Não quero o sol nem o luar,
Não quero o doce nem o salgado,
Não quero o brilho nem a escuridão,
Nem quero amar a mais de quem possa me amar.
Não quero o azul porque já conheço o verde,
Não quero a paz porque já conheci a guerra,
Nem o mar porque a terra passou.
É estranho, mas não quero nem a vida nem a morte,
Nem o cheio pelo vazio,
Nem o vazio pelo repleto.
Não quero encontrar porque perdi,
Não quero ir porque nunca estive,
Nem perder porque já tive,
Nem caminhar para voltar.
Não quero o jogo dos opostos,
Não quero mais ver a causa e o efeito,
É estranho, mas não quero nem mais no equilíbrio estar,
Entre o certo e o incerto,
Entre o bem e o mal,
Entre a luz e as trevas.
Não quero o quero e não quero o não querer.
O que quero?
Quero que o quero desapareça
Aos pouquinhos, na chama do eterno amor.
Quero que o quero se desconstrua,
E que perca toda cultura
E se transforme,
Não no oposto do que é,
Mas na origem do que nunca foi.
Porque no nada o quero se transforma em ser.
Comentários
Muito linda a sua poesia! Adorei!
Obrigado Editt!!
Muito obrigado Margarida!!
Um prazer ler teus versos!
Parabéns Claudio!
Obrigado Angélica pela sua consideração!! Grato!