Postado por Nina Costa em 10 de Junho de 2018 às 10:17
QUEM EMBALSAMOU O AMOR?
Este amor que jaz embalsamado Que iluminara os olhos abrasados, Que incendiara ao fogo do pecado, E em nós se tornara a chama do sagrado...
Fora o primor das juras em primavera, A expressão dos sonhos em quimeras E a sublimação do amor em tantas eras Que se perdera, embora eu não quisera...
Não fora eu, nos incontáveis beijos Que esquecera do amor, a flor do desejo Ou a sutileza dos sonhos e dos ensejos E o entregara ao fúnebre e atróz cortejo...
Eu perfumei o leito, reguei as flores, Lutei batalhas, dei-te meus primores, Ignorei do amor, as suas dores, Sequer me importei com os valores [ao soante som de tua doce voz...]
Mas acabou, morreu o seu ardor... Insensíveis amantes ao peito doador. E eu pergunto a mim e à Deus, nosso Senhor: Quem de nós dois embalsamou o amor?
By Nina Costa, in 21/05/2018. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
Postado por Nina Costa em 27 de Maio de 2018 às 15:40
SOMOS TODOS CAMINHONEIROS???
A corrupção é nosso pior problema, não a falta do combustível, remédios, alimentos, devido a paralização. Alimentos, remédio, saúde, educação e condição de vida digna ao pobre sempre faltou. A falta do combustível não atinge somente aos pobres, esse é o eixo de tudo, por esse motivo "TODOS SÃO CAMINHONEIROS" agora. E o oportunismo, a deslealdade, a ganância, a corrupção se mostra mais evidente nesse momento em que nossos amigos caminhoneiros conseguiram, com sua coragem, arrancar algumas máscaras da realidade. Quem movimenta de fato o país, são 'os loucos que o abastecem enquanto os normais dormem'; são os professores que enfrentam diariamente condições adversas para levar o mínimo possível de conhecimento aos alunos, quando o governo só quer estatísticas; são os médicos, enfermeiros, agentes de saúde que tentam fazer saúde com uma saúde pública doente e sem recursos; são os policiais que arriscam diariamente suas vidas (desarmados e acuados) frente uma bandidagem muito bem aparatada e organizada e, que quando fazem greve ou ferem ou matam alguém em defesa da população, são processados e criminalizados pelo seu ato profissional para o qual foram preparados; somos nós, povo, que servimos como massa de manobra ante uma mídia corrúpta e políticos inescrupulosos; somos nós, POVO: sou eu e é você... que vende seu voto por alguma regalia ou privilégio; que está se aproveitando do desespero das pessoas para vender seus produtos com preços absurdos; de você que critica, mas continua em sua inércia; que discute com os amigos, bloqueia e exclui nas suas redes sociais por diferenças políticas, quando os políticos não estão nem aí para a sua existência, só querem saber daquele voto que você vai vender ... Basta entender isso e fazer valer nosso poder, unindo-nos verdadeiramente àqueles que querem o bem do país. Vamos vestir nossas camisas vermelhas, verde/amarelas, vamos barulhar panelas, vamos para as ruas, vamos retomar o poder que emana do POVO, pelo POVO e para o POVO, e refazer nosso país. Metamorfoseemo-nos de "SOMOS TODOS CAMINHONEIROS" para "SOMOS TODOS BRASILEIROS"... Esta é a hora. Confesso: apesar que quase morta, minha ESPERANÇA ainda respira.
N.A.: Emocionada, dedico aos meus filhos Odilon dos Santos Costa da Mata e Pablo dos Santos Costa da Mata, que nasceram no mês de Abril, e ao pai deles José Fernando da Mata (in memoriam), que me cedeu sua seiva de vida.
Postado por Nina Costa em 13 de Maio de 2018 às 19:50
O que vai ser quando crescer???
Testando a inteligência do filhinho, os pais começaram a indagar o que ele vai ser quando crescer... Até que um dia, em sua inocência, ele respondeu: _ Eu telo sê gandi igol o tio qui icondi no gada opa da mamã!
