Selfie em P & B
— por J. A. Medeiros da Luz
Alma de colibri, que,
Na brevitude da existência,
Voeja daqui para acolá,
Vibrando asas diáfanas de arco-íris,
Naquela demanda energizante
Do esquivadiço néctar da verdade;
Por vezes, um tanto amaro, amaro,
E confusamente túrbido.
Ouro Preto, 2 de setembro de 2020.
Comentários
Bela poesia em 8 versos, para que mais....As metáforas são lindas e criativas.Gostei demais
Antonio Domingos
Obrigado pela visita e gentil comentário, caro Antonio Domingos.
Com efeito, há belos haicais, com os seus miúdos três versos, assim como há belos poemas longos... Mas, em qualquer instância, como ressalta o nosso C. Drummond de Andrade, por mais que tentemos: "o poema jamais alcançará a sublimidade do silêncio total".
Abraço.
j. a.
Há pouco, proseando com vagar na varanda, em busca de raios de sol (um tantinho preciosos aqui em Vila Rica), vi um colibri descansando — por escassos instantes — num galho do cipreste, em nosso quintalejo. De pronto, sentindo um elo existencial com os pequenos seres de nosso mundo sublunar, ocorreu-me uma nebulosa vontade de escrever. Assim cristalizou-se esse estrambótico auto-retrato.