Posts de Paulo Mauricio G. Silva (111)

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REFLEXÃO DIANTE DA FOTOGRAFIA DE UM MORTO

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Era um traço sinistro… Ele o trazia
em um tempo em que nada se notava...
Nada tinha… Só as vestes que trajava...
Nada mais do que o livro que ele lia.

Uma vida sem rastro ele seguia...
Nem chave de uma porta ele guardava.
E quando a luz de um sonho lhe tocava,
gracejava de si mesmo e sorria.

E um frasco de fatídicos esboços,
– uma caveira e dois cruzados ossos, –
foi–lhe o cálice, um dia, após a prece…

Hoje, vendo–lhe a foto na moldura,
relembro, frente à vida, a sua postura...
Como se todo tempo já soubesse.

(Paulo Maurício G Silva)

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QUERO DIZER-TE

3186752275?profile=RESIZE_710x Quero dizer–te tanta coisa, tanta…
Só o silêncio de um olhar diria…
Somente a paz de uma manhã que encanta,
ou a sublimidade da poesia.

Quero dizer–te tanta coisa… Canta
– Não vês? – em meu gesto uma melodia…
Que voz me vem ao fundo da garganta?
Que palavra a minha alma silencia?

E de nada dizer–te, canções teço...
Não sei que linhas sem fim nem começo,
as regem nos meus momentos diversos...

Sei que um dia seguirei adiante ...
Uma sombra perdida, drapejante,
levando a cruz dos meus catorze versos…

(Paulo Maurício G. Silva )

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UM POUCO DE MIM

3181745809?profile=RESIZE_710xHá um pouco de mim em tudo o que faço...
Um pouco de mim em tudo o que deixo...
Nas sombras do jardim, onde me queixo,
no trilho que me guarda cada passo...

Há um pouco de mim em cada traço...
Numa música, numa frase, um trecho…
No poema perdido, sem desfecho...
Nas páginas de um viver sem laço...

Porque não haveria então, de ser
nesta lágrima triste a se perder
como canção ao vento… Folha morta…?

Nem haveria de ser, na tarde ociosa,
num portão a ranger… Também na rosa
ainda a desfolhar–se em tua porta…?

(Paulo Maurício G Silva)

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EU

3177212720?profile=RESIZE_710xEu, que dos dois fui o mais sonhador...
Eu, que te trouxe buquês de carinho...
Sorvi o fundo da taça do teu vinho...
Até beijei do teu portão a flor…

Eu, que bordei com o amor maior,
meu coração nas fimbrias do teu linho...
E uma sombra plantei no teu caminho,
dizendo que ali estou... Em teu redor...

Eu, que guardei, um dia, a tua imagem
em meio às rosas de cada paisagem,
oferecidas ainda nos ramos...

E abraçei tua fotografia
cada hora, cada noite, cada dia…
De repente... Eu que digo… – Nós tentamos!…

(Paulo Maurício G Silva)

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NA JANELA

3171942334?profile=RESIZE_710xOlhas os céus na ensombrecida hora,
quando a primeira estrela irradia...
E a brisa em tua fronte cismadora
tem notas murmurantes de poesia.

Olhas os céus, noturna, sonhadora,
quando a lua entre nuvens se anuncia...
E te deixa com um olhar que ora
aos sinos de uma doce Ave Maria.

Olhas os céus… Serena… Em devaneio,
revoando a cortina de cetim...
Cabelo ao vento… Rosa junto ao seio...

Envolta nos perfumes do jardim.
Olhas o escuro céu de encantos cheio…
E pensas talvez… Num amor sem fim...

(Paulo Maurício G Silva)

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QUERO-TE ASSIM

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Leve, de pés descalços, a girar,
chuva de pétalas a cair sem fim...
Raios de sol a te acortinar...
Braços abertos aos quatro céus… Sim…

Carícia delicada no olhar,
toda vez que te voltas para mim...
Doce perfume pondo rosas no ar,
como se caminhasses num jardim...

Pensativa, talvez, raiando o luar...
O verso sobre a folha, a despontar...
Da janela, um perfume de alecrim...

Ou, no espelho, um sorriso a me esperar…
– Pode até teu coração, duvidar.
É assim que te quero… Quero-te assim!

(Paulo Maurício G Silva)

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MAIS UM DIA SEM TI

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Sei que virás... O coração pressente
a tua sombra na luz que debanda…
A hora chegará tão docemente,
como um perfume suave, de lavanda.

