Rio

Eventualmente eu sento e tenho vontade de desistir
Minha pele ressecada talhos feitos pela areia do deserto
Tempestades ressequidas que me tiram o desejo de ficar ou de ir
Tanto faz sulcos por onde correram lágrimas hoje caminhos incertos

Ainda consigo ouvir a voz do vento calando minha falta de juízo
Apontando sua lança selando minha boca foi pra isso que veio?
Acredita mesmo ainda que exista esse tal lugar chamado paraíso?
Olhe a sua volta restos migalhas cinzas estamos aqui bem no meio

Sufoque sua dor e esse calor intolerável faça o que sabe quebre a barragem
Não diga não pode seja o rio que que se propôs vá logo tenha coragem
Deixe que as lágrimas desfaçam os sulcos e criem planícies criem novos caminhos
Faça renascer sorrisos alimente estenda a mão abasteça de vida o seu irmão seu vizinho

Que Deus nos abençoe apesar de tudo
Carlos Correa

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Comentários

  • Caro Carlos Manuel Correa:

    Belo excogitar sobre os claro-escuros da jornada. Quiça o paraíso seja isto: um deserto coberto por oceano irrequieto de nitrogênio e oxigênio, que nos faculta o metabolismo, pontilhado de oásis para nos dessedentar nas horas de desânimo. Mas a jornada deve ser para vante, insuflada pelo milagre dos sorrisos e da solidariedade, como você bem coloca! 

    Abraço; j. a.

     

    • J.A. ...muito obrigado!! honrado com sua presença e palavras, Deuso abençoe

  • 9826074089?profile=RESIZE_584x

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