EXPERIÊNCIA II

Doeu...

E a sutileza desta dor tão fina

que apequena o dia,

embaça planos,

relembra sinas,

refaz enganos,

chagas ilumina,

cobre o pano da fé, termina...

Doeu...

No cotidiano de perdas e ganhos,

o filete da decepção amarga

que a alma escala

suas sanhas,

provoca gestos tresloucados,

amplia e adquire dimensões tamanhas

que nos deixam machucados

com feridas e chagas. Desenganos...

Doeu...

A razão imprópria e desafeta

que aparta, interfere e torce

com equívocos repleta,

pinga palavras supostas

que ecoam nos becos

vazios, secos

de má poesias,

estranhas vias,

avalanches mortais...

Doeu...

A isso chamamos experiência,

aprendizado de vida ou vivência

que aprimora o linguajar grotesco,

nos traz de volta ao contexto,

limpa, ordena,

 cama que devora,

esperança de nova hora

ao corpo e à memória...

Doeu...

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