Posts de PETRONIO PAES LANDIM FRANÇA (505)

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Revoada

Eu, BEM-TE- VI
Você, BEIJA-FLOR
Por quem não beija
O amor?
Não foi SABIÁ
Ninguém me contou
Queixo-me, eu...
Ave CONDOR
Dona ESTRELINHA
Ate quis me contar
Que MINEIRINHO
Veio te buscar
Ah! Minha CIGANA
Você se iludiu
Faz tanto frio
Eu vou voar
De galho em galho
Feito ACROBATA
Embrenhar-me na mata
A cantar
Meu canto BAIANO
Ah, só Deus sabe quando
MARIA BONITA
Ira voltar
Minha  MARIANINHA
Minha amada ANDORINHA
A mãe natureza
De braços abertos
Cansada de esperar...
Por mim, BEM-TE-VI
Por ti, BEIJA-FLOR
Por quem? Não beija
O amor
(Petronio)
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DNA

Neguinha... Da pra mim!
Não sei amor
Eu vou pensar...
Da só um pouquinho, vai
Não sei, eu vou engravidar
Sou de menor, depois meu pai...Hum!!!
Duvido
Não
Aceitará

Amor! Não faz assim!
Neguinha, eu...
Vou segurar...
Ah! Só um pouquinho, vai...
Não sei, acho melhor parar
Sou de menor, depois eu sei...Nós dois!
Devemos
Não
Apressar

Porque depois de feito,  o jeito
É assumir o resultado
Desesperada eu, você, bem feito...
Padeço e você sossegado

Neguinha... Não é bem assim
O que amor?
Vim conversar
A gente só saiu uma vez
Então não tente me enganar
Ta na pior, depois já sei...Não sei!
Decidiu
Não
Abortar

E agora, diz, quem é o pai?
E o nosso amor...
Foi vadiar...
Amor, e o que a gente fez...
Será que eu tenho que provar?
To na pior, depois não sei...Já sei!
Deveria
Nunca
Acreditar... Ahhh!!!

Mamãe! Cadê papai?
Oh! Meu amor...
Foi trabalhar
Ele não veio outra vez
Não liga, logo ele virá
Ontem à noite eu chorei...Pensei!
Será que não vai mais voltar...Não sei!?
Nós dois! Assim como eu que não te abandonei
Deus
Não
Abandonará

Papai não quer acreditar
E sem grana pro DNA
O jeito então é aceitar...

(Petronio)

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CAMISA 10

(Simples homenagem a esses pássaros em extinção)

Eu era o dono da camisa 10
E a bola adormecia nos meus pés
Modéstia a parte
Ate que eu levava jeito
Futebol arte
De trivela e com efeito
E na cara do gol deixava sempre o centroavante
E quando não eu também ia pro barbante

Eu era o dono da camisa 10
E a bola deslizava nos meus pés
Não tinha pretensão
Nenhuma em ser Pelé
Mas, pra quem vive de ilusão
As vezes se achar Mane
Quando deixava o beque sentado no chão
Eu também tinha cá pra nós o meu “João”

Não vejo mais um passe enviesado
O vídeo-tape então me leva ao passado
E é só lá que eu me vejo
Tratando a bola com carinho
Driblando nuvens de saudades
Igual àqueles passarinhos
Que quase ninguém mais se lembra
Talvez porque a gente só via
Aqueles craques no álbum de figurinha

“Bola com Tostão, dribla Labone, passa por Bobby Moore, gira o corpo e toca para Pelé...o rei para, toca para Jair e é Gol! Gol do Brasil!
- Eu tinha 15 anos e naquele dia eu joguei como nunca! Quantas saudades!!!

