O TEMPO EXPIRA

Fecha a cortina para diminuir o sol
Retrair a luz
Tornar opaca a mera visão do dia

Cochila recostada à cadeira
Cerra os olhos
O instante congela quando fecha a janela

A nuvem densa esconde a lua
Depois chove
E a noite se molha negra e ensopada

De silêncio a madrugada silencia
Tranca os lábios
Aquieta a língua e o pensamento flutua

Não há morte encomendada
Tudo é normal
Como qualquer ato cedente

Apenas continua o gesto motor
Repetido movimento
A gente segue e o tempo expira

Há quem adoeça e soluça e suspira
O prazo extingue
E o corpo – ah o corpo não mais respira

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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