VERBAL

A língua ávida passeia a cavalo

destemida e solta. Lambe

o pescoço em revista à bandeira;

atrevida ergue a face onde o dorso

curva perplexo pelo próprio beiral

sua confortável e certa trilha.

Pátria-palavra nada frívola

súbita conjunção que exulta

o mais nobre preceito verbal.

 

Amar é todo esse exercício

explicito de exuberância efêmera,

de um povo-poder evidente

incrível e intencional cabível.

Comove-se com a rude arte

faz parte desse ápice supremo

Imparcial inexato convincente;

convive com o sempre

envolto em um desafio real.

 

Do amor a língua por fim tritura

de forma ambígua e frugal.

Arrebata a criatura e a mente,

debela estruturas e intenções.

Desestrutura o secreto,

preconiza rupturas virais,

torna plausíveis as esperas,

entendimentos concretos,

possibilidades únicas do anormal.

 

Mesmo quem surja impróprio inviável

controvertido e estrábico contundente

de benevolência augusta improvável;

que apoie ao ócio entre o ópio e a pia

pelas risíveis manchas promíscuas nas vias -

também enxerga relevantes e indomáveis

imagens, registros de indecifráveis cores:

sentimos transpirar incontinente o ardor

que amarga e queima a verve da gente.

 

PSRosseto

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Paulo Sérgio Rosseto

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Comentários

  • Acredito que é no amor que tudo se debruça e toda palavra levina, dúbia, falsa, dura, cortante, se queda.

    Maravilhoso!

    346901823?profile=RESIZE_710x

  • 329812497?profile=RESIZE_710x

  • Poesia com extrema sensiblidade na potente forma de expressão. Meus parabéns

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