Sonhava, creio, a mirar o céu encoberto
Quando ao lado ouvi sua voz, em sussurro, cálida.
E, num esforço, eu avistei-a, formosa e pálida,
Então toquei-a, aflito, crendo-me desperto.
Você sorriu, com seu jeito, discretamente,
E debruçando-se num murmúrio ligeiro:
- Deixe-me partir, é hora, meu cavalheiro,
Respire, não inflame esse coração pungente.
Desesperei-me, num rouco e triste gemido -
E se desvanecendo, a mente me clareava
E me oprimia o peito, ansioso, dolorido.
Você, tão terna, aquietou-me e me acalentava:
Adormeci, e vi-a num campo florido,
E desfalecia a visão que me deixava!
pedro avellar
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Comentários
Maravilhoso soneto, Pedro! Meus parabéns!
um abraço
Boa noite
Vim retribuir a nobre visita em minha humilde página
Fazia muito tempo que não lia algo tão terno e tão intenso
Amo poesias que falam de flores ,de campos floridos...
Amei de coração ❤️❤️❤️
Grande abraço poeta
Paz e luz
Fico grato, Ana Lúcia. A vida é florida, sim, se nossos olhos e espírito estão atentos às obras da natureza.
Um Abraço e Feliz Primavera pra você, que se aproxima essa data tão bonita.
Muito musical esta sua descrição de um sonho que ora parece triste, ora belo. Os poetas adoram juntar ambas, não é mesmo? A tristeza e a beleza. Mas são versos que nos transmitem magia, de um mundo que vai para além de sentimentos terrenos fisicos.
Continuação de uma boa semana.
Muito grato, Angélica!
Agradeço e elogio, Marsoalex!