Plange a torre, longe e soberbamente…
O relógio em monótona ciranda…
E não tange a sineta reluzente
no seio ensombrecido da varanda.

Desce a chuva lá fora, costumeira…
Mais uma hora escoa–se… A vidraça
inexpressiva fita a cordilheira.

Teus lábios, ainda espera, a fria taça...
A tua sombra, o clarão da lareira…
– E mais um dia sem ti já se passa!…

(Paulo Maurício G Silva)

 

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LUZ

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Luz… Sublime luz… Celestial, talvez…
Como haveria de, enfim, explicar?
De uma estrela nos céus a cintilar...
De uma chama em dourada lucidez…

Luz… Suave luz… Que acarinha a tez…
Delicada como um véu de luar…
De um abajur o sono a me velar...
Luz de cristal num verso em fluidez…

Da lâmpada zelosa do aconchego,
das horas reflexivas de sossego,
de um gesto a me afagar, vindo do céu…

É essa luz que me ponho a definir
como um mistério da alma a transluzir…
Essa luz… Que é a de um sorriso teu!…

(Paulo Maurício G Silva)

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MINHA ALMA CHORA

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Minha alma chora nas noites sem luar,
a dor de um coração amargurado...
Como no alto de um cerro desolado
uma árvore sozinha a murmurar...

Como chora o céu cheio de pesar...
Como chora o jardim despetalado...
Ou na ponta de um galho desfolhado,
o corvo melancólico a soar…

Farfalhos em constante alarido...
Os ventos arrancando um gemido
da paisagem tristonha, a pervagar…

As folhas arrastando–se, amarelas...
O toque solitário das capelas…
É minha alma nas noites, a chorar!

(Paulo Maurício G Silva)

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EU TE AMO

 

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Eu te amo... Te amo... Te amo tanto...
Não me canso jamais em repetir...
A tarde rumoreja, num encanto
que parece dizer do meu sentir...

Eu te amo... Te amo... Te amarei, enquanto
uma flor sobre o chão ainda existir...
Um raio de luz... Uma sombra... Um canto...
Na varanda uma rosa a se abrir...

Eu te amo… E os ventos ressoam "eu te amo",
quando balança-se um fino ramo
e a nuvem mansa desliza nos céus...

Eu te amo… E o verso também diz “eu te amo”...
… É um poema que a sós declamo!
Um poema… Depois de um adeus...

(Paulo Maurício G Silva)

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HORAS MANSAS

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Horas mansas que trazem nostalgia...
Horas estranhas de doçura e fel...
Que tudo se aquieta, silencia,
como uma melodia que morreu...

Horas mansas, que a brisa acaricia...
Que a nuvem desfia-se no céu…
Sensação obscura, fugidia,
de tudo que se foi... E se perdeu...

Horas mansas das tardes pensativas...
Que as folhas distanciam-se, furtivas...
As sombras se comungam, no apogeu…

De mistério… Vaga melancolia…
Que retorno em silêncio à moradia
sem ninguém a esperar retorno meu...

(Paulo Maurício G. Silva)

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OS DIAS MEUS

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Dias de solidão sob os beirais...
De silêncios, de vagos apogeus...
Que na praça de folhas outonais
a igreja branca aponta frios céus…

Que as almas frágeis se irmanam mais...
Horas cinzentas agitam os véus...
Também as borboletas nos quintais
desfolham–se, fechando ciclos seus...

Dias que sopram nas ruas singelas,
com ares de tristeza nas janelas...
Dias que lembram um distante adeus...

Dias de névoa, de vazios ninhos,
ramos nos ares, folhas nos caminhos
sem os teus passos ao lado dos meus...

(Paulo Maurício G Silva)

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TEU VIOLÃO

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Magia de acordes, delicada…
Doce magia… Tons da inspiração…
Lembra o som de uma aurora imaculada.
Louros trigais dourando a imensidão.

Que vibração celeste, sossegada…
Raios de sol abrindo uma estação…
A alma flutuando acariciada
pelas notas sublimes de um refrão.

Melodia suave, ritmada…
Afagos de uma brisa perfumada...
Remanso de uma tarde de verão.

Envolve–me a bucólica energia…
Meus nervos embriagados na harmonia
são cordas musicais do teu violão...

