Para a minha mãe

Para a minha mãe

Não há sangue que obrigue

A dar de mim um momento

Nem obrigação que me ligue

A ninguém sem sentimento

 

Não é laço que me move

A expressar a gratidão

A quem agora não pode

Agarrar a minha mão

 

Não te deixo a mensagem

Que o momento exigia

Nem engenho nem coragem

Estar à altura ousaria

 

Minha mãe minha história

Na alma tens voz presente

Não se apaga da memória

Quem nunca está ausente

 

Não me cuidaste por pena

Não me amaste por dever

Deste-me tua voz serena

Quando a dor veio bater

 

Nunca perdeste a esperança

Quando eu me abandonei

Deixaste que fosse a criança

Que para o mundo eu criei

 

Lutaste por um futuro

Que para ti não sonhaste

E trabalhaste bem duro

Para o que em mim deixaste

 

Tem por certo na distância

Que em cada vitória obtida

Só celebro a importância

Dos teus passos nesta vida

 

Já bate à porta o futuro

Toda a despedida é breve

Mas até lá tem por seguro

Que o que sou a ti se deve

 

Minha mãe esta viajem

Sem te ter eu não queria

Mas estou só de passagem

Para o teu abraço um dia

 

 Plácido De Oliveira

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Plácido De Oliveira

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