Já não envelheço tanto a cada dia
Aliás percebo horas sem envelhecer
Acontece quando determinadamente
Consigo poupar a língua
De inefáveis momentos de desdéns
Sinto indo embora a irremediável pressa do dia
Deixando de vomitar vontades por desatar enjoos
Mesmo o espelho agora me enxerga pequenino
Pois me apreende a entender o que ficou aquém
Paro enfim zombando de uma ou outra desventura
Acho que a nostalgia valoriza sinuosidades
E a idade cura onde nem mesmo a imagem
Atreveu-se a ferir ao colocar a mão e não estancou
Diminuindo tensões sem pressa de reduzir voltagens
Sem machucar por bobagens ao perder de vistas
Sem descontar na poesia o que não se desvendou
Ando envelhecendo menos a cada estendido dia
Pela expectativa obvia de ainda não ter vivido
PSRosseto - www.psrosseto.com.br
Comentários
Parabéns pela bela e reflexiva composição.
Muito linda está expressão poética sobre o tempo. Aplausos.