CURA

Já não envelheço tanto a cada dia

Aliás percebo horas sem envelhecer

Acontece quando determinadamente

Consigo poupar a língua

De inefáveis momentos de desdéns

 

Sinto indo embora a irremediável pressa do dia

Deixando de vomitar vontades por desatar enjoos

Mesmo o espelho agora me enxerga pequenino

Pois me apreende a entender o que ficou aquém

 

Paro enfim zombando de uma ou outra desventura

Acho que a nostalgia valoriza sinuosidades

E a idade cura onde nem mesmo a imagem

Atreveu-se a ferir ao colocar a mão e não estancou

Diminuindo tensões sem pressa de reduzir voltagens

Sem machucar por bobagens ao perder de vistas

Sem descontar na poesia o que não se desvendou

 

Ando envelhecendo menos a cada estendido dia

Pela expectativa obvia de ainda não ter vivido

 

 

PSRosseto - www.psrosseto.com.br

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • 3852987278?profile=RESIZE_710x

  • Parabéns pela bela e reflexiva composição.

  • 2418106770?profile=RESIZE_710x

  • Muito linda está  expressão  poética  sobre o tempo. Aplausos.

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CPP