QUERER ATÉ SER

Não quero o sol nem o luar,

Não quero o doce nem o salgado,

Não quero o brilho nem a escuridão,

Nem quero amar a mais de quem possa me amar.

Não quero o azul porque já conheço o verde,

Não quero a paz porque já conheci a guerra,

Nem o mar porque a terra passou.

 

É estranho, mas não quero nem a vida nem a morte,

Nem o cheio pelo vazio,

Nem o vazio pelo repleto.

 

Não quero encontrar porque perdi,

Não quero ir porque nunca estive,

Nem perder porque já tive,

Nem caminhar para voltar.

 

Não quero o jogo dos opostos,

Não quero mais ver a causa e o efeito,

É estranho, mas não quero nem mais no equilíbrio estar,

Entre o certo e o incerto,

Entre o bem e o mal,

Entre a luz e as trevas.

Não quero o quero e não quero o não querer.

 

O que quero?

Quero que o quero desapareça

Aos pouquinhos, na chama do eterno amor.

Quero que o quero se desconstrua,

E que perca toda cultura

E se transforme,

Não no oposto do que é,

Mas na origem do que nunca foi.

Porque no nada o quero se transforma em ser.

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Claudio Favoretto

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