A Louca
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Na palavra nua a não se perder
Falar o que se faz e não se fazer
Eu sei que o corpo só fala por si
Um ato de loucura que eu não pedi
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Raivosa está, como fera e amante
Rasantes que cortam o ar em instantes
Na sua boca voraz, uma desconhecida
Com a tromba fugaz de um elefante
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Então me persegue no céu e no limbo
Em gestos cruéis que ela acha lindo
Infestam o ar como fumaça de cachimbo
Neste circo perpétuo que não é bem vindo
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Amansa-se e acena com a mão pequena
Parece que agora acabou a louca cena
Olha-me sem jeito com um olhar de neve
Mas quero apenas é que o diabo a carregue
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Alexandre Montalvan
Comentários
"Olha-me sem jeito com um olhar de neve
Mas quero apenas é que o diabo a carregue"
beijos
Poesia inerente a momentos de fúria com uma pitada de humor. Meus aplausos Poeta Alexandre. Abraços.