Posts de Mena Azevedo Leite (397)

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Luz na minha canção

Luz na minha canção

 

Dei-te a minha canção

Banhada de luz

A vida me deu poemas em oração

Que me devolves com sentimentos nus.

 

Pelas vias do meu coração

Achaste só ternura e alento

Embalados por uma terna canção

E, como pluma, deixaste voar ao vento.

 

Os acordes suaves do meu canto

Hoje procuram as estrelas mais distantes

Onde preciso enxugar meu pranto

Tirar de mim sentimentos hesitantes.

 

Anseio ser até mesmo na dor

Que dilacera minh’alma indigente

Ficar invisível ao teu amor

Se minha canção não for suficiente.

 

Se exigires que eu seja a morte

Morto viverei para me lembrar de ti

Não me desviarei jamais se a sorte

Permitir onde estiver, poder te ouvir.

 

Mena Azevedo

 

 

Saiba mais…

Outonais

Outonais

 

No silêncio da noite

Ouço acordes de violão

Que alguém solta por perto

E só meu coração sente...

São canções tristes

Que corroem a alma

Sons que se espalham pelos ares

E chegam à amplidão dos céus...

Acompanho a melodia e procuro

Nas notas musicais o teu sorriso

Quero que voltes para me envolver

Nessa hora tão triste de outono...

Quero acariciar teu rosto e me perder

Na suavidade da tua alma que canta

E se nunca ouvires o meu chamado

Nem o som desse velho violão

Quero os teus pensamentos fixos

Na imagem que deixaste em mim...

A primavera era testemunha do sorriso

Que brotava nessa face juvenil

Como a te falar que era preciso

Ficar junto do amor que agora senil

Tem as forças da juventude...

Horas outonais da minha vida

A esperar para irmos assim

Aprendendo com o silêncio

Que o tempo não espera

A vida segue, segue calma

Em busca do que nós vivemos...

É nessa ausência de ti

Que te tenho mais perto

É nesse evolar dos acordes plangentes

Que me aproximo do teu corpo distante

E que se faz presença em mim...

Mena Azevedo

Saiba mais…

A volta

A volta

 

Você chegou ansioso

Tomou-me nos braços

E com um gesto rude

Deu-me uns afagos.

 

Agarrou-se à bebida

Sorveu a última gota

E na embriaguez suicida

Viu-me na taça de cristal.

 

Sorriu um sorriso cínico

Jogou a taça contra mim

E com meu olho clínico

Vi bem perto seu fim.

 

Desse impacto restou

Dentro de mim a ousadia

Que do sonho me acordou

Ao ver a taça que partia...

 

Volvi os olhos ao céu

Ante o estalar do corpo

Que caiu como gota de fel

No meu querer meio morto.

 

Mena Azevedo

Saiba mais…

Tudo se apagou

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Tudo se apagou

 

Nos dias cansados

Corpo pesado reclina

Para, cogita, olha tudo...

Nada vê ao seu redor

Além da sua sombra.

 

Há ruídos na rua

Que se perdem no vácuo

Há formas que se rompem...

Tudo se desfaz na noite

Que é só silêncio.

 

Tudo se apagou, enfim.

A voz que cantava

A luz que vinha do alto...

Agora, nada se ouve

Além do corpo que cai.

 

Vê-se um vulto esquisito

Perdido na noite

E tudo é tão triste...

Só existe a penumbra

De uma vida que se apagou.

 

Mena Azevedo

Saiba mais…

Estranha noite

                                                                                      Estranha noite

 

A noite sufoca o dia

E um eclipse repentino

Cobriu meu mundo

E deixou-me sem tino

Nessa hora de plena nostalgia...

 

O’ Noite, por que deixaste a terra

Tão lúgubre, sem estrelas

Nem a lua para encantar

Abri os olhos não pude vê-las

 Sem elas a poesia se encerra...

 

No fluir dessa estranha sensação

Meu peito arfava em delírio

E, no afã de ver a luz

Acendi, pressurosa, o círio

 Assim, alimentei meu ser nesse clarão...

 

Em doce harmonia com o sagrado

Entendi o fenômeno desse dia

Seria fugaz. transitório

Esse eclipse que chegava e envolvia

A Terra, planeta iluminado...

 

O’ Noite, traze a lua e as estrelas

Para cobrir com seus raios prateados

A face da terra em solidão

Os notívagos que andam isolados

 Para receber suas luzes e absorvê-las...

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Bordei meu céu de estrelas

Bordei meu céu de estrelas

 

Do meu quarto, céu escuro

Bordo-o com os dedos finos

E, com amor de luz, eu juro

Que estrelas cantam hinos...

 

Sentimentos se espalham

Lágrimas descem inquietas

E em oração peço bênção

Das minhas janelas abertas...

