Penitência

Toda vez que ela implorava pelo silêncio
De longe ou de perto mais ouvia-se um burburinho
Uma garrafa quebrada não é nada
O fato é que os cacos ficavam pelo caminho
Tampava os ouvidos com um gesto de muita raiva
Mas a lâmpada da sala ainda os incomodava
Afundava a cabeça no travesseiro sem sucesso
Na rua passava o comboio da madrugada
Umas vozes horripilantes, cantando suas aventuras
A noite não tinha fim o relógio na parede está parado
A cama era grande muito grande
Os olhos ardiam era tarde nunca chegava o dia
Era inverno, mas o calor era anormal
O caminho até o banheiro parecia torto e tenebroso
Talvez uma ducha e um chá quente
Da janela avistava-se outras pequenas luzes acesas
Não muito longe dali uma igrejinha no fim da rua
Recebia seus fiéis promesseiros pagando suas penitências
Ela pensou:
Talvez cada um, paga suas penitências como merece.

Jorge Santoli

@abracoepoesia

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Jorge Santoli

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