Posts de Sandra Medina de Souza (113)

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Insanidade

Uma agonia esse sentimento!
Alojado no peito e nas entranhas.
Sol que ilumina os meus pensamentos!
Vida que segue em artimanhas.

Escorre um sorriso saído dos olhos!
Penetrante e caliente, primaveril.
Dos lábios o som que revigora!
Uma alma perdida nascida em abril.

Paixão que alimenta esta alvorada!
Enraizada no seio achacado e abissal.
Loucura que trata essa temporada!
Profana e doente, incondicional.

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Sandra Medina

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas em pé, planta, flor, atividades ao ar livre e natureza

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Tatuagem

Tatuagem

Então, vagarosamente chegaste afinal!
Derrubando as barreiras na contramão.
Trazendo o vinho degustado no astral!
Enfeitando o abismo de um coração.

Presente de outono embrulhado em anil!
Melodia romântica, doce ilusão.
Versos cantados e um corpo febril!
Perdido procura-te! Nessa multidão.

Profundo abismo este destino enfeitiçado!
Que enlaça as almas nessa perdição.
Poema que expressa o amor encantado!
Tatuado na pele e no coração.
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Sandra Medina

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Consolo da Noite

Da noite, colho os sonhos desvalidos

E imploro à brisa fria um consolo,

Nos braços das estrelas dissolvidas

Amanso minha alma, lento agouro.

 

Oh lua, adereço e sortilégio

Que vela o meu sono afanado

Envolva-me no canto de minerva

Oh lua, companheira de jornada.

 

Em versos, deixo a alma gotejada

Contorno o hemisfério surreal

Por vezes me encontro fatigada

Sugada pelo espaço imperial.

 

Descanso nestas noites de alfazema

Com a chuva dedilhando o astral

Com o lápis, o caderno e um tema

Rabisco a trajetória ancestral.

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Sandra Medina

 

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Evasão

Debruçada nestas noites de algodão

Sinto a alma levemente se esvair

Entre estrelas na garupa da ilusão

Decorando este espaço souvenir.

 

Em um voo alucinógeno e surreal

Cumpro a faina meramente adormecida

Alinhavo-me a aurora boreal

Deixo a vida levemente enaltecida.

 

Nos canteiros de alegria um sorriso

Uma rosa esperançosa ao pôr do sol

A loucura que embeleza o paraíso

A fragrância borrifada ao arrebol.

 

E os astros que enfeitam meu casulo

Tens a luz que irradia emoção

Me refaço nestas horas de desuso

Em que alma se entrega ao coração.

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Sandra Medina

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Refrigério

Tenho em minhas mãos a poesia

Desabrochando neste vale de ilusão

Minutos de cautela e alegria

Um acalanto envolvendo a solidão.

 

Letras que envolvem o meu ser

Rimas que medicam o coração

Versos que me faz compreender

A trajetória que se arrasta em exaustão.

 

Vivo agregada entrelinhas

Intercalando temporadas de paixão

Sigo os bem-te-vis e as andorinhas

Neste universo na garupa d’um trovão.

 

Sinto a veemência das palavras

Que soam alto nas entranhas abissais

Vivo de euforia e algazarras

Amenizando os infortúnios e meus ais.

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Sandra Medina

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Reajas!

Saberás um dia, talvez bem tarde,

Que andas apagado feito neve

Se esquivando da ventura, um covarde,

Desperdiçando a aurora que revela.

 

A tua angústia, oferta do zodíaco,

Esmerilha o teu ventre nauseado

Purifica tua mente hipocondríaca

E liberta tua carne achacada.

 

Derrotas o medo, da vida!

Solte as amarras germinadas na infância...

Viva teus sonhos e navegues destemido.

 

Percorras este vale, coragem!

Sinta a energia ofertada do sistema...

E quando for noite, adormeças num poema.

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Sandra Medina

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Extração

Andei costurando emoções

Com linhas banhadas de lua

Reguei com afeto e perdão

Meu corpo e minh’alma nua.

 

Chorei nessas noites sombrias

O sangue que banha meus olhos

Com doses de dor e poesia

Adornei a estação de abrolhos.

 

Por vales saibrosos caminho

Sangrando os pés que incendeiam

A beira do rio fiz meu ninho

Com folhas d’um abacateiro.

