CANTO XI - CIVILIZAÇÃO

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Faróis de xenon, cegam.
Celulares vitimam.
Lua nova no céu da civilização.

Tecnologias cabestram pensamentos,
borrifam novidades, ensinamentos,
fusões de mensagens, novos fundamentos.

O verso esmirra na "gift" engraçada,
compartilha galhos podres de árvores arrancadas.
Tudo na tela que ofusca a luz do sol esfumaçada.

É o velho falando...
Balançando o momento, abanando o tempo
de terra imprópria.

Camada por camada,
ponta de idéias fendidas
e a sociedade acomodada.

Som de chamada. - "É dela" ?
Assovios, gongos qual bater de panela
e toda curiosidade que o alerta encerra.

Nenhum vento me pertence -
o cristal líquido da tela, vence,
inebria, convence.

O sabiá canta no teatro vazio, sem platéia.
A pata preta da cabra branca
apenas antiga prosopopeia.

Ao mesmo tempo, em tempo
se constroem saudades ao relento.

 

                                                   Paolo Lim

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