...

na luz, partiremos....

 

Como podes jurar o que nunca vivestes?

Se cheia de ausências,

quis pra mim os teus carinhos,

e cortinas se fecharam,

o nunca aconteceu?...

Marisa Costa

 

 

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Sonhos audazes...

Sonhos audazes...

Um resto de noite à deriva...

no quarto com você, sozinha

vidraças d'alma embaçadas

sangram gotas invisíveis...

 

São desenhos de versos...

Vívidos na penumbra da memória desfilando fantasias,

lembram-me há quanto tempo não me arde o coração...

 

Perambulando por aí feito almas penadas

ora desejos, ora frustrações, buscam na tarde que se solta

a ingênua formusura dum doce veneno proibido...

 

do jeito do beijo...

das palavras sentidas...

ah, sonhos audazes...

 

se num instante, amor perdido, causa iludida são

noutro solidão, escuridão de outono

coração e  pele e paixão, eternamente...

 

Misturados, meia-noite, meio-dia

alagados num charco de murmúrios

bebem insanidade, recompõem ilusões...

 

Dão-me qualquer coisa que pareça eterno. 

Marisa Costa

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Travesseiros...

 
"Vida dura menos que um poema" (Damário Cruz)


Travesseiros... 
 
Acende-se a noite...
fronhas do teu travesseiro
alcançam segredos...

despertam a mulher selvagem, 
aquela adormecida...
no escuro, embasbacada,
descobertas: precisa ser menos séria...
 
"Vida dura menos que um poema"...
"o amor tem asas de ouro"...

Gozo e tormento de corpos juntos, misturados
mãos do desejo inquietas de tocar
 
vazio dos dias sem libido já não doí,
 
martiriza esperar o anoitecer...
Marisa Costa
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Secreta Cor da Tarde...

Secreta cor da tarde ... 

Num passado de aventuras,

leviano coração conheceu tantos amores por aí...

nos braços do prazer infinito de corpo e alma se entregou...

 

Quando o fulgor das noites luminosas se apagou,

naufragou na tristeza de promessas enganosas...

dum amor doído, incontido,

saudade tanta que até doía, trincou rosas...

 

Há quanto tempo não lhe ardia o coração?

Respira em sua garganta pele desconhecida...

Curar-se de tamanho frenesi? Tarde demais! 

Perdido, a si mesmo procura. Quer esvaziar a alma...

 

Sob a secreta cor da tarde  toma dum violão,

dum fio inerte,

palavras sentidas, arranca-as: 

 

Doçura amarga dos poentes ...

Emoções recriadas. Beleza extrapolando trevas,

Tango triste esvai-se. Gemidos roucos, intensos...

 

Machucando com jeitinho, reencontro de ilusões...

num mundo sonoro e nítido e denso,

dança sozinho no meio da sua solidão...

faz pulsar corações com a amargura das suas melodias...

Marisa Costa

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Lençóis

Lençóis... 

Nos lencóis de cetim amarrotados, nós...

loucuras  que ultrapassavam razão

sonhos de mágoas e de pecados

glória ardente e serena que regava madrugadas...

 

Hoje, na saudade que tange ausências

palpita dor que desatina

fugitivas visões de céus,

cândidas e puras e pecadoras...

 

Imagens transbordantes que pra continuar sendo

guardam sensações, escondem prazeres...

inda que encapsuladas em esfera de vidro,

em desertos de sombra e luar e dança

não se transformaram...

 

E eu, pra não morrer sem teu amor,vago na lua...

venerando o jeito com que você me pega...

em estado de anestesia, te proponho, o nós:

 

"Tragas-me a ti  esta noite

no quarto que foi teu e meu

vens me afagar, essa minha aflição sossegues...

 

Romântica brega, eu? Ligo não! 

 

Suspensa em espaço e tempo

a soletrar horas púrpuras

dói de bom, de amor derreter suave

depois de viver-te, ter-te,

ouvir-lo dizer que ainda sou tudo pra você”...

 

Marisa Costa 

 

(*) Imagem: Google

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Mundo de Homem e de Mulher

 Mundo de Homem e de Mulher... 

É tormento de corpo e mente
discursar o silêncio 
cismando sozinhez, à meia luz...
 
É solidão que vaga noites sem rosto
espalha angústias nas redes sociais
o eu lírico que confessa e esconde e revela...
 
É metrópole descomunal
de multidões impassíveis
esmagadores prédios cinzentos...

É solidão do medo pelas esquinas de pedra

olhares que não se cruzam
gentes que não se cumprimentam...
 
É overdose de histórias
fotografias de amarguras e solidões
ocultas no labirinto de recompostas ilusões...

 
É deitar-se na contemplação
tempão curtindo tristeza chamada solidão

vendo a alma esvaziar-se...
 
É mundo de homem,
e de mulher,

de face, 
aquela tão triste...

