Em algum tempo quando a eternidade
Sobrevivia sobre a firmeza de um fio
Existiam aqueles que por ignorância ou ingenuidade
Julgavam as cordas em um imenso vazio
Violões e guitarras recolhendo sentimentos
Transformando o orvalho da face em suaves canções
Solos encharcados de sofrimentos
Recriando o alfabeto em notas de infinitas emoções
E eu ainda perdido e levado pela intenção do vento
De forma insana percebo-me sereno
Surfando nas ondas criadas pelos instrumentos
Tornando pleno o que antes fora pequeno
Ali naquele lugar borda de outro espaço
Faço de minha ansiedade o sossego
De meu medo arquiteto força ainda que apenas um pedaço
E no meu corpo desejo que sinta apenas amor e aconchego
Não não tenho qualquer intenção
De que se compreenda o lugar onde agora estou
Cada um tem seu infinito seu firmamento seu próprio coração
Talvez sequer eu mesmo saiba tudo que se passou
E no instante em que a luz das estrelas me encontrou
Trazendo em uníssono passado futuro e presente
Descubro que o vento tem formas e tem cor
E que as imagens trazidas por ele me deixam além do contente
De frente ao espelho de meus olhos
À medida que já não me sinto perdido ao final da noite
As cenas distorcidas recuperam as formas
E a canção que termina gradualmente
Se entrelaça ao raiar de um novo dia
Fiquem com Deus.
Carlos Correa
Comentários
Bem concatenados os seus belissimos versos.
Meus aplausos pelo dicionario usado nas estrofes.
Parabéns!
Obrigado José, grande abraço! Deus o abençoe
Lindíssimos teus versos.
Lindo poema!
Aplausos!
obrigado minha amiga por vir aqui e deixar esse sorriso.Fica com Deus.