Antes fosse um quadro somente
Mas é uma fotografia
De uma queimada
Fumaça com fuligem de carvão
O verde choramingou
A umidade evaporou
A vista lacrimejou
O ar sujo o pulmão sujou
Fumaça com fuligem negra
Que a tudo destrói então
A poluição preta
Passa voando por cima da terra ressecada
Revoada de tamanha arguição
Da queimada assassina e cruel
Que a tudo destrói então
Atravessa a cerca de madeira sem pedir licença
Aos animais nativos da terra e natureza
Que tem na alma a alma do interior
Que a tudo destrói uma dureza
A destruição da vida nativa repele novas sementes
A queimação das arvores arbustos e folhas
Não há antiácido que reconstruiu
Que o homem animal obstruiu
Enfim de tudo sobrou este ar espesso
A passar e a sujar os campos verdes
Enfim a vida e mais um tropeço
É causa de tamanha desigualdade
Queria voltar a ser criança
De novo sonhar com a paridade
Com uma imensa esperança
ADomingos
21/01/2022
Comentários
Um poema lindo e muito profundo.
Parabéns meu amigo Antônio!!!
Um abraço
Obrigado amiga Poetisa Márcia pela leitura e comentário
Antonio
Que versos sensíveis e doridos. Infelizmente quem comete estas atrocidades não entende que estão se autodestruindo. Lamentável! Realmente devatador essa negligência com o futuro dos próprios filhos! Parabéns Antônio! Meus aplausos!
DESTACADO!
Obrigado amiga pela leitura e pelo destaque
Antonio Domingos
Garo Antônio Domingos:
Seu sensível e tocante poema remete-me a minha província natal: Os belos e rústicos chapadões de Goiás, com seu triste drama da queimada. Lembro-me que, certa feita (talvez há uns 42 anos atrás), houve uma exposição de aquarelas na Casa dos Contos aqui em Ouro Preto. Das dezenas de obras, a que mais me impressionou, na ocasião, foi exatamente uma denominada "O Cerrado Arde", se é que a memória não me joga uma casca de banana na frente de meus passos de reminiscências. Embora o artista não fosse propriamente "caro", a mesada de estudante impossibilitava-me de adquirir aquela aquarela. Ficou litografada (seja-me perdoado o trocadilho) na memória — e isso já é um senhor consolo...
Abraço; j. a.
Obrigado prezado J.A. pela leitura e lembrança. A situação de destruição do eco sistema do Cerrado não cessou, infelizmente a destruição por queimada e derrubada da mata Amazônica aumnetou demais e bateu recorde de destruição em 2021
Abraços de Antonio