Demorei em me permitir escrever sobre esse canteiro
Mas caminhei até aqui esperando este momento
Este em que se alinhariam os ponteiros de minha vida
Acreditei mesmo que não viria até aqui que não conseguiria
Pode ser angustiante quando o que julgamos saber
Entra em desalinho com o sentimento que nos transpassa
Então apenas fecharei os olhos hoje azuis
E deixarei que as mãos se encarreguem do restante
Se ao olhar ao céu a noite nos acaricia
Com o infinito brilho de seus olhos
O mesmo não acontece quando ela nos mira
Vê um imenso jardim onde flores tão belas
...vivem sem coroa e sem perfume...
Somos como tristes canções que se contentam
Em ter seus versos rimados sem alguém ao lado
Nos nossos olhos sempre a correr a saudade
Do que se busca e do que se perde
As noites então choram e deixam ao nosso amanhecer
O orvalho como a lembrança de que
Há sim alguém ao nosso lado ah a noite
Até ela esconde sua tristeza sob a sutileza das estrelas
A saudade que mais machuca não é a que nos entrega
Memórias perdidas de momentos contentes
Mas aquela que nos remete ao que não encontramos
e queríamos tanto e tanto mais uma vez
Oh noite perdão perdoe-me se suas lágrimas e suporte
Não são capazes de me trazer a alegria
Sei de minha ingratidão talvez se eu cantar outra canção
Uma que enalteça minha inerente teimosia
E foi o que fiz..
Apaguei e reescrevi os versos que havia semeado
Que falavam de castelos caídos e inundações
Já basta que a noite conheçam suas palavras
Varri cada folha ressecada com a tempestade que sou
E posso dizer que eu já sei onde está a felicidade
Tão clara quanto a noite é pra mim
Fecho meus olhos agora verdes em versos
E abro um sorriso sentado ao centro de tão lindo jardim
Até breve...
Fiquem com Deus
Carlos Correa
Comentários
Belíssima composição!
Adorei!!! Parabéns,Carlos.
Sempre nos encantando com seus versos.
Um abraço carinhoso
Oh não...você sim nos encanta com suas telas...obrigado por esse carinho tão bom... fica com Deus