(Petronio)

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DUAS RUAS

Na rua dos cegos um homem desperta
E engole seu ego sedento de falas
O sol na cabeça é um prego que espeta
E invade as entranhas do homem que cala
Na rua dos olhos uma mulher em tantas
Oculta seu rosto em tantos disfarces
Ah! Ela seria sem o véu uma santa
Entre tantas que trazem uma santa na face
Na rua dos cegos um homem no asfalto
Trazendo vestígios da morte em seu peito
Vagueia uniforme entre sobressaltos
Sonhando com a dama do asfalto... No leito
O leito da rua de olhos tão distantes
Que traz no semblante a mesma feição
Dos sonhos dourados do antes, do ontem
Hoje lapidados por homens sem mãos
Ah! Mãos, que agora na rua dos cegos
Sufoca seu ego sedento de falas
Enquanto se envolve nos últimos pregos
Que a noite recolhe... E depois, se cala
Na rua dos olhos... Na rua dos cegos
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PESSOAS

Pessoas são assim, como direi
Sujeitas a qualquer alteração
Fazem do bem o mal, do mal o bem
Na causa, no efeito e na ação

Pessoas mostram um lado tão sereno
Que dissimula e são escamoteados
Pessoas cospem todo o seu veneno
Com o antídoto na língua já conjugado

Pessoas são assim, como direi
Como outras tantas que estão mais adiante
São pessoas que Deus criou e eu modelei
Pra poder vê-las em mim sempre radiantes

Pra não ter que acordar culpando a cara
Que sofre com suas muitas frustrações
Já que aos olhos, o belo ao feio se compara
Quando a mente transcende a contradições

E todas dizem sim, e dizem não
Se contrapondo em suas inquietações
Cada qual fazendo jus a suas ações
Tão pessoais, dadas a persuasão...

Pessoas? São assim, sempre serão
Umas pra menos de tantas outras, pra mais
Onde todas se curvam e todas vão ao chão
E pelo pó, num todo se tornam iguais

Todas iguais...

(Petronio)
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O REINO DE "ERA UMA VEZ"

( Um canto de Esperança)

O reino de "Era uma Vez" é apenas um lugar
Que todos buscam, entretanto poucos conseguem encontrar
Muitos dizem que esse reino esta além da utopia
Mas pra mim ele só está a dois passos da alegria

Mesmo porque neste reino ser feliz é a sua lei
Sem que haja credos ou raças ou mesmo patrões e reis
Porque lá todos são senhores do seu próprio chão
Todos, vivendo apenas pelo labor de suas mãos

Dizem que no fim do arco-íris existem potes de ouro
E nas profundezas do mar existem muitos tesouros
Mas ouro ou mesmo tesouro me diz...quem irá querer
Se lá nós teremos tudo... Tudo o que se pode ter

Assim...Não há porque nos preocuparmos com o porvir
Pois a única obrigação é simplesmente ser feliz

Ah, basta fecharmos os olhos e tudo se transformará
E os sonhos com certeza irão todos se realizar
E o que era uma vez...No reino de “Era uma vez”
Com certeza outra vez será!

(Petronio)

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Prece ao Sol

Oh! Astro Rei da manhã
É com imensa alegria
Que abro janelas e portas
Para o amigo... Bom dia!

E ao vê-lo sempre sorrindo
Eu fico até sem graça
Quando me diz que a luz
Dos seus olhos se embaça

Quando avista o caminho
Por onde a vida passa
Mas, que por culpa tão minha
Se esconde na fumaça

Oh! Astro Rei da manhã
Pela luz de cada dia
Brilhe! Brilhe sobre os homens
Homens de mente tão vazia

Oh! Astro Rei da manhã
Eu lhe peço humildemente
Que ilumine a Terra
Enquanto houver sementes

Petronio)

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PELA FALA DA BALA

Sou bala perdida, sem alvo e sem direção
No peito a ferida ainda sente o impacto
Da dor desferida que escoa pelas mãos
Como peças retorcidas de um artefato

Carrego na espoleta minhas balas de festim
Pra não pegar de raspão o rechaçar das palavras
No espocar da escopeta o grito ecoa em mim
Tenho na língua o gatilho de todas as armas

Quem cala consente e quem consente cala
O alvo perfeito...de mim, de quem se assemelha?
Se a mente mente somente e pela língua resvala
E pelo espelho se espelha e pelo espelho se espalha

Pela bala da fala, que ecoa, pela fala da bala...

