Aprestos de viagem
— por J. A. Medeiros da Luz
Assevero-lhe, terna Etelvina,
Em que pese às agruras do seguir,
Que carecemos daquele vigor
De perseverar na peregrinada
Que todos devemos inexoravelmente cursar,
Quer nos dardeje o sol intensamente,
Quer chova, relampeie, com o vento irrequieto,
Metamorfoseando em flâmulas de guerra,
Bandeiras drapejantes, nossas roupas no varal.
Energize-me, pois, cara Etelvina,
Com esse seu sorriso coruscante,
Catalisador de tantos sonhos.
Que, sob influxo desse alento, irei eu
A marchar por trilhas e vales e montanhas
E fraguedos e capoeirões e chavascais.
Rumo àquela fronteira mágica
Onde o chão se funde ao firmamento.
Ouro Preto, 2 de janeiro de 2021.
Comentários
Cara Marcia Mancebo:
Muito agradecido pela visita e incentivo. Que, em 2021, tenhamos muita saúde e energia, para que continuemos essa interação inspiradora, cá em nosso coletivo espaço virtual.
Abraço;
j. a.
Poesia de beleza majestosa!
O lirsimo é sentido em cada verso!
Meus aplausos!
Feliz Ano Novo!
Obrigado, cara Edith:
Primeiramente retribuo os seus votos, desejando-lhe a você e aos seus muitas descobertas em 2021 — e muita saúde, "¡por lo supuesto!"
A poesia, se é que não explica o nosso mundo, tão desconcertante, ao menos o adorna, com uns vidrilhos que brilham ao sol ou, eventualmente, multiplica as faiscações do luar. Obrigado pelas palavras incentivadoras.
Abraço;
j. a.
Perfeito meu caro poeta.
Meus Apalusos!
Caro José Lopes Cabral:
Obrigado pela visita. Como sonetista que é, sabe você que uns versos brancos e desmetrificados, como esses aí de cima, tinham que suar bicas (de um suor encabulado) para se mostrarem ao sol, com um certo desprendimento e sem maiores pudores. Hoje, sendo mais compassivos com as normas do bem versejar, abrem-se-nos horizontes que — não sendo tão retilíneos, mas sem o extremo de convoluções dadaístas — podem, eventualmente, albergar alguns aspectos de interesse.
Abraço; j. a.