Simbiose

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Abençoada arena da minha deformidade, 
Espelho inconformado do meu eu intimidado, 
Imitando as travessuras da minúscula vida, 
Provocando a insuportável alma, 
Aos pleitos inflamados do medo, 
Rasgando a dor entre laços, 
Cultuando a miserável luxúria, 
Covardia do ser abatido. 

Da altura da minha soberba despenco, 
Flutuando no espaço da mesquinha loucura, 
Vestida de vento debochando do escravo, 
Todo solene em seus nobres grilhões, 
Feito de tudo que é mais precioso, 
Possuindo tudo sem nada ter, 
Rindo da própria tragédia, 
Pronto a abraçar o seu infame destino. 

No meio do caminho grita o nome da morte, 
De braços abertos sem cobiçar as núpcias eternas, 
Galante encontro de mágoa contrita, 
Lançando flores no leito petrificado, 
Sentindo o gosto insentido do fel ultrajante, 
Abissal embriaguez do noivo aguardado, 
Em seus trajes estranhos ao banquete, 
Abstrato conúbio indelével. 

Sirlânio Jorge Dias Gomes

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Sirlanio Jorge Dias Gomes

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Comentários

  • 3676607?profile=RESIZE_710x

  • Que lírico e lindo poema!

    A fora dos versos é sentida na leitura.

    Aplausos!

  • Achei porem um pouco complexo mas os versos são muito ricos e explicitos. bom trabalho

  • 50668168?profile=RESIZE_710x

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