Petronio

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O ESPELHO

Meu espelho se tornou
Um provedor de inverdades
Diz ele que se quebrou
Por excesso de vaidade
Então pergunto: Espelho!
Com toda sinceridade
Esse ai dentro não sou eu
Por que distorce a verdade?

Eu sei que o tempo passou
Mas, não tanto assim espelho meu
Será que o tempo compactuou
Com o cara do espelho...Meu Deus!
Espelho! Não minta pra mim
Não peço nenhuma caridade
Sei que esse ai dentro não sou eu
Não sou eu! Por favor! A verdade!

Petronio

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Filhos da Creche

Eu sei que para certos pais
Ter o filho na creche
É menos um que padece
É uma boca a menos
Depois filhos tão pequenos
Precisam mesmo de amparo
Porque viver custa caro
E os pais precisam sonhar

Mas dá pra sonhar sem comida
Se sonho não enche barriga
E depois sem nenhuma ajuda
Vira um Deus nos acuda
É o aluguel que atrasa
Tiram a luz, a água e a casa
E o filho mais novo em prol
Sem creche vai pro farol

E assim nasce mais um brasuca
Descalço e isento de culpa
No meio de todos nós
Alguém ouvirá sua voz?
Certamente será só ouvido
Depois daquele estampido
A sociedade agradece
Oh! Se estivesse na creche?

Saberia o pobre rebento
Que sempre tem alguém propenso
A fazer o que só lhe compete
Quando manda o filho pra creche
Oxford, Harvard, Caltech…
E o cabra só sai de lá doutor...
E depois, o que acontece?
Você não tem filho na Creche?
Se tiver, espere pra ver
O que o Doutor fará pelos nossos
Quando ele se eleger
Espere!
Espere pra ver...

Petronio

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Apocalipse do Lar (Ato II)

A gente briga, briga e sempre briga
E depois de tantas brigas
É que a gente faz as pazes
Quem esta de fora pensa e como pensa
Que nas nossas desavenças
Nós somos dois kamikazes
A impressão que fica é que um dia
A casa vai com tudo pelos ares

Discos voadores lançam facas e garfos
Deus salve os desertores se dessa eu escapo

Eu juro, juro e juro que depois
Se escapo são e salvo
Peço paz e até dispensa
E nunca mais serei mulher o alvo
Das maluquices de quem pensa
Que nasci pra ser escravo

Não estique os cobertores que vou juntar meus trapos
Quem vive de favores, é... Nasceu pra ser farrapo

E não me peça, peça, não me peça
Que nessa não vou ficar
Melhor que cada um vá pro seu lado
O lado que melhor achar
Depois, instalei o arame farpado
Pra de ti eu me cercar

E quanto aos penhores, eu sei! Sou pós-contrato
Coisa de perdedores, tem outro no retrato
É, quem mora de favores vive no anonimato...
Ah! Quem dorme de cachorro pode até acordar de gato
É fato...

(Petronio)

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Apocalipse do Lar

Peço que fique em silencio, não quero que digas nada
Prefiro você calada em nome do meu bom senso
Você passou dos limites, quebrou a mesa e os pratos
No lixo achei meus sapatos, baixou o apocalipse?

Ate o pobre do gato virou papel de parede
Você rasgou minha rede, não sei por que não te bato
Esse destemperamento, depois me vem com desculpas
Entendo, é minha culpa, mas nesse exato momento

Peço que fique em silencio, não quero que digas nada
Prefiro você calada e quer saber o que eu penso
Preste atenção e me ouça, assim que nascer o dia
Irei na Casas Bahia comprar sua Lava-louça

Enquanto isso sossega, se apegue no seu calmante
Já não temos o bastante e o que tem você quebra
De tarde, noite ou manhã, assim estamos na roça
Você anda muito nervosa...Não tomou o Diazepan?

