HUMANI GENERIS

Um mundo de outros mundos,
silenciosos leitos em seus umbrais,
Quem sois de mãos atadas?
De onde vens?
O que há além do monte?
Hei de escavar os sepulcros,
E tentar encontrar os preconceituosos,
Intactos em suas mortalhas,
Em seus discursos com a morte,
Defendendo a sua cor,
A sua pátria e posição.
Num olhar infortúnio,
Todos os males da perdição,
Sentença covarde de hipócritas,
Em seus trajes maquiavélicos,
Copiosos em suas lástimas,
Sábios em suas máximas.
Rompe-se o cordão umbilical,
Correm as feras para os campos,
Em suas imagens multifárias,
Abrindo as portas em seus cativeiros,
Recolhendo as presas paradoxais.
É tudo tão triste!
Tão vazio!
Estes vendavais humanos,
Mãos estranhas afagando o ódio,
Como deuses em seu tempo,
Parindo demônios de suas bocas,
Num rito cruento,
Escarnecendo do amor.
Há nas esquinas,
De mãos estendidas,
Todas as gentes  de uma só casta,
Humani generis,
Sangrando,chorando,implorando,
Sonhando e prosseguindo,
Desejando em seus corações,
Que sejamos somente irmãos.

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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Comentários

  • O igual sempre existiu, o desigual  é o homem que o construiu

  • A desigualdade impera no mundo. Que poesia seja sempre uma arma de denúncia, um grito que ecoa de muitas bocas que não podem ou não saber falar. Maravilhoso!

  • Que maravilha teu poema! Haverá igualdade nesta sociedade onde os abutres manipulam ao seu bel prazer e favorecimento?

    Maravilha.

    Parabéns!

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