Posts de Ahelhylina de Souza Alencar (21)

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PROCURANDO VOCÊ !

Se não estás
beijo o mundo
para chegar à tua boca ...

Vejo-te em cada flor
em cada pássaro que canta
em cada galho que balança ...
Vem a saudade !
sintonizo ondas magnéticas
no espaço
e chego ao teu abraço ...

Juntos nos dissemos
coisas tão bonitas
Fizemos coisas lindas ...
trocamos confidências
fizemos exame de consciência
até nos pedimos perdão!

E nos beijamos apaixonadamente ...

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DESPEDIDA

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Despedida!

Quando minha roseira começa a florir
vêm os espinhos
e me impedem de colher as rosas!

Muito amargo!
Não sei mais como viver!

Esfaquearam meu coração
e tudo que guardei lá,
a vida inteira, morreu!

Só quero viajar para a eternidade!
Lá eu terei paz!
Estarei com meu Deus!

Ahelhylina de Souza Alencar

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Meu querido mar

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Mar!

Meu querido mar!

Eu venho chorar...

Mágoa tão magoada

Como jamais viste alguém chorar!

São 50 anos de penar...

E eu festejo chorando

todos os desenganos,

Do verbo amar.

Sinto imensa saudade

de alguém que pensa 

Que sou feliz.

Só eu sei,  mar!

Das coisas que este poema

Não diz...

Eis minha festa de aniversário...

 

Ahelhylina de Souza Alencar (memórias 07/02/1980)

 

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Silfos

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Não sei em que tempo,

em que outro mundo,

Já te amei.

Tão vazia eu vaguei,

Tanto fel sorvi pela vida.

Agora a felicidade,

Te reencontrei!

Que alento!

Não tenho mais de procurar-te!

Estava quase cansada,

Desesperada de saudade...

Vieste salvar a minha vida,

Tão já dolorida.

É um amor desenfreado...

A verdade é que este teu amor,

Jamais tinha sido amado...

 

Ahelhylina de Souza Alencar

 

 

 

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Ventura de amar


Pra quê esquecer?
Às vezes, penso em te esquecer.
Algo mais forte
Persiste em te querer.

Tudo reclama tua presença
e eu te amo muito mais
na ausência.

Se estás longe...
não cessa o desejo de te ver.
Se dizem as linguas más 
Que devo te esquecer,
responde a minha dor:

- Pra quê?
Se eu queria duas vidas 
pra te oferecer?!

Enquanto a vida passa,
embriaguemos esta graça,
bebendo na mesma taça
a ventura de amar.
Pra quê  esquecer?
Pra quê?!

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Onde Estou?


Não sei se estou 
muito mais abaixo da terra
ou muito mais acima,
no transcendental .

Perambular pelo solo me faz mal.

Não sei se nasci Condor,
                             Águia,
                             Corvo,
ou mesmo          Verme.

O dia-a-dia não me serve.

Quero esvair-me no ar...
ou mesmo nas profundezas me afogar,
porque gente que é gente
não tem vergonha de chorar! 

 

Ahelhylina Alencar

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Indagações

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Eu só queria saber,

Quanto pesar vai dentro de ti!

Tu que igual a Pedro,

Negou a Cristo três vezes,

Negas a ti mesmo!

Eu lamento,

Ter misturado minha inocência,

A pureza do meu beijo,

Diante de tanta mentira.

Pois eu confesso,

Até senti gosto de alegria,

Em tanta falsidade.

 

Ahelhylina de Souza Alencar

 

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Teu quarto...

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É do teu quarto,

Que vem meu sonho inspirado,

Todas as musas estão lá,

A harmonia da musica...

A tristeza do olhar...

E eu tenho uma eterna saudade,

Daquela semelhança do convento,

Daquele misto de paz e quimera.

Roubar toda a felicidade,

Eu quisera,

Para erguer alí um monumento!

Tudo isto eu queria,

Para te dar,

Mas sou como os mendigos,

Que vivem de migalhas,

Que queiram lhe atirar.

 

Ahelhylina de Souza Alencar

 

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Velhas arvores

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O que nos contariam as velhas árvores,

Assim pensativas,

A beira do caminho?

Elas que viram,

Tantas gerações passadas...

Que viram do alto,

Todas as pequenas torrentes,

Correndo para o mar,

Ou mesmo perderem-se a caminhar....

Digam-me para onde vou!

Porque não sei,

Sou apenas uma viajante.

