Regresso a Casa
Esta tarde, ao regressar a casa,
Ia em correria pela baixa,
Quando vi uma grande brasa
Que me fez abrandar a marcha.
Na esplanada, sentada à mesa,
Sem grandes preocupações,
Logo me nasceu uma incerteza,
Teria mini-saia ou calções.
Olhei sua perna cruzada,
Sua coxa estava à mostra,
Aquela sua pele bronzeada
Era tal qual um homem gosta.
Fui subindo meu olhar,
Até que no belo decote parou,
Sentia-me tentado a tentar,
Quando ela, seu olhar levantou.
Fui apanhado de surpresa,
Sem capacidade de reacção,
Nunca vira tanta beleza,
Tinha olhos cor de carvão.
Decidi-me e meti conversa,
Limitou-se a sorrir para mim.
Senti acabar-se toda a pressa,
Voltou a sorrir e também sorri.
Fez-me sinal para me sentar,
Sei que parecia um tonto,
Não conseguia suster o olhar,
Nem fixá-lo num só ponto.
Se descia, eram as pernas,
Se subia, o decote era fatal,
Suas palavras eram tão ternas,
E tinha um rosto angelical.
O que me disse, não percebi,
Não encaixava no meu Português,
Traduzir também não consegui,
Não sei patavina de Inglês.
Levei os dedos aos lábios,
Tentando dizer não a perceber,
Seus truques mais que sábios
Para que nos possamos entender.
Pouco me interessava a conversa,
Contentava-me só com o olhar.
Foi nisto que a minha Vanessa
Perguntou com quem estava a sonhar.
Francis Raposo Ferreira
16/10/2019
Comentários
Exímia obra, Franciso.
Outro belo poema.
Parabéns!
Esse sonho é comprometedor, Francis!
Cuidado rsrsrs
Belíssima obra! Parabéns .
Abraço
Olha esta situção de fazer a corte sob condições excepcionais.
Parabéns amigo poeta Fracis Ferreira por mais esta publicação
abraço, Antonio
Amigo António Domingos Ferreira Filho, passear por Lisboa, faz-nos sonhar com mulheres bonitas e não só. Abraço.
Amiga Angélica, obrigado. Beijinho.