Por uma cama destas
A gente se deita e abre a estrada.
Seguiremos imperfeitos
Por qualquer caminho,
Amassaremos as coisas
Em meio a ausências e rejeitos
E roupas amarrotadas.
Escolheremos como e de que ter medo
Que cores tingiremos as paredes
De quais verdades iremos brincar
Em quais brinquedos passaremos a crer;
Se no tempo certo ou agora cedo
Deixaremos o porvir dizer
Em que solo devemos pisar.
Haverá sempre um abrigo
Próximo a uma margem mínima
Entre os sinceros sentimentos.
Nenhum estrondo ou silêncio
Irá abalar nossos propósitos
Mas caso haja a hora derradeira
Será esta única dose íntima.
Conviveremos com os ventos
Que têm por habito desalinhar
E tornar perplexo o propósito
Do que se acha fortaleza.
Jamais duvidaremos do que brota
Ainda que a madrugada esgote
Qualquer vontade em seguir.
Entre mãos firmes e dadas seguiremos.
PSRosseto