(Paulo Maurício G Silva)

 

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CONFISSÃO DE UM TRISTE

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Venho de um caminho penoso… A vida
de que é vida mesmo até se esquece…
A luz que me ilumina e que me aquece
é a luz de uma estrela decaída…

Aferroa–me a chaga dolorida…
O anjo da morte meu sonho enternece…
Que altivos céus acolhem minha prece
quando cintila a lágrima sentida…?

Busco uma palavra, um gesto, uma mão…
Martirizo–me em todos os espinhos…
Maldigo deste cálix, deste pão.

Grito sem respostas… Procuro em vão…
Na poeira sem fim dos descaminhos
já nem sei, os meus passos, pra onde irão...

(Paulo Maurício G Silva)

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DEVANEIO

3136337801?profile=RESIZE_710xTocaria os teus lábios uma vez
que os teus lábios tocassem os meus,
quando a tarde de suave calidez
ensombrecesse vagamente os céus...

Flores de branquejante nitidez
espalhariam no chão brios seus.
Que voos buscariam os teus pés,
uma vez que eu tocasse os lábios teus...

Seguiria contigo, desde então.
Um amante trajado em altivez...
Um cancioneiro com o violão...

Ou na garupa de um alazão,
te levando comigo, sem revés...
- Mas sou apenas um ser deste chão!

(Paulo Maurício G. Silva )

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TUA PRESENÇA

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Eu te sinto aonde quer que eu me veja...
Num jardim de perfumes liriais...
Na varanda florida que festeja
a alegria das luzes matinais...

Na solidão quando o luar me beija...
Numa praça de folhas outonais...
Ou na sombra que meus passos fimbreja,
voltando ao meu refúgio de paz.

Todo tempo comigo te imagino...
Feito um anjo que me guia e conduz.
Todo tempo, ao redor... Como um véu fino,

tua presença tanto se deduz,
que eu me vejo, um dia, em desatino,
arrancando do chão a tua cruz...

(Paulo Maurício G Silva)

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BORBOLETAS EM TEU JARDIM

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No teu jardim florido, bem cuidado,
que véu sublime de luar que desce...
Zelam correntes e um cadeado...
Como os portões e o luar em prece.

Sejam flores que roçam o telhado...
O vento que as folhas enaltece...
Um perfume sutil e delicado
circunda… E após, se vai… Desaparece.

Amanhecendo vagarosamente,
a limpidez é de um azul sem fim...
Versos de amor abrindo-se ao nascente,

inspirações bailando em alecrim…
Flores de uma alma que saudades sente...
São borboletas voando em teu jardim.

(Paulo Maurício G Silva)

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MEU CORAÇÃO

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Finalmente chegaste e te acolheste.
Bate sol nas vidraças por agora...
A luz compondo tua sombra sem veste
como música eterna e sonhadora...

Fecha os olhos. Aspira este ar celeste.
Tudo é silêncio e calma, dentro e fora...
Há frutos, sobre a mesa... Um toque agreste
ainda orvalhando flores da aurora.

Há paz sublime nas horas desertas.
Em cada canto, lindas descobertas.
E o dia se vai, numa transparente asa...

Vais te vestindo em noturna leveza…
Folga ao clarão de uma poesia acesa.
– É tua a poesia. É tua a casa!

(Paulo Maurício G Silva)

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VERSOS QUE NÃO TE MANDEI

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Quero a luz do teu riso de ternura...
Essa luz... Como desde sempre quis...
Tua sombra na tarde que fulgura,
marcando minha página feliz...

Eu quero a essência da tua alma pura…
Teu beijo delicado de anis...
Tua voz como brisa que murmura
num crepúsculo de doce matiz...

Quero o brilho da tua silhueta acesa
à minha porta aberta... A tua certeza...
Teu olhar como música dos céus...

Uma lágrima tua nos meus versos...
Tua mão, num caminho sem reversos...
E o teus passos ao lado dos meus.

 (Paulo Maurício G Silva)

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NUM DIA DE LUZ

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Foi num dia de luz... Em que o velhinho
o abandonado canteiro, refez...
Numa janela reabriu-se um linho,
ao horizonte azul em lucidez...

Um desses dias em que alguém sozinho
bendiz do sol: “Que doce limpidez…”
Em que o descrente abandona o vinho,
e olha para os céus mais uma vez...

E reacende-se uma flor de giz
na solidão de uma rua sem saída...
E seca-se uma lágrima infeliz...

Num dia de luz… A porta esquecida
adentraste, num bálsamo de lis…
E deste vida… Vida… À minha vida!

(Paulo Maurício G Silva)

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