Posts de Carlos Manuel Correa da Silva (872)

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Até a última lágrima

Não temos o controle do amanhecer
E muito menos podemos decidir
Quando chegará ou não o anoitecer
E se falamos sobre amor há um caminho por seguir

Talvez dizer adeus em paz seja muito mais difícil
Que compartilhar revoltas com o travesseiro
Que se algemar com blasfêmias ou esfregar lâmpadas
Talvez alguns confundam com cinismo e frieza

O coração toma decisões e provavelmente
Cada uma delas possui suas específicas razões
Ou talvez estejam apenas perdidas quem sabe invertidas
Lágrimas que a neblina faz questão de confundir

E você então senta e olha na direção das estrelas
E percebe que mesmo quando elas choram
Se mantém firmes porque elas fazem parte
De algo maior de uma constelação de uma família

Percebe que deixar ir é a melhor forma de estar perto
E que existe algo com certeza muito acima das carícias
Você segue seu caminho sem absolutamente nunca ter saído
Mesmo que as tempestades caiam todas sobre o seu coração

Quantas vezes apenas estar ali
Encharcado e ferido pelas lágrimas de alguém
É mais importante e essencial
Que tentar secá-las até que a última ganhe vida

Passamos pelo que é necessário ao nosso aprendizado
E quão gratificante e digo emocionante se torna o sorriso
Quando somos abençoados por um novo amanhecer
Quando temos a chance de refazer nossos caminhos equivocados

Quando um eu te amo sai da poesia e se torna luz
Ele assume o poder de recobrir dois corpos
Uma energia que só é possível de existir
Porque em algum momento reconheceu a verdade

E é exatamente essa verdade que mesmo vista em parte
Já nos revela e nos ensina que a liberdade existe
E que é um passo conquistado no encontro à felicidade
Através das curvas onde a humildade mostra o valor do perdão

Então mais uma vez agradeço pela lição
Por me ensinar a tornar livre meus sentimentos
Livre do medo da angústia da dúvida ou do ego
Por mostrar que o amor não é cego

Ele apenas fecha os olhos e
Te abraça com a luz do coração

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Travessia

Não sei se um dia alguém saberá
Não sei se um dia eu saberei
Assim meio do nada encontro o mar
E já nem sei onde estive ou estarei

E de alguma forma tento me esconder
Mas o vento faz da brisa caminho contrário
O aroma salgado da canção me lembra do horário
E com sorriso infantil se insinua a escrever

Não sabemos quão longa será a estadia
Deveríamos pensar mais no que será da travessia
Olhar ao horizonte qual terá sido nosso norte?
Ter a certeza que ao cair da noite não importa a sorte

Poderíamos acreditar que estamos há 1 hora da morte
O que deixamos de fazer ou faríamos diferente
Esquecemos de dizer eu te amo a alguém?
Se tivéssemos pedido perdão estaríamos mais contentes?

Talvez uma palavra que ficou ausente
Um carinho deixado sobre o travesseiro
Um abraço afetuoso um beijo esquecido sobre a mesa
O orgulho que impediu de sermos verdadeiros

Então de repente o vento percebe o brilho do olhar
Há tanto o que fazer preciso logo voltar sim preciso sim
Posso ir muito mais longe do que um dia imaginei
Basta dizer ao coração e ele responderá: Eu o levarei!

Deus nos abençoe

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Pequena princesa

Eu me lembro de cada singular detalhe
Recordo-me dos por menores daquele lugar
Desde o som da fonte sutil e constante
Aos entalhes na madeira que fizemos sob o luar

As árvores cobriam o chão de terra
Era como se esticassem os braços
Umas de encontro à outras nos protegiam
Engraçado hoje parecem-me mais baixas

Eu conhecia o caminho até aqui
Segui guiado por um instinto
O mesmo que me acorda a cada dia
Aquele que traz guardado tudo que sinto

Trocamos lanches e curativos
Corríamos livres e o que o vento trazia
Transformávamos em cantos e poesias
Momento algum deixávamos de sorrir

Seguimos assim e atravessamos o tempo
Até que veio o mar levou-me ao fundo sim doeu
Não se preocupe hoje não mais lamento
Sei que ele apenas trazia de volta o que era meu

Por isso você foi de encontro ás estrelas
Enquanto eu permaneci aqui e ali
Você já sabia o significado de uma oração
Eu apenas não entendia o que dizia meu coração

E fecho meus olhos marejados de saudade
Percebo um antigo aroma que me acaricia
E num longo abraço que poderia durar a eternidade
Tenho novamente minha alegria no cintilar de seus olhos

Do mesmo jeito que senti mais uma vez
A terra sob meus pés
Mesmo sabendo que hoje me guarda
Do castelo das estrelas

Sei que nunca mais esquecerei
Aquele lugar que só nós conhecemos
Aprendi a ouvir o que diz meu coração
Trocaremos de novo lanches e curativos

Porque aprendi o valor de uma Oração
Durma bem pequena princesa...

