amor de mãe - Publicações - Casa dos Poetas e da Poesia2024-03-28T20:01:16Zhttps://casadospoetasedapoesia.ning.com/publicacoes/feed/tag/amor+de+m%C3%A3ePara a minha mãehttps://casadospoetasedapoesia.ning.com/publicacoes/para-a-minha-mae2020-05-30T01:45:51.000Z2020-05-30T01:45:51.000ZJorge Batista Pereirahttps://casadospoetasedapoesia.ning.com/members/JorgeBatistaPereira<div><img src="https://storage.ning.com/topology/rest/1.0/file/get/5465445265?profile=RESIZE_400x&width=198"></div><div><p><iframe src="https://www.youtube.com/embed/op3SHJNyBzM" width="560" height="315" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe></p><p>Não há sangue que obrigue</p><p>A dar de mim um momento</p><p>Nem obrigação que me ligue</p><p>A ninguém sem sentimento</p><p> </p><p>Não é laço que me move</p><p>A expressar a gratidão</p><p>A quem agora não pode</p><p>Agarrar a minha mão</p><p> </p><p>Não te deixo a mensagem</p><p>Que o momento exigia</p><p>Nem engenho nem coragem</p><p>Estar à altura ousaria</p><p> </p><p>Minha mãe minha história</p><p>Na alma tens voz presente</p><p>Não se apaga da memória</p><p>Quem nunca está ausente</p><p> </p><p>Não me cuidaste por pena</p><p>Não me amaste por dever</p><p>Deste-me tua voz serena</p><p>Quando a dor veio bater</p><p> </p><p>Nunca perdeste a esperança</p><p>Quando eu me abandonei</p><p>Deixaste que fosse a criança</p><p>Que para o mundo eu criei</p><p> </p><p>Lutaste por um futuro</p><p>Que para ti não sonhaste</p><p>E trabalhaste bem duro</p><p>Para o que em mim deixaste</p><p> </p><p>Tem por certo na distância</p><p>Que em cada vitória obtida</p><p>Só celebro a importância</p><p>Dos teus passos nesta vida</p><p> </p><p>Já bate à porta o futuro</p><p>Toda a despedida é breve</p><p>Mas até lá tem por seguro</p><p>Que o que sou a ti se deve</p><p> </p><p style="text-align:left;">Minha mãe esta viajem</p><p style="text-align:left;">Sem te ter eu não queria</p><p style="text-align:left;">Mas estou só de passagem</p><p style="text-align:left;">Para o teu abraço um dia</p><p> </p><p> Plácido De Oliveira</p></div>REFLEXÕEShttps://casadospoetasedapoesia.ning.com/publicacoes/reflexoes2019-11-07T05:16:54.000Z2019-11-07T05:16:54.000Zantonio domingos ferreira filhohttps://casadospoetasedapoesia.ning.com/members/antoniodomingosferreirafilho<div><p><img class="align-center" src="https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcR_dhtqXWgfkHnWrr95tWq0lbdmhFWVUOmTOs7QB-xCU04WJeJb" alt="Resultado de imagem para menino na rua de barro"" /></p><p> </p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>REFLEXÕES</strong></span><br /> <br /> <span style="font-size:14pt;"><strong>Eu caminhava na calçada pela Avenida Paulista meio sem destino vestido eu meu terno cinza, e avistei do outro lado uma rua de terra de barro pedregoso com esgoto ao ar livre com suas manilhas deitando na vala podre a podridão de bactérias e coliformes fecais que delas as manilhas escoavam e com as casinhas espalhadas ao longo das margens com seus muros de arame farpado com folhagens verdinhas sim, são muros quase virtuais e também muros somente de pés de fícus.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong> </strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Na fachada das casas datas de 1930 e tal, casas velhas, surradas mas todas bem pintadinhas.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><br /><span style="font-size:14pt;"><strong> Estava eu lá com minha bronquite asmática quase sem ar mas respirando um ar muito puro com minha lata de leite ninho cheinha de bolas de gude. Era no triângulo jogando que ora minha lata enchia ora esvaziava.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong> Meu pião rachava os dos outros da rua e meu pião por vezes rachado por eles. Minha raia era linda e subia na linha sem cortante. </strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>"Voava igual a passarinho, bailava no céu, insolente com o tempo e com a vida."</strong></span></p><p style="text-align:center;"><br /><span style="font-size:14pt;"><strong> No primeiro cruzamento das ruas Assuruá e Tupiassu, lá estava eu jogando uma pelada contra.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Meninos da Assuruá contra meninos da Tupiassu e eram 5 para cada lado mais os goleiros.