(Petronio)

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Maquiagem

Não há rugas na pele da atriz
Nenhuma celulite, e muito menos variz
No corpo haverá cicatriz?  E os quadris...ahhh!!!
Sempre sorrindo parece tão feliz

A pele mais parece de louça
O sol toca-la? Não ousa
O mar, só em seus olhos repousa
E se nele o corpo banhar... A pele tosa

Que bom que tudo nela é irreal
Sim, Ela vive num mundo virtual
Pois quando cai o pano ela é igual
A mim e a você, tão natural

Diante do espelho há uma imagem
E nela com certeza um personagem
Somos todos mambembes em viagem
Retocando sempre a maquiagem

Ah! Não há rugas na pele da atriz...
 

(petronio)
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Anjos e Índios

Os anjos no céu
Com toda razão
Devem estar preocupados
Porque homem branco
De toda nação
Chegarão aos bocados
Todos desocupados...

Para ocupar seu pedaço de chão
Como prometido
Espero que sem artefatos de guerra
Ou algo parecido
Já que em se tratando de homem branco
Tudo é bem possível
Todos nos sabemos o que eles fizeram
Com todos o índios
Os anjos que herdaram de Deus, esse paraíso

Vai chegar grileiro, posseiro, sem-terra
E latifundiário
Trarão empreiteiras pra mudar a cara
Do novo cenário
E nem é preciso dizer quem serão
Os proprietários
Os inventores dos dogmas e leis
Que nos fazem de otários
Só espero que Deus tenha feito o inventário

Porque senão
Os anjos do céu
Vão ganhar seu Xingu
Como os índios da terra
Sem paz e sem guerra
Sem terra e nus
Completamente nus!

E Deus que se cuide
E cuide bem do que é seu
Que o sonho de homem branco
É de um dia ser Deus

(petronio)
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O ASTRONAUTA

Eu brincava na minha rua
Como aquele astronauta
Que pisava sobre a lua
Feito o menino peralta

Que corria e pulava
E cantava de alegria
Assim que o dia chegava
E o astronauta adormecia

Porque com a luz do dia
Lá do seu mundo da lua
Certamente ele sabia
Que do meu mundo da rua

Eu quase sempre estava
Também no mundo da lua
Quando às vezes sonhava
Que brincava lá na rua

A rua de ouro e prata
Com seus painéis azuis
Onde eu e o astronauta
Brincávamos de apanhar luz

Ah! Hoje eu vou brincar na rua
Do meu amigo astronauta
Sabe! Eu vou voltar pra lua
No meu foguete de lata

PLUNCT PLACT ZUM
ZUUUUNNNNNNNNNNNN!!!!!!!!
EU VOU PARTIR SEM PROBLEMA ALGUM

(Petronio)

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Espelho D'água

Cruzando de carro
Pelas alamedas da nossa São Paulo
Nesse transito louco a chuva de há pouco
Deixa o dia abafado...E o rádio ligado
Toca sempre a mesma canção para espantar o tédio
Meus Deus haja pouco tijolo para tanto prédio
Nas marginais o coração bate mais
De Leste a Oeste pra cardíaco é um teste
São Paulo é assim, sou eu e você
Todos refletidos nesse espelho d’água que é o Rio Tiete

E tão distraído que sou
Só vi quando a moto passou
Levando o meu retrovisor
Cego! Filho de uma rapariga
Juro que ainda passo por cima
Porra meu! Para com essa buzina
Assim não há quem aguente...
Não vou nem pra traz nem pra frente
Dessa vez o patrão me da férias permanentes

Desligo o rádio
Desabotoo a camisa
Fumo o ultimo cigarro
Do alto o sol me avisa
Que daqui a pouco o céu vai cair
Para lavar meus pecados
E deixar tudo fluir
Já que São Paulo é assim
Não sabe viver parado

E se São Paulo não pode parar
O rio deve correr...
Porque a vida em São Paulo sou eu e você
Todos refletidos nesse espelho d’água que é o Rio Tiete
Rostos retorcidos desaguamos todos no Rio Tiete.