Criança diz cada coisa!...
Moral da história: *Quem muito questiona acaba tendo resposta!!!
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 21/02/2012. Mimoso doSul, Espírito Santo, Brasil
Postado por Nina Costa em 13 de Maio de 2018 às 19:06
Nascimento de Arabel
Arabel nasceu num desses dias de verão... Uma tarde quente, ensolarada, mas com uns filetes de uma chuva temporã que caiam zombeteiros, aqui e ali. A chuva caia numa ruidosa sinfonia no telhado das simples casas, enquanto o sol teimava em brilhar atrás de umas nuvens brincalhonas. Era assim o dia de sol e chuva, calor e umidade, com as águas teimosas correndo pelo chão, quando Arabel nasceu... Ele vinha caindo vertiginosamente, com as asas encolhidas para trás, de olhinhos fechados com medo de bater no chão... Quando uma mão firme, calçada de luva o segurou pelos pés, e Arabel, com aquele medo, sequer respirava... encolhidinho, frágil, sem entender como entrava neste mundo. Aquela mão desejava fazer Arabel respirar o oxigênio, encher seus pulmões de ar, oxigenar seu cérebro, então aquela mão firme que lhe segurava os pés, recorreu à sua companheira e deu um tapinha no bumbum de Arabel. E Arabel sentindo a primeira dor do mundo, então chorou... Abriu os olhos, olhou em volta tentando reconhecer onde estava. Ai, o corpo lhe doía, ... Sentia-se tão pequenino. Antes era grande e forte, agora tão frágil... O que fazer nessa nova casca, nesse corpinho minúsculo? Chorar? Sentir o cheiro desta que vai acolhê-lo nos braços, amamentar ao seio e chamar de filho? Reaprender a viver?... Arabel naquele visgo vermelho que estavam tentando tirar de si. Introduziram uma sonda em seu nariz aspirando um líquido que ele sequer reconhecia, lavaram-no, vestiram-no e o colocaram numa máquina quentinha, mas não era quente como o céu, de onde ele viera... Não sei se pobre, não sei se feliz. Mas era Arabel no primeiro dia em que aqui nascia... Arabel sugou o seio daquela mulher. Arabel sentiu o carinho e a proteção daquelas mãos maternas. Arabel começou a olhar em volta e descobrir, agora, que mesmo sem as asas que se lhe quebraram na queda, poderia voar: voar na imaginação, voar no tempo, voar, ... mesmo sem sair do chão. Uns diziam que isso era brincadeira lúdica, outros diziam que era fantasia... Arabel hoje crescido, assina, e os outros chamam de poesia... Ahhh, Arabel! Ahhh, Arabel! Tu és um anjo perdido do céu...
By Nina Costa in 21/09/2014. Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
Postado por Nina Costa em 1 de Maio de 2018 às 4:10
A ENCICLOPÉDIA NOSSA VIDA SEXUAL
Ele era como um filho de minha mãe e mais um irmão para meus irmãos, não para mim... Eu não gostava dele como irmão, não o queria como irmão... mas ele me tratava como a irmãzinha caçula. Quando ele chegava, meu coração quase pulava pela boca, mas por não conseguir sair, se agitava dentro do peito, e eu não podia entender porque,... O porquê de aqueles grandes olhos azuis naquele rosto moreno queimado de sol me faziam tão desconcertada, aquele sorriso de lábios fartos me deixavam tão emocionada e a presença dele me dava tanta felicidade... Não era algo que eu soubesse explicar, apenas sentia... Quando ele bebia água, café ou suco, eu tomava no mesmo copo, para sentir o gosto dos lábios dele... Quando aos finais de semana, ia lá pra casa com suas tralhas, e me pedia pra passar sua roupa para sair com meus irmãos, eu alisava como se o acariciasse dentro delas e escondido cheirava suas camisas... Ele não tinha nenhuma orientação da mãe, e vendo uns livros que minha irmã comprara _ ENCICLOPÉDIA NOSSA VIDA SEXUAL _, ele pediu para levar e ler (claro que eu já havia lido os três volumes da enciclopédia).