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Eu morava na Tupiassu mais em direção próxima à Rua Murundu, rua em que residia o cemitério de Padre Miguel, e o pessoal da Tupiassu formava seu time com os meninos que moravam acima do cruzamento da Assuruá.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Eu então jogava pelo time da Assuruá e isto provocava uma birra e eu era caçado em campo com jogo maldoso dos companheiros de moradia de mesma rua e eu com muita habilidade fazia muitos gols e de vez em quando eu parava na vala de lama podre ralando minhas pernas nas manilhas.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong> </strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Muitas cicatrizes ficaram de tudo.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><br /><span style="font-size:14pt;"><strong> E lá vinha minha mãe extenuada com a varinha fininha de fícus me buscar nas peladas. Eu caminhava e nunca corria cerca de os 500 metros até minha casa levando aquelas varadas que cortavam como uma navalha as minhas peles das pernas quase de só osso.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>"Não queria mostrar fraqueza ou qualquer erro cometido"</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Eu era considerado raquítico para os meus 12 anos com 25 kg e 1,26m e era a danada da asma que me aniquilava aos poucos.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Esse menino não vai viver para contar nada, quer dizer, este menino vai viver para nada contar e logo vai morrer e não passa dos 15 anos diziam minhas tias e os vizinhos mais próximos e toma cálcio e complexos vitamínicos e xaropadas de mel com nabo e dava vômitos de tudo, cusparadas em boca de girino era como engolir sapos e as colheradas de asa de barata torrada e quantos cordões no meu pescoço com simpatias e eu as abria todas para ver o que estava escrito.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Tínhamos 3 camisas para 4 quatro irmãos e último que chegava tinha de ficar aos sábados em casa por ausência de camisas.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Este último e quem comprava camisas pois desde cedo já era frentista e como tal chegava mais tarde em casa.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Chorava, gritava palavrões, jogava o que via pela frente nas paredes e por ela subia até se cansar e dormir.</strong></span><br /> <br /><span style="font-size:14pt;"><strong> Não entedia por que apanhava tanto se estudioso e melhor aluno de todas as turmas com fitas azul e amarela presas na camisa às vezes amarela como segundo e verde como terceiro.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>"Verde amarelo azul e branco era tudo de bom"</strong></span><br /> </p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Meu pai talvez fosse o motivo pela profissão de caminhoneiro e ficava muito tempo fora de casa viajando trabalhando e faltava dinheiro em casa e éramos 4 irmãos bons, mais famintos e briguentos , naturalmente como a maioria das crianças sadias e para ser sadio não conta a asma crônica que era de minha propriedade sofrer.</strong></span><br /> <br /><span style="font-size:14pt;"><strong> Retornando a minha posição inicial pela direita da Avenida Paulista estou obeso perto dos 120 kg suando envolto no terno cinza respirando ar insuportável.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Estou com a cabeça quase na marquise com meus 1,92 m esbarrando no pessoal que vem e que vai para não sei aonde.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>Já estou voltando ao trabalho como “assessor” de um diretor financeiro de uma multinacional.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>...Sim, sou assessor do tempo que passou e não vi e não entendi,</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>...Sou assessor do vento, do ar, da água.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>...Sou assessor de tudo.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:14pt;"><strong>...Um assessor expectador.</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:18pt;"><strong>final...</strong></span><br /> <br /><span style="font-size:14pt;"><strong> Antonio Domingos</strong></span><br /> </p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:18.6667px;"><strong>Março de 2019</strong></span></p><p style="text-align:center;"><span style="font-size:18.6667px;"><strong>REV|MOD\AD_NOV 2019</strong></span></p></div>