Fiquem com Deus

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Amanheça!

Qual o verdadeiro motivo da crença que habita em nós?
Haveria algum motivo escondido nas sombras da fé?
Quantos de nós cantam de costas ao espelho
Apenas por medo de virar pó à nota final?

Acreditar Nele é ter a certeza que aquela luz
A mesma que insistimos em manter apagada
Dentro do manto de carne que nos socorre
É a que iluminará o caminho até as Estrelas

Entender que a cor que nos diferencia hoje
O que faz um corpo ser diferente do outro
É apenas a energia do que está cheio nosso coração

Saber que a música tem a capacidade extraordinária
De fazer com que nosso corpo dance e cante sem malícia
Fazendo braços e pernas brincarem em alegria quase infantil

Mas é tão difícil...

Compreender que o amanhecer da lágrima é o sorriso
Que o sol do desespero é a esperança
Que os equívocos do caminho que hoje pisa
Cedo ou tarde ressurgem vivos na lembrança

Mas...

Quer saber então ponha logo os pés no chão
Sinta o ritmo e as cores faça com que o orvalho triste
Que umedece o solo de seu coração evapore bem rapidinho
Acenda a fogueira que te aguarda bem no centro do seu coração

Agora pode tire os pés do chão cante acredite!
Levante voe não se esqueça amanheça!
Viva de novo e mais uma vez escreva glorifique!
Seja mar ou quem sabe mesmo o deserto sempre agradeça!

Fiquem com Deus
Que a Luz se espalhe ...

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Rota do Sol

Por quantas vezes escondemos nossas lágrimas?
Em quantos momentos fizemos da chuva nosso disfarce?
Tantas ocasiões dissemos que seria a última
Inúmeras outras desejamos estar em Vênus ou Marte

Mas sabe no que creio de verdade?
Do orgulho nascem tais sentimentos
Ele tenta calar esta vontade
Afasta a luz nevoa o pensamento

O que ele não sabe ou esqueceu
É que invariavelmente chega o vento
Com humildade e persistência limpa o céu
Mostra que vitórias virão daquele sofrimento

Temos que aprender a parar de nos disfarçar
Impedir que o orgulho controle nossas ações
Entender o verdadeiro sentido de nossas emoções
Toda energia da tempestade vem apenas nos mostrar
... que todas as lágrimas sempre retornam ao mar...

Deus nos abençoe

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I was walking down the street
Lost among Rock’s gray voices
Scratching around for ideas
Just looking for a way to say
What I’m feeling inside

If I were a wealthy man
I could buy a mansion
where you'd love to live
But I see that even so
Our tears might stain its walls

Maybe if I were a designer
I could build a whole world
Which turned all the blue Into any color of your desire

But then again I’m not

So, I keep on moving
Jotting my thoughts down
Perhaps I’ll never be able
To find the words
That will settle my heart down

From out of the blue
I saw someone standing at the corner
It whistled an old song
It came up to me and said:
Hey gypsy, it’s so simple
Just look at the sky
What do you feel?

The harvest moon
From that moment on
It was that clear in my mind
And I saw all the times
We made love
Lying down on a boat
Sailing on the tide of your hair

Now our seeds are growing up
And we’ve got each other
There’s no other way
Like Young said:
“Because I’m still in love with you”
The moon will never lose its brightness and
Neither will you.

 

Carlos Correa

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Estrelas sob o Seu céu

Porque a ausência do vento trazia o silêncio
Não haviam voos não haviam palavras
E de repente percebo ao olhar pra cima
Que este mesmo silêncio trazia com ele
Letras diferentes o som de minha própria prece

Então me levanto e caminho na direção do íntimo da noite
E enquanto perambulo esbarrando nos átomos que me acompanham
Sinto a escuridão sendo rasgada pelas asas de uma doce coruja
Atravessando delicadamente o véu do mundo que nos separa

Está pronto? Inspira-me a ave
Sabe que não então porque me pergunta?
Não tenho mais medo
Não necessito mais das provas que um dia procurei
Mas bem sabe que não posso lhe acompanhar
Ainda não aprendi a voar nem sequer asas eu tenho

E no sorriso irônico da coruja
Pude perceber sua verdade
Você não voa porque tem asas
Você simplesmente voa
E por essa razão as tem
Consegue entender que depende de você e não delas?

