Meu Amigo
Meu amigo tem os olhos castanhos.
Olhar penetrante, insistente, ansioso!
Eu olho para ele com calma, carinhosamente.
Trocamos olhares o dia inteiro,
Onde quer que eu esteja sinto-me observada,
Para onde quer que ele vá eu o observo.
Conhecemo-nos há dois anos,
Desde que ele se mudou para o meu quintal.
Às vezes acordo à noite com saudades dele.
Levanto-me, seja a hora que for, meia noite, uma ou duas horas da manhã, tanto faz.
Saio e lá está ele, olhando a lua, as estrelas, que são imediatamente trocadas pelo meu olhar.
Eu o acaricio, ele lambe minhas mãos e grunhe.
Volto para o meu quarto e durmo
Ele dorme também.
E eu sei que ele está tão ancioso quanto eu
para que o dia amanheça e possamos nos ver outra vez.
Dolores Fender
29/03/13
Comentários
São os anseios do amor a espera do encontrar, lindo poema
Obrigada, José Carlos! Bom domingo!