DANCEMOS

Dancemos enquanto ainda é possível a mente

Mexer essa esquelética caixa de sangue e ossos

Em que as dobras já nem quase estão mais juntas

E as gastas juntas nervosamente mal respondem

Às ordens tardas do pensamento

 

Dancemos como dança a chama no seio da acesa brasa

Aparentemente adormecida no interior do carvão precoce;

Basta que uma molécula de oxigênio a desperte

Que ela nos pede a sábia paciência em aguardar flanando

O calor que emana do fogo ao dourar a carne

 

Dancemos pela espontânea precisão dos passos

Que bailam de braços dados com os ritmos

Cadenciados da batuta nas mãos hábeis do maestro

Ainda que seja um só o instrumento que toque

Ou a plêiade de sons que emanam da orquestra

 

Dancemos por onde houver música alegria e vontade

Ou ainda no recolhido silêncio do templo de cada um

Porque dançar aclara os amores enleva o espírito e a alma;

Dancemos enfim largados ou de rosto colado à poesia

Pelos bailes da vida nos requintados salões da saudade

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • 2227875984?profile=RESIZE_710x

  • Bruscar alegria de viver nos menores detalhes da vida.

    Lindo poema, Paulo.

    Aplausos!

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