E ao seu lado me misturei à noite...
Visitei casas e nuvens
Relembrei dos inúmeros encontros e assembleias
Contagiei-me de amor enquanto dormiam dores e amarguras

E no alto de um monte outra ave me aguardava
Podia ver a radiante águia de asas abertas
Agora voará ao lado dela
Desse cume ainda não posso passar
Mas acredito logo serei abençoada

E em novo voo mais alto
Pude ver meu mundo e o de tantos outros
Meu olhar de surpresa foi imediatamente reconhecido
Pelo coração da iluminada águia
Haviam estrelas lá embaixo
Como a olhar o céu de ponta cabeça

Surpreende-se criança
Mas essa é apenas uma das formas
De reconhecer os que ali vivem
Somos todos estrelas
Umas livres outras envoltas

E lá embaixo bilhões de vaga-lumes
Uns piscavam em tempos diferentes
Outros simplesmente brilhavam incessantemente
E ainda muitos não emitiam qualquer luz

Sem a necessidade de questionar me veio a resposta
Todos os momentos que nos vestimos de ódio ou amargura
Ou aqueles ressentimentos por vezes tolos e desnecessários
São instantes que deixamos de brilhar
Mas quando perdoamos amamos e acreditamos a luz retorna
Esse é o motivo do piscar
Veja todos esses mundos a sua volta

Sim a humanidade vai muito além de sua casa
Veja...
Alguns selvagens bárbaros e escuros
Em outros a resplandecência quase me cegava
Longe de estar preparado para conseguir olhar na direção deles
E a Terra, minha casa, logo ali no meio...

Está quase amanhecendo e tem de voltar
Levando-me de volta à coruja
Estarei olhando você e reconhecerei o seu brilho
Não me decepcione

E voei de volta com o sonho sobre as asas
Na certeza do que tenho de fazer
Naquele instante em que me mostrou
Que todos somos estrelas brilhantes sob o Seu céu


Deus acompanhe o voo de cada um de nós...

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Apenas mais uma canção

O sol já caminhava sonolento
Rendia-se lentamente à sabedoria da natureza
E por detrás das montanhas calçava seu cansaço
O dourado cajado era substituído pela rosa púrpura do anoitecer

E sob o fogo quase extinto em que o céu se transformara
Eu esperava por elas
Na verdade nós esperávamos
Eu e minhas pequenas companheiras
Doces é verdade mas ainda assim salgadas
Amargas

Eu ainda acreditava que poderia tê-lo de volta
Eu ainda acreditava

Se ao menos não tivesse minhas mãos
Poderia aceitar mais facilmente ou não
Mas elas estavam bem à minha frente
Eu simplesmente não poderia mais tocá-lo

Eu queria ainda acreditar que poderia tê-lo de volta
Eu ainda queria e o admirava em toda sua beleza
Talvez existisse uma chance lá fora
Mas estava quebrado (eu)

E com a chegada das estrelas
Pude respirar fundo e inalar o carinho
Pude fechar os olhos e serenar
Lembrar das maravilhosas canções que criamos juntos
E que hoje deixam o mundo mais colorido e perfumado
Quase caminham sozinhas

Por favor Senhor dê-me de volta meu piano

E então a noite acostumada com lamentos e pedidos
Mesmos os insensatos
Sem perder a delicadeza me convida pela
Longa e dolorosa jornada através da consciência
Não, aquilo não se chamava regressão
De compreensão deveria ser batizada

Ela talvez no intuito de me relaxar ou esclarecer
Me confessa sua tristeza
Por ver tantos de nós que a tem como desculpa
Que se entregam a vícios e perversões
Como se no dia seguinte o Sol não viesse a clarear a verdade
Crianças que ainda não despertaram

E ela permanece em sua paciência por horas
Caminhando ao meu lado (em verdade eu ao lado dela)
E já não sabia aonde estava
Quando me apresentou à madrugada

Por favor Senhor dê-me de volta meu piano
Que seja por apenas mais uma canção

Ciente de meus pensamentos e angústias
Me mostra que nada seria devolvido a mim
Pelo simples e real fato de que nada foi tirado
Mas o que hoje estava longe foi sim por mim afastado