 

Ahelhylina de Souza Alencar

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Abstrações

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Há dias que a alma dói 

O corpo chora...

É o cansaço da lama! 

É a  vergonha de ser gente... 

Tão pouco gente! 

Seria tão melhor 

Virar serpente... 

Quem sabe, 

São elas  muito mais gente!? 

Quem me dera a loucura, 

A inconsciência! 

Quem me dera a insensibilidade! 

Deus, esgotou-se me a paciência 

E continuo racional... 

Para quê!

 

Ahelhylina de Souza Alencar

 

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Felicidade...

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Era a primeira brisa do inverno.

O céu parecia um berço de algodão...

e olhava para nós aqui da chão.

Nossa cama cheira a amor.

Olhos nos teus olhos...

e ouves-me dizer te amo.

Hoje é dia de amar,

O teu rosto se chama felicidade!

Ainda há quem diga

que o nosso amor fugiu...

Pois fiquem sabendo

Voltou!

Ahellhylina de Souza Alencar

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Se eu pudesse...?

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Aprenderam a ler...

a escrever...

e tantas coisas mais...

E eu só sei sonhar...

sonhar amor...

sonhar paz...

felicidade...

Tão esquecidos... em nossos dias!

Tão feliz eu seria...

se pudesse transformar...

tudo... em alegria...

Se só de preçe me fizesse...

para dar...

Meu jesus!

Acorda os homens...

os doutores...

filósofos e 

governadores...

Apaga-me esta imensa mágoa...

De ser impotente...

diante de tanta miséria!

 

Ahellhylina de Souza Alencar

 

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Meu retrato de criança

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Fui dessas crianças
que ninguém sabe
contar de  sua infância...

Talvez a própria mendicância
Pedindo pelo amor de Deus
esmola de amor para uma criança!

Já velha e abatida...
minha pobre mão continua estendida 
e jamais lhe atiraram tostão...

Sou mendiga...  sim...
mas tenho mil amigos
pra me consolar !...

Ahelhylina dos Santos Alencar

 

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Minha rosa...

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Minha rosa é multicor,
Pétalas brancas,
Azuis
Vermelhas
E até mesmo as pétalas negras
Enfeitam minha flor!
Vai-se hoje uma pétala,
Ontem a branca morreu,
Outra pétala desapareceu...
Por que são frágeis as rosas?
Que imensa desgraça,
Quem sabe por que uma flor se despedaça?

Ahelhylina dos Santos Alencar

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Homenagem a Olavo Bilac

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monumento de poesia
Requiescat (Repousa)

Porque me vens, com o mesmo riso,
Porque me vens, com a mesma voz,
Lembrar aquele Paraíso,
Extinto para nós?

Porque, levantas esta lousa?
Porque, entre as sombras funerais,
Vens acordar o que repousa,
O que não vive mais?

Ah! esqueçamos, esqueçamos
Que foste minha e que fui teu:
Não lembres mais que nos amamos,
Que o nosso amor morreu!

O amor é uma árvore ampla, e rica
De frutos de ouro, e de embriaguez:
Infelizmente, frutifica
Apenas uma vez...

Sob essas ramas perfumadas,
Teus Beijos todos eram meus:
E as nossas almas abraçadas
Fugiam para Deus.

Mas os teus beijos esfriaram...
Lembras-te bem! lembras-te bem!
E as folhas pálidas murcharam,
E nosso amor também.

Ah! frutos de ouro que colhemos,
Frutos de cálida estação,
Com que delícia vos mordemos,
Com que sofreguidão!

Lembras-te? os frutos eram doces...
Se ainda os pudéssemos provar!
Se fosse teu... se minha fosses,
E se te pudesse amar...

Em vão, porém, me beijas louca!
Teu beijo, a palpitar e a arder,
Não achará, na minha boca,
Outro para o acolher.

Não há mais beijos, nem mais pranto!
Lembras-te? quando te perdi
Beijei-te tanto, chorei tanto,
Com tanto amor por ti,

Que os olhos, vês? já tenho enxutos,
E a minha boca se cançou,
A árvore já não tem mais frutos!
Adeus! tudo acabou!

Outras paixões, outras idades!
Sejam os nossos corações
Dois relicários de saudades
E de recordações

Ah! esqueçamos, esqueçamos
Durma tranquilo o nosso amor
Na cova rasa onde o enterramos
Entre os rasais em flor...

Poema do homenageado.

Olavo Bilac(Ahelhylina de Souza Alencar)

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CPP