Placas e Concretos

Onde é que foi parar aquela loja de sapatos
Me diz onde é que eu tiro duas fotos ¾
Cadê o mercadinho, o açougue e a perfumaria
Sem placa não há como eu achar a padaria

Nem mesmo o colégio que ostentava com orgulho
O nome do patrono...Foi levado com o entulho
Até o despachante, a gráfica e o hospital
Particular ou publico... Por fora tá tudo igual

E se você não achar
O problema é seu... Dirão
Mas assim que encontrar
Todos lhe perguntarão

E as luzes multicores que iluminavam as ruas
Nas vestes desbotadas, minha cidade agora nua
Com prédios mal vestidos naquele imenso cartaz
“São Paulo Cidade Linda”, mas, e o que ficou pra traz?

Por certo há quem queira que ela continue assim
Escondida na saudade feita de concreto... Enfim
E se há outros que suplicam de volta aquela cidade
Eu já me debrucei num jeito de sentir felicidade

Que é viver cá na cidade que eu trago dentro de mim
São Paulo, minha São Paulo a cidade onde eu nasci

 

(Petronio)

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Comentários

  • Pois é... modernizam tanto e tudo e esquecem a beleza da história.

    Também sinto falta do colorido! 

    3746079347?profile=RESIZE_710x

  • 3641407725?profile=RESIZE_710x

  • Fantástico poema. Crônica perfeita da metrópole. 

    Nela cheguei aos 10 anos com minha mãe. Ao descermos do bonde, na Penha, pedimos informação numa lojinha,

    sobre a rua que buscávamos. O comerciante fechou a lojinha e nos acompanhou até o local, para indicar o caminho.

    Parabéns pelas reminiscências sem preço!!!

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CPP