Onde é que foi parar aquela loja de sapatos
Me diz onde é que eu tiro duas fotos ¾
Cadê o mercadinho, o açougue e a perfumaria
Sem placa não há como eu achar a padaria
Nem mesmo o colégio que ostentava com orgulho
O nome do patrono...Foi levado com o entulho
Até o despachante, a gráfica e o hospital
Particular ou publico... Por fora tá tudo igual
E se você não achar
O problema é seu... Dirão
Mas assim que encontrar
Todos lhe perguntarão
E as luzes multicores que iluminavam as ruas
Nas vestes desbotadas, minha cidade agora nua
Com prédios mal vestidos naquele imenso cartaz
“São Paulo Cidade Linda”, mas, e o que ficou pra traz?
Por certo há quem queira que ela continue assim
Escondida na saudade feita de concreto... Enfim
E se há outros que suplicam de volta aquela cidade
Eu já me debrucei num jeito de sentir felicidade
Que é viver cá na cidade que eu trago dentro de mim
São Paulo, minha São Paulo a cidade onde eu nasci
(Petronio)
Comentários
Pois é... modernizam tanto e tudo e esquecem a beleza da história.
Também sinto falta do colorido!
Fantástico poema. Crônica perfeita da metrópole.
Nela cheguei aos 10 anos com minha mãe. Ao descermos do bonde, na Penha, pedimos informação numa lojinha,
sobre a rua que buscávamos. O comerciante fechou a lojinha e nos acompanhou até o local, para indicar o caminho.
Parabéns pelas reminiscências sem preço!!!