Marisa Costa

 (*) Imagem: Google

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Balada a um Encontro ao Entardecer...

Balada a um Encontro ao Entardecer.... 

 
Perdida numa ilusão qualquer, sei lá quem sou ...

Meio à quietude em torno de mim,
alguém se aproximando...

só me vem é que na volúpia do entardecer
de novo vou encontrar um amor...
 
Vento chega... 
tange as cordas do meu coração
melodia de amor mais linda compõe...
 
Em cada verso, canta tardes de meio sol...
na doçura amarga dos poentes, o calor de beijos enamorados...

mãos que seduzem tangam poços de embriaguês...

O amor, então, nu
sem nenhum acanhamento,
dança e seduz e acaricia ...


Leve feito a brisa
forte qual a ventania
noite adentro me entrego, me queimo e me perco...
satisfaço o cortejo dos desejos meus...

Tempo de delícias marca a fronteira da ilusão...

 
A espera acabada, ali quieta,
meio ao branco das espumas
escuto a voz do mar, seu refrão a cantar:

"No explendor dum entardecer
rasgue por dentro loucuras...
acorde amores, fantasie cada momento...

pra que a noite dure para sempre"...


 

 
Marisa Costa

 
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Sangrando Simples Saudade...

Sangrando Simples Saudade...


Quando me tomava a poesia
destronada, nua, sangrando,

cacos de mim, 
com o vigor dos cinzéis
entalhava-os nas pedras da emoção ...


Eram doídos silêncios
colhidos em meio a vagas agitadas,
no desencontro entre estrela e luar
quando tempestade num coração gritando, 
trazia relembranças...
saudade do que ainda não vivera.

Ora, anoitecer desfaz, inunda tudo...

mas, quando ventos loucos  
fazem a onda contra o rochedo rebentar,
pedras cheias de silêncio por dentro
sangram poemas de toda a raça e emoção. 
Marisa Costa

 
Música: Sangrando (Gonzaguinha)
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Anestesia...

"É belo vês o amor sem anestesia.

Dói de bom, arde de doce. Queima, acalma. Mata e cria" ( Estado de Poesia - Chico Cesar)

Anestesia...

Noite dentro nada é tão mais amor...

fragrância parida nas estrelas

no regaço das madrugadas de nós,

goteja a noite...

 

Em estado de poesia ...

perfuma noites, fantasia sonhos

queima, acalma, redecora corações.

 

Desejos inebriados ardem...

rastros de flor e estrela não ficam nem vão embora...

amores feitos de paixões

asilam delírios pela imensidão do paraíso.

 

Anestesiados, corpos tombam...

 

Torcem pra que o tempo

entranhe-a pela eternidade

pra que à frigidez da agonia

jamais soçobrem de saudade...

 

Marisa Costa

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Chamas...

Chamas...

Eis que reapareces... relembranças...
momentos eternos dum beijo
tormentos tão doces e tão amargos.

É  tarde...
meu eu antigo
sou incapaz de ressuscitar.

Corpo tombado de anseio reage...
de paixão quer de novo delirar
se perder no que não se perdeu
queimar-se na chama do amor que sempre foi seu.  

Jocoso, o "eu" de hoje, desdenha:
"Do que te queixas?
Gota a gota desse sonho de amor
depositastes no cálice do esquecimento. 
Desse antídoto te embriagastes".
 
Limiar do desejo extrai  tão terrível impassibilidade...

"eu" ressurge tão amante já foi
sem temer orfão amanhã
deixa-se queimar na chama do reviver...

amor banido dos poros
inda é loucura, é paixão
aos caprichos da morte se sujeita não. 

Marisa Costa

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Metáfora Bordada...

Metáfora Bordada...

Se um poema me beijasse

Sem pudor me entregaria

salva de toda melancolia

marés de loucura cruzaria...

 

inda que em falsete respirasse...

 

Se a dor me torturasse, ia sorrir

na saudade de pedra, repartiria fantasias

no vazio dos dias, aspiraria a química que salva...

 

Metáfora bordada nos linhos da noite

seria versos desse poema

que o tempo nenhum ousaria apagar. 

Marisa Costa

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Cheiro de Fohetim...

Cheiro de Folhetim...

Das pautas dum bolero

versos com cheiro de folhetim

poetizam folia duma paixão...

 

tórrida, seduz...

quereres, escancara...

doida, enfeitiça...

 

momento em que o tempo para...

corpo molhado, carinho e amor nega não

por toda noite desejo sacia, alívio da solidão

dia amaldiçõa, prazer roubado.

 

Mas, ah, refrão em gritos roucos

vil e sem clemência, estilhaça:

“ Vontade lasciva é ilusão que se acaba”

 

jogando-a contra a parede

geme notas descompassadas

sem rimas, sem efeitos

dor é visível...

 

e está só e a noite...

Marisa Costa

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CPP