CONSUBSTANCIAÇÃO

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O manto de areia meu último retiro,
Causticante estio mira meu destino,
Este purgatório onde meus olhos sangram,
Expiação do meu espírito maculado,
Abraçado ao chão vertiginoso refúgio,
Vultuoso caos de altivez entorpecida.
Meus sonhos se foram no meio da noite,
Revolutearam como pétalas ao vento,
Sentenças do perdido amor no temporal,
Feito páginas amareladas pelo tempo,
Imagem irônica do meu ser em pergaminhos,
Poeira imortal da minha plenitude.
Rasgaram-se as velas da minha caravela,
Findou-se minha aventura humana,
Naufraguei antes de aportar no cais,
Sufocou-se nas águas sombrias a beleza,
Realeza da vida que me animava,
Protegida sob a pele complacente,
Imenso fim de faces imprevisíveis.
Pereceu o juízo oclusa razão,
Num tudo repleto de nada,
Igual as nuvens que vem e vão,
Testemunhando o amor e o ódio,
Assumindo formas espaçadas,
Tal qual nossas dúbias emoções.

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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Comentários

  • Formidável composição.

    Versos altamente cheios de lirismo.

    Aplausos.

    Destacado!

  • 800667203?profile=RESIZE_710x

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