 

Medico com ervas daninhas

Os pecados do seio profano

Me embarco num redemoinho

Extraindo um tumor desumano.

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Sandra Medina

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Oh, criatura!

Acostuma-te às tardes dilatadas

Criatura germinada em vendaval,

Banha-te nos raios gotejados

Ofertados pela luz do arrebol.

 

Expurgas o veneno das artérias

Ó ser plantado neste mundo vão,

Medicas tua alma com quimeras

E envolva com um lírio o coração.

 

Alimenta-te de águas temperadas

E dos fluidos recebidos das manhãs

Não permitas zombeteiros na jornada

Sempre em frente tendo a lua como irmã.

 

E assim alinhavado à natureza

O teu corpo achacado ganha vida

Entregando-te as ondas curandeiras

Voas alto sem dolência e despedida.

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Sandra Medina

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Vale achacado

Neste vale traumatizado e enfermo

Onde encontra-se a completude do ser

Todos vivem perambulando a esmo

Destinados a ilusões d’um prazer.

 

A nascente de águas vermelhas se finda

Deixando a vida esquálida e fria

O coração revoltado em berlinda

E uma alma plantada em poesia.

 

Na imensidão dos pesadelos gritantes

A sintonia benevolente desenlaça

No ancoradouro uma estadia inconstante

E uma viagem que a existência amordaça.

 

São as mazelas que enfeitam este espaço

Tão catatônico, desarranjado e azul

Os astros brilham amenizando o inchaço

Deste invólucro desajeitado do sul.

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Sandra Medina

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Versos guardados

Queria escrever-te os versos afinal

Que a minha alma tem para te oferecer!

Guardados no templo sagrado e abissal

Bordados pelos sonhos num endoidecer.

 

Tenho urgência que sejam alforriados,

São como pétalas sorrindo ao sol...

Queria escrever-te esses versos raros!

Nesta tarde cinzenta no pós-arrebol.

 

Mas, minha quimera, eu fraquejei,

No templo sagrado o amor eu guardei...

Poeta é intenso e tem queda por dor.

 

Escrevo-te somente as letras doridas,

Espero que nunca sejam esquecidas...

E, quem sabe algum dia eu fale de amor.

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Sandra Medina

 

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Dor da alma

E ela dói, dói a dor da eternidade

Quão perverso é este caminho do nada

Açoitada em seu casulo de fada

Segue o rio em sua docilidade.

 

Essa dor, um castigo tão bem aplicado

Ou um karma de origem instável

Oscilando entre lágrimas louváveis

Na carcaça do ser açamado.

 

Oh dor, que me arrasta desde os dias frios

Entre pó, entre rochas e penúria

Provocando o desprezo e a fúria

Desta alma sedenta e vazia.

 

Dói, uma dor que o corpo inebria

Sepultando os desejos agudos,

Uma dor hedionda e muda

Escoltando esta vida arredia.

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Sandra Medina

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Dispersão

Enquanto minha mente se alterna

Oscilando entre um pensar soberano

O meu corpo amuado se entrega

Ao mistério celestial e profano.

 

Minha pele vestida de sol

E os meus olhos num riso apático

Entre estrelas e alguns girassóis

Sobrevivo com os sonhos asmáticos.

 

Nos tropeços dos dias penosos

Reconheço a glória alcançada

Sigo imune as chagas venosas

Libertando os medos atracados.

 

E bailando minh ‘mente vagueia

Segue a alma que adormece ao luar

Ouço o som da brisa que incendeia

Vou bem longe pra além do pesar.

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Sandra Medina

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Partida

Com os olhos marejados caminhei

Por bosques e estradas suntuosas

Nas curvas deslocadas me aninhei

E vi a solidão esperançosa.

 

No ventre das mazelas velejei

Senti a dor vibrante embarcar

Ferida à alvorada me entreguei

Deixando a emoção me embalar.

 

Em noites aneladas tatuei

Os versos recitados em outrora

Nas letras libertinas encontrei

A carta de alforria e fui embora.

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Sandra Medina

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Semeadura

Em cada passo eu deixei

Marcas d’uma essência audaz

Grãos de amor eu plantei

No campo da existência voraz.