Ao meu olhar de culpa
Tocando minha face com se ali existissem teclas
Esclarece que mesmo o mais amado instrumento
Necessita de um tempo na correção de sua própria estrutura
E eu pude ver

Por favor Senhor que eu possa servir de instrumento ao piano
Fazendo com que ele volte a ocupar seu papel no mundo
De levar a cada canto através de seu som seu sorriso e sua beleza
Todas suas notas grandiosas que sei estarem ainda ali

Por favor Senhor que alcance o merecimento
De poder tocar com minhas próprias mãos
Sobre cada tecla do piano
Uma antiga canção de amor
Ao menos uma vez mais

Eu continuo acreditando....

 

Carlos Correa

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Um pequeno pedaço de vento

Ele trazia nas mãos
Um pequeno pedaço de vento
Sobrevoavam-lhe as aves
Imaginando transpor
O imenso manto verde

Fixava o olhar
O reflexo devolvia-lhe
Seus próprios receios
Impenetrável
Ninguém jamais alcançara

Num leve movimento
Lançou o pequeno pedaço...
De sonhos e
Por um segundo apenas
Quebraram-se os espelhos

E voou floresta adentro
Guiado pelas sombras
De uma noite sem luz
Desviando-se dos troncos
Que estendiam seus galhos

E na mácula do bosque
O fogo ardia de encantamento

Ave peregrina que voa
Pra dentro de seus próprios olhos
Quando um pequeno pedaço de vento
Ilumina a lua que sempre esteve ali

Dentro de cada um existem
Florestas ou oceanos
Argila, terras pretas e roxas
Lindos parques ou crepúsculos
Pouco importa

Nas mãos de cada um
Existe um pequeno pedaço de vento
Que se transforma em ciclones ou vendaval
Que o leva na tortuosa viagem
Para dentro de si

E tenta voltar em brisa
Semeando palavras que nascem
Diferentes em cada corpo ou interpretação
E no final é o que vale a nós
Levar ao leitor sentimentos tão distintos
Vindos de um simples...
...pequeno pedaço de vento.

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Em algum tempo em algum lugar

Por tantas noites foi assim que me senti
Por tantas noites foi assim que senti sua presença
Por tantas noites percebi que o tempo se dobra
Por cada uma delas distantes madrugadas se abraçaram

E eu olho na imensidão do oceano da noite
Onde um cardume de estrelas brilha
Cometas disfarçados de enguias riscam meu sonho

Há tantas moradas na casa do Pai
Em qual delas estaria você agora?

Por tantas noites você caminha pelos aposentos de minha mente
Abre e fecha portas
Por tantas noites do lugar onde eu estou
Posso perceber de relance sua presença
Segundos de um espelho de um lugar
Aonde ainda não posso estar

Quantas noites teria levado para me encontrar?
Por tantas noites minhas atitudes levianas escureceram minha visão
Sei que em cada uma delas você não me perdeu de vista

E continuo a olhar
Há uma imensidão de moradas na casa do Pai
Em qual delas estaria você agora?
Porque eu sei que existe um lugar
Onde não são necessárias religiões
Um outro lugar
Onde não mais existem vícios e paixões

Sinto saudade de você minha irmã
Você era a mais jovem e ainda assim
Já possuía o céu desenhado em suas mãos
Hoje posso te ver na luz das estrelas novas
De algum tempo de algum lugar

Há tantas moradas na casa do Pai
Em qual delas estaria você sentada?
Daquele jeitinho em pernas sobrepostas
Os cabelos presos e vermelhos em fios de vida

Sim eu sei a família ultrapassa o espaço
Aglomera-se no tempo e
Vive unida pela força de atração
Não não desistirei minha querida irmã
Não decepcionarei mais nem a você nem a meu irmão

Há tantas moradas na casa do Pai
Em qual delas estaria você agora?
Será que os encontrarei ao chegar ao fim de minha noite?
Logo ali em algum tempo em algum lugar...

Fiquem com Deus

https://www.youtube.com/watch?v=MTRkMgly4hc

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Pequena Lágrima

Pequena Lágrima

De longe eu vi uma lágrima
Ela lentamente escorria por sua face
Corri o mais rápido que eu pude
Tentei ampará-la antes que se quebrasse

Quando ela quase tocou a terra
A recolhi em minhas mãos
Levei-a ao coração
Transformei-a em sorriso

Te devolvi em forma de canção...

Fiquem com Deus hoje e sempre

Saiba mais…
CPP