CERTAS MURALHAS

As tardes são singulares quando os olhos

São capazes de traçar as linhas do horizonte

E o aroma das flores inebriantes entorpece

Quando os lábios mergulham na fonte

 

Mas a tempestade que a vida tece ao acaso

Nos cobre com suas nuvens escuras e úmidas

O musgo do desespero viceja nos dedos

Que não se sujam na esperança viciante

 

Eu não sei cavar túneis em montes tristes

Por não ter a pá lubrificada de lágrimas

Apenas tiro as pedras do nosso caminho

Para não te ver sangrar pegadas destoantes

 

As ruas são íntimas dos nossos passos largos

Apressados para encontros necessários ao amor

A solidez de cada esquina absorve meus medos

Para que eu possa me atirar sem temor algum

 

Mas a dama que escurece a vida em seus limites

Assopra para seus cães de presas dilacerantes

Ouço a matilha em seus passos mortíferos

Cortejo que deixa rastro de gemidos sob o arco-íris

 

Eu não tenho forças para destruir certas muralhas

Eu não tenho armas para vencer certas batalhas

Mas tenho amor por ti o suficiente para estar presente

Sempre que teus lábios sussurrar meu nome

 

(Cláudio Antonio Mendes)

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Comentários

  • Lirismo e beleza é a fórmula perfeita para um lindo poema. Meus aplausos!

  • Fascinante Composição, caro poeta... Parabéns!

  • Poema lindo! Versos repeltos de lirismo que encantam a alma.

    Aplausos para teu momento lindo de inspiração.

    Parabéns, Claudio.

  • 128544031?profile=RESIZE_710x

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