(Petronio)

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Demasiadamente Bela

Demasiadamente bela
Tão bela que a beleza  se distrai
E se derrama pelas ruas
Por onde a menina vai
Levando consigo a leveza
Onde só os traços da beleza
A todos os olhos atrai

Por ruas de acanhados homens
E flores desamparadas
Que se corroem e se consomem
Por entre espinhos e espadas

Por ser demasiadamente bela
A menina que ora vai
Envolta aos ensejos da rua
Ela pelas ruas se esvai
A levitar com tal leveza
Pelos contornos da  beleza
Onde os olhares se distraem

Demasiadamente...Cegos

(Petronio)
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De São Paulo à Bahia (Num pulo)

Se num pulo eu pudesse
Chegar aonde eu queria
Esse pulo com certeza
Na certa me levaria
Pros braços da minha amada
Que mora lá na Bahia

Seria um pulo gigante
Daqueles de amarelinha
Por cima do Rio, de Minas
Na certa eu pularia
Pra me levar bem ligeiro
Para os braços de Maria

Creuza, Bethânia, da Graça
Maria Bonita... Maria
E ainda que não fosse em tantas
Certamente Maria seria
Bendita em todas as mulheres
Que moram lá na Bahia

E porque não no Nordeste
O Norte e o Sul, o que seria?
O Centro-Oeste sem elas
Não sei que graça teria
Aqui no Sudeste como eu
Sem ter o amor de Maria

Que vive de mim tão distante
Ah! É o destino Maria...
Mas se num pulo eu pudesse
Ir de São Paulo à Bahia
Nos braços da minha amada
Eu sei que agora estaria

E não pensaria duas vezes
Te juro que eu pularia
Por cima de Minas, do Rio
Ah, Maria, o que eu não faria
Por você eu faço qualquer coisa
Será que alguém duvidaria?

 (Petronio)

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MAPPIN!

Ao sair da estação do Metro
O Anhangabaú mais uma vez me sorriu
Na Xavier de Toledo me falou
Que lá na 7 de Abril
Um novo amor enfim irei encontrar
E faremos novos planos
E ela virá pelo Viaduto do Chá
E na Conselheiro Crispiniano

Vamos ao Mappin olhar suas vitrines
Mas eu nem sei o seu nome
Dirá talvez na Barão de Itapetininga
Ou quem sabe na Marconi
Nós dois juntinhos na Dom José de Barros
Curtindo um velho e bom vinil na Wop Bop
Na Ventania, Mesbla, Afins dos Baratos
Krigh A Bandolo e a Galeria do Rock...

Que tal a gente subir pela São João
Vamos pro Mappin, hoje começa mais cedo
Que hoje é sábado e depois tem Saldão
O melhor point da Xavier de Toledo
São tantas lembranças Meu Deus!
E quanta saudade
Quando a juventude
Ainda segurava as minhas mãos

“Mappin! Mappin!
Chegou a hora...Mappin!
Venha correndo...Mappin!
É a liquidação!”

(Petronio)

Saiba mais…

DA CASCA DO OVO

Todas as ruas cobertas de panfletos
Papeis picados que rolam pelo chão
Todos se exaltam como é de direito
Entre sorrisos e apertos de mãos

Mudam-se as caras mas não trocam a fita
Velas ao vento são promessas já ditas
Benditas pra quem tanto acredita nelas
Lá no palanque estão os oradores
Semeiam sonhos como se fossem flores
As flores de plástico...da nossa janela

Flor que faz parte dos anseios do povo
Que vai com fé e acredita na lida
Como quem quebra e sai da casca do ovo
Pronto pra um novo recomeço de vida

E o vento sopra e leva tudo embora
E a tempestade vem e varre o chão
Pelos bueiros imundos desse mundo agora
Todos os sonhos uma vez mais lá se vão

Mas não se deixe esmorecer meu irmão
Que outros tantos sairão dessa gente
Serão serpentes que se alimentarão
Da fé de quem espera pacientemente

Que nasça finalmente um ser presente
Que irá plantar e regar a semente
Da felicidade...na palma das mãos
Daqueles que acham que nada será em vão
Ainda que tudo, seja só mais uma doce ilusão...

(Petronio)

Saiba mais…
CPP