E chegou Abril 

E começa o desfile dos quebra-cabeças pelas alamedas 

São tantas mãos que se levantam.

São tantos rostos desconhecidos

Que se unem a uma só causa 

Azulou ...

Muitas mães não conseguiram ir às ruas 

 Muitas nem conseguiram levantar da cama ...

Ainda existe quem as critique 

Precisa sentir na pele pra entender do que falo 

Ser mãe atípica é um intenso desafio diário 

Andei revendo uns arquivos de tempos atrás ...

Nem percebi a velocidade do tempo....

Vai surgindo as marcas que ele cruelmente vai deixando em nós 

Tudo que focamos é o bem estar dos nossos filhos

Mas nem sempre conseguimos admistrar todas as terapias

São tantas renúncias ...

São tantos vazios ...

São tantas mãos que se levantam com bandeiras e faixas 

São tantas mães que seguem companheiras de si mesmas 

Incompreendidas com o olhar perdido 

Refletindo sobre o futuro incerto dos filhos

Vivendo um presente por vezes saudosas do que não viveram 

Muitas seguem assexuadas ....

Outras toleram relacionamento tóxico 

São reféns da sua impotência 

Lá vai o desfile passando por minha janela 

Sou feliz poder trilhar pelos campos da poesia 

Onde meus medos e anseios 

São transmutados 

A alma por vezes chora 

Embora minha boca sorria 

Nos olhos ainda brilham duas estrelas

Que iluminam essa estrada tortuosa 

E chegou Abril

Com seu tapete azul pelas calçadas 

Seria tão bom se alguém senta-se à minha escrivaninha

E trocasse um dedinho de prosa 

Um cafezinho com poesia 

Por vezes o fardo da vida alivia 

E lá vai eu seguindo com meus tolos rabiscos 

É tudo tão incerto

É tudo tão quieto 

Na multidão das vozes 

Que teimam a desfilar na avenida desta vida safira 

Ana Lúcia Mendes dos Santos Sampaio 

Todos os textos que posto eu não os aperfeiçoou

Eles saem assim diretamente nesta página

O tempo é corrido e este momento é meu extravasar...

Perdoe-me os amigos poetas desta casa 

Tenho sentido falta de muitos 

As vezes eu bato palmas na sala mas quase nunca tem alguém rsrs 

Tenho que me policiar pois as vezes a ansiedade em rever os amigos da casa 

Faz com que eu fique assim chamando e ouvindo meu próprio eco rsrs 

Mas eu não me aborreço não !

Eu nunca perco a esperança de ver novamente a nossa sala cheia de poetas conversando 

Já tem um tempo que ninguém vem pra tomar um cafezinho e trocar um dedo de prosa rsrs 

Mas eu sei que a casa é igual coração de mãe 

Sempre cabe mais um e sempre todos são bem- vindos!

Eu entro 

Eu saio 

Eu fico um pouco as vezes círculo pela casa rsrs   

Mas a casa parece tão quieta...

Que penso em não incomodar

Então vou fazer meus voos nos poemas que pulsam enclausurados em meu eu 

A vida é por vezes tão estranha 

Esse meu momento solitário 

Em que vou versando tantas manhas 

Por si só me dá uma alegria tamanha

De ter a chave da casa e nela poder estar 

Que me perdoem meus caros amigos poetas 

Eu não sei se sonho acordada 

Mas vejo uma linda serenata 

Com todos a cantar numa noite de luar 

Não é porque eu tenha tido decepção

Que vou fechar meu coração

E a poesia não mais amar 💞

Nem sei o que escrevi kkk 

Agora foi que vi 

Que estas linhas preenchi 

Assim meio sem jeito

Mas com muito respeito

A todos que nesta casa adentrar 

Desejo tudo de bom

Muitas bençãos em seu caminhar

Boas festas 

Abraços desta Fênix 

Ana Lúcia Mendes