Andaluzia

Ainda que a canção de outros mares
Domine meu corpo e meu pensamento
Sinto o silêncio invadindo cada um dos lugares
E o coração já bate sem meu conhecimento

Meu tronco e minhas pernas alternam movimentos ritmados
Como se obedecessem a comandos vindos de palmas e violinos
E o que antes era silêncio transforma-se na voz do balanço de seu corpo
Perco o controle das rimas da lógica e das regras deste mundo

O vestido carmim risca de giz o quadro negro da madrugada
Redesenhando a beleza da noite nos moldes de sua transparência
Os violinos numa excitação quase frenética trazem a faísca
Que transpira em fogo até que te domine como presa em minhas mãos

Mas a noite vai chegando ao fim e seus olhos ganhando um brilho de despedida
O silêncio vai recuperando sua robustez voltam as rimas volta a lógica imprópria
Daquele fogo ficam as cinzas que se espalham com o vento numa canção doída
Mas nas paredes de minha memória fica gravado o frescor das noites de Andaluzia

Deus abençoe os que ainda não sentem a dança e a canção
Carlos Correa

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