Então, colocando em prática o que havia escrito nela, entre alguns poemas românticos de Goethe, ele um dia me trouxe uma flor de graxa vermelha e me deu escondido..., e eu, escondido, apanhei e a coloquei em um copo dágua e dentro do coração. Esse foi o sinal que me fez descobrir que aquilo que eu inocentemente experimentava era o sabor magnífico do meu primeiro amor. Deitado no sofá da sala entre dormindo e vendo TV, vez em quando ele me olhava com aqueles olhos de céu e mar, e eu sentia aquele azul como que me envolvesse numa cortina de fogo, e eu fugia daquele olhar por não saber lidar com aquela combustão que só ardia dentro de mim... Quando ele completou seus dezenove anos, resolveu ir embora para o Rio de Janeiro, tentar a vida lá, e eu fiquei esperando que um dia voltasse... quando voltou,eu agora com dezoito anos e ele com vinte e dois, veio sem avisar, e me encontrou na rua e me perguntou de sopetão se eu estava namorando ou paquerando alguém, ao que eu respondi que não. Perguntou ainda se podia ir pedir minha mãe para me namorar... 'Depois de quase quatro anos sem dar nenhuma notícia...', eu disse que fizesse o que bem pensasse, dando de ombro. Ele foi embora e em pouco tempo depois, recebi a notícia de que ele estava namorando a filha do patrão, foi quando eu comecei também a namorar aquele que se tornou depois, meu esposo. Neste mesmo ano, no dia 23 de setembro, ele veio e deu uma festa de aniversário para a mãe, sendo eu uma convidada, fui com meu namorado... Ele, no meio da festa, mesmo vendo-me com o namorado do lado, convidou-me pra dançar, e falou em meus ouvidos: "Broto, como você está bonita!", abraçando-me. Eu me afastei e disse que ia embora, esperando que ele dissesse "não vai, meu amor, eu te quero, te amo..." ou outra coisa assim. No entanto ele só disse que ainda era cedo. E eu disse "não" e me fui...
Nesse dia eu dei ao meu namorado aquilo que guardava há tanto tempo para ele, rompeu-se o lacre de uma história, um himen, um sonho... e eu que sonhei dar a ele minha pureza virginal, senti doer na alma meu defloramento, me vinguei de mim por amá-lo demais... A ENCICLOPÉDIA NOSSA VIDA SEXUAL não nos ensinou lidar com nossos sentimentos... A última vez que nos vimos, nos abraçamos forte como se quiséssemos comprimir o tempo e a distância que haviam crescido entre nós dois, eu senti o tremor e arrepios nos percorrer os corpos, e os corações baterem ambos em um compasso acelerado, e ele, olhando-me com aquels olhos de céu e mar, disse: "Broto, você continua muito bonita!"
Falamo-nos de nossas famílias e nos despedimos mais uma vez...
Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 10/02/2012
HORIZONTE LÚDICO
No LÚDICO espaço que pra nós criei
Um HORIZONTE feito de amor e amizade
Verdadeira EXPRESSÃO do que pra nós sonhei
A IMAGEM da magia que agora me invade.
E o qu'era brincadeira pra nós virou lei:
Sonhar, brincar, amar, não importa a idade
No LÚDICO espaço que pra nós criei
Um HORIZONTE feito de amor e amizade.
A lei é o carinho, EXPRESSÃO da verdade
Relembra o paraíso a IMAGEM que sonhei
Resgatamos o céu, não temos mais saudade
No tempo, o sonho mor em nós eternizei
Um HORIZONTE feito de amor e amizade.
By Nina Costa, in 09/06/2018
Mimoso do Sul, Espírito Santo, Brasil.
N.A.: poema resultante do DESAFIO POÉTICO. Palavras em tela eram: LÚDICO, HORIZONTE, EXPRESSÃO, IMAGEM, propostas por Marso