Deslumbre...
Felicidade é estar de volta ...
Poder abancar-me, de novo, nesse Cantinho
─ Jardim de encanto e deslumbres ─
Aqui, onde a beleza mora ...
A boniteza transborda no verso de cada poema...
Aqui, onde o coração conta o que sabe ...
O sonhar se faz delícia...
Obrigada....
Marisa Costa
Bordando versos...
Alma descalça,
soltou melancolias,
viva, leve, solta,
plantou sonhos,
recriou horizontes,
recomeçou.
Sem caminho marcado,
num estalar de felicidade galgou céus...
pisou luares brancos,
bordou versos num manto de estrelas.
Sonhos desabrochados,
viu o dia lhe oferecer flores de alegria
se regadas com lágrimas, nem ligou,
tão mais belas eram elas.
Marisa Costa
(*) Imagem: Google
Alvoroços....
Quando a linha do horizonte veste cores quentes
acende mil luzes no mar,
feito o fogo das paixões...
alvoroça quereres e sentires.
Entregue ao afago do pôr-do-sol
corpo a fantasia instiga
se sonho, se desejo, sei lá eu...
apenas sei que sob o cúmplice olhar do luar apaixonado,
deixo minha alma.
É lá que ela vai viver sempre a sonhar
um dia, uma noite que for,
escancarar pecados...
pra o amor, o que der e vier,
se deixar arrastar por doces loucuras.
Marisa Costa
(*) Imagem: Google
Sussurros...
Artéria dos sonhos
guarda desejos e prazeres,
amalgamado, dorme em profusão,
cortejo ingênuo de sonhos inquietos.
Esboços trêbados, probos,
quereres e sentires,
risos, prosas, devaneios
desfilam em linhas sinuosas
ora fantasiados, ora desnudados.
São grafias do peito sangradas
o romper-se da mesmice
dos segredos escondidos na mente
paridos nos sussurros das minhas linhas.
Marisa Costa
(*) Imagem: Google
Alinhavos Inacabados... Um Fado!
No passo da noite, macio, etéreo, a colcha de retalhos da vida, bordei de amores e paixões.
Emaranhados de fios que guardaram sonhos, às vezes, alguns alfinetes, que cavalgaram pelo dorso da vida.
Poemas e versos do imaginário que alimentaram a alma. O belo do belo. Um fado!
Mesmo agora, sozinha nessa noite fria e vazia, onde nuvens cavalgantes toldam meus céus, silêncio é comunhão, não solidão.
Mas, ah, se por acaso, a mão da rota da desesperança chegar de mansinho, se aconchegar quiser, não o permitirei.
Antes, alinhavarei, dez vezes mais feliz, retalhos vestidos com os mais doces aromas de esperança.
Que ela me abrace, e me abrace, e me abrace.
E eu assim serena, verão eterno não decairá,
nem a morte há de se vangloriar de arrancar o mais belo de todos os retalhos:
o do amor!
Marisa Costa
(*) Imagem: Google
Importa?
Inda que aqui e ali...,
lágrima dolente role nesses meus dias de tristeza,
mesmo doendo inteira, tento espalhar sorrisos,
num abraço aquecido de afeto,
me embolar numa palavra de consolo.
Mas, ah, se rosto, nome, sobrenome de saudade,
for reviver o gosto dos beijos teus,
de amor perder nesse teu jeito mal intencionado de me querer...
ai de mim... resisto não!
Doida, doida...me entrego
de felicidade tanta que até estale,
feito onda impetuosa que se lança em alto mar,
adejar me resta.
E nesse instante de amor...
corpo em frenesi de ternura e poesia vai se acender...
se depois, de mais saudade padecer...
Importa?
-
Tautograma (Abandono...)
Alma angustiada,
abraço ansiou...
acolhida, adormeceu em abandono.
Poetrix (Emoções)
Tarde de verão...
chovia...
chorava saudade.
Dias assim...
Há dias em que até mesmo a sorridente alegria
se cobre com o véu da melancolia.
O sorriso assoma..., não sai. Insiste, desiste, some de vez.
Mais parece o sol brincando de esconde-esconde com a nuvem.
Ninguém aparece pra te devolver o riso...
E a gente, em meio a tanta gente, sente solidão.
Olhar perde a boniteza, tristeza se agiganta, explode, se aquieta,
se esconde feito corrente subterrânea. Permanece em aguarde-se.
Em dias assim... não amanhece não.
Sei lá, a razão.
Vai ver ..., os sentimentos também anoiteçam...
Marisa Costa
https://www.youtube.com/watch?v=H36jh8Ri4oo
Terrivelmente Humana
Sem que eu pedisse o espelho plantou-se a minha frente
a ousada voz impessoal do mundo se fez ouvir,
sem dó nem piedade revelou a aura de minha”alma fantasiada,
ornatos pretensos, meras repetições vestidas de sofismas.
Pensamento respirando desordens,
hauria forças para conceber a extensão desse pandemônio de quimeras...
Milhões de toques aqui e ali,
cada um tão diferente, invisíveis, não palpáveis
ressoavam em meu corpo como batidas em um cristal
até me fazerem gritar.
Ah, se o coração se mostrasse...
A sensibilidade escondida se libertasse da prisão...
O sorriso refletisse o fundo d’alma ...
Como ao choque de uma centelha,
ofegante... embriagada... estremeci
desfiz-me de adereços...
Nua... sou só descompasso..., um traço..., só estilhaço...
Sem pressa, vesti-me de mim mesma
sem disfarces, era vulnerável...
em meio ao caos mundano
restou-me vestir a alma de poesia
pois que sou sim..., assim..., terrivelmente humana!
(*) Imagem: Google
Agitos de Sentires....
Se soubesse escrever a arte de experiências singulares.
a essência e o sentido da vida...
evidenciar o existir humano em sua concretude...
emoção e não razão...
seria um poeta...
Ia saber transpor para o papel ...
a magia das palavras ditadas pela emoção, trazidas pelo vento...
pela linguagem ia retratar o florescer de um sorriso na melodia de um amor.
Como poeta não sou...
nas palavras nascidas da sensibilidade que cavalgam no dorso da vida,
dos amores, das idas e vindas...
deixo pedacinhos de mim. Desejos de minh’alma,
devaneios desse coração louco..., tão livre... tão prisioneiro...
Nos sussurros das minhas linhas... ouriços de sentimentos...
Coisas simples...
Igual a eu... puro sentir.
Sem rimas, sem burilar frases de efeito...
escrevo sensações , versos e reversos do imaginário.
Marisa Costa