 

No entardecer eu busquei

A luz laranja do céu

No arrebol me encontrei

E fiz da noite meu véu.

 

Vivi as dores cedidas

Pelos pensamentos de outrora

Mas fui fiel a minh’lida

Deixando as queixas de fora.

 

Não é ilusório sonhar

Com a colheita almejada

Desde que saiba amar

Sem se perder na jornada.

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Sandra Medina

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Sobrevivencia

Viestes de longas e doridas metamorfoses

Enterro sucessivo de vidas vazias

Nenhuma testemunha assistira o acorde

Somente a solidão fizera companhia.

 

Acostuma-te a lida que te espera em chama

Fogueira de ilusões e sonhos recolhidos

O mar que todos amam pureza emana

Saudade tem história além do infinito.

 

Tomas coragem. Percorras o universo!

Coloque as estrelas e o sol em teus versos

A alma que voa é a mesma que vive.

 

Se embora alguém inda cause mazela

Abençoas este corpo e vivas em quimera

Regurgitas tuas dores e sobreviva!

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Sandra Medina

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Provinda

Vens das manhãs de dias frios,

Das regiões ensanguentadas e desérticas

Quando chega a noite entrega ao rio

A desventura e se entrega ao poético.

 

És rocha desabrochada em um jardim

De rosas brancas, amor e margaridas,

Borboleta da alvorada e um jasmim

Atinge o seio das lembranças homicidas.

 

Moça, tu rejeitaste o lamento ofendido,

Os teus pés calejados no caminho,

Tua face queimada pelo sol.

 

És do abissal porém bendito

Em teu ventre a semente do carinho

Por isso a reverência ao arrebol.

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Sandra Medina

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Madrugada

Oh, madrugada silenciosa e reluzente!

Agradecida pelos sonhos ofertados...

Entrei em cena perfumada e sorridente!

Cumpri as horas e o roteiro amargurado.

 

Senti-me leve flutuando em alegria...

Com a alma livre derramando emoção!

Alinhavei os sentimentos que queria

Na minha pele e também no coração.

 

Voei bem alto como faz a andorinha...

Entrei em transe e me entreguei a ousadia,

Fiz do meu sonho minha terra encantada.

 

E agora fico com a esperança flamejada,

Guardo no peito essas doses de amor

E a fragrância que deixaste numa flor.

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Sandra Medina

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Dor desumana

Tomou-me essa dor tão desumana

No dia do encontro com o mar

Nos olhos marejados desengano

E um brilho semelhante ao luar.

 

Nos braços venturosos o infinito

Com amor abençoando o despertar

Ao longe uma canção soava aflita

Ferida pela brisa em seu lar.

 

Tachada com o sinônimo de areia

Plantada entre rochas e espinhos

Com a alma leve feito as sereias

Segui ornamento meu caminho.

 

A dor que tem me feito companhia

Desconhece o sol que trago no bornal

Com ele eu redijo os meus dias

E vivo como a aurora boreal.

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Sandra Medina

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Voejar

Regorjeios na lateral de meu encéfalo

Perturbada vejo a noite navegar

Tenho marcas açoitadas no reverso

Sou estrada desenhada no luar.

 

Ambulante esta vida emaranhada

Um casebre de ideias temporais

Pensamentos displicentes na calçada

E uma voz embriagando os meus ais.

 

Tão funesta esta terra de agonia

Onde os sonhos desencarnam no final

Sentimentos vão deixando poesias

E minh'alma viajante atemporal.

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Sandra Medina

 

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Amparo

Esta sombra que encobre os meus dias

Vem da nuvem rancorosa e infeliz

Sorte minha ter um índio como guia

Protegendo minhas rosas e raiz.

 

Neste lúrido invólucro carnal

Sinto presa almejando o horizonte

Bandoleira esta alma atemporal

Que navega em tempestades fulminantes.

 

Na esquina d’uma praça um arvoredo

Verdejante irradiando inspiração

Sinto a essência elevada entre os dedos

Ouço a voz da natureza em canção.

 

Abençoada eu me entrego a magia

E agradeço toda essa devoção

Que o universo me oferece dia a dia

Remediando o achacado coração. 

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Sandra Medina

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CPP