 

Céu bordado de estrelas

Brancas, azuis, amarelas

Eu as busquei para tê-las

Dentro de mim fiz arandelas...

 

Iluminei minha noite sem medo

Com as luzes que bordei no céu

Afoguei meu pranto muito cedo

E adormeci envolta em claro véu...

Mena Azevedo

 

 

Saiba mais…

Unidade na Diversidade

 Unidade na Diversidade

 

Aqui, a terra

Envolta em beleza e opulência

Além, o céu.

Pleno de luzes e bênçãos.

 

Além, muito além

Até onde a visão humana

Possa alcançar...

O mistério insondável da vida!

 

A vida que se manifesta

Nas várias espécies e formas

Vivificada em cada pulsar

Dos elementos que a habitam.

 

Entre o aqui e o além

O vácuo, esse espaço vazio

De onde nada provém

Nem ar quente, nem ar frio.

 

Nesse todo multidimensional

Entre os seus vários elementos

Desponta o homem-animal

Em seu aspecto ainda nevoento.

 

Mas nessa diversidade evidente

O homem assume sua condição

Biológica, social, terrena, patente

Em pensamento e em ação.

 

E, na sua condição humana

Um traço do seu Criador...

Espírito e alma se irmanam

Seja no prazer, seja na dor.

 

Mas, além da fronteira da vida

O desamor que gerou violência

Dilacerou o corpo e criou ferida

Corrói a alma já na sua falência.

 

Toda essa divisão acontece

Ao assumir condição terrena...

A alma não morre, não envelhece

Volta ao todo com sua luz serena.

Assume, então, sua condição divina!

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Você era a poesia

Você era a poesia

 

Meu pensamento confuso buscou um artifício

Para escrever sobre uma nebulosa história

Nesse ambiente insólito que escolhi como início

De uma catarse para me libertar dessa memória...

 

Senti-me isolado, solitário nessa sombria paisagem

Tão estranha ao meu exterior, mas tão meu interior

Em dias de inverno em que o pensamento era miragem

Pela vontade de escrever nesse lugar sem cor...

 

Folhas eram atiradas pela estrada deserta e as ideias

Voavam céleres, aleatoriamente, pelos ares

Debrucei sobre a mesa, a cabeça parecia centopeias

Que maceravam sonhos, desejos e meus cantares...

 

Em devaneio, dormi e sonhei com um divino ser

O mais recôndito de mim trouxe à tona a estesia

Lembranças adormecidas me acordaram e pude ver

Sua imagem na minh’alma; você era a poesia...

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Aflições do planeta

Aflições do planeta

O planeta chora...

O cuidado com as armas

O descuido da vida.

 

O planeta grita...

O descuido das armas

O cuidado com a vida.

 

O planeta lamenta...

O cuidado com as drogas

O descuido dos homens.

 

O planeta implora...

O descuido das drogas

O cuidado com o homem.

 

O planeta suplica...

O cuidado com as águas

O descuido das árvores.

 

O planeta socorre...

O descuido das águas

O cuidado com as árvores.

 

O planeta está morrendo...

Pela falta de cuidado

Pelo excesso de descuido.

 

O planeta declara...

A verdade da incerteza

E a certeza da morte.

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

Saiba mais…

À procura da estrela

À procura da estrela

 

Procurava no céu a minha estrela

Aquela que em sonho me falou

- Acorda, vai em busca do amor

Aquele amor maior que te atrela...

 

Em noites claras, ébrio de desejo

Em meio a tanta luz, divino alento

Vi o clarão do amor descer com o vento

E recebi na face um longo beijo...

 

O coração faminto de ternura

Ali bebeu no imo doce luz

Levando do meu ser toda a amargura...

 

Quando chegou a lua bela e pura

Luminescente estrela me conduz

À chama viva que liberta e cura...

 

Mena Azevedo

 

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Abismo

Abismo


O sonoro canto de uma ave me despertou
A tarde cinzenta de inverno parecia que era
Um céu sem nuvens que anunciava um clamor
De uma voz sofrida que ali estava à espera.

Um sofrimento em cujo lamento eu ouvia
Uivos de medo – algo estava para acontecer
“- Meu Deus, por que o socorro não viria
Sufocar essa angústia dorida daquele ser?”

Era um abismo que se abria numa dor infinda
Céu e Terra doentes pareciam ali se entrelaçar
Quando o corpo retilíneo rompe a barreira e ainda
Reage diante daquela força estranha a se abeirar...

Na volta, o caminho denso de lembranças – despertar...
Seriam sonhos da mente escura, de pensares dormentes...
Ou era a realidade que na aresta do futuro transcendia...
Para dar vazão aos sentimentos e aos anseios intermitentes?

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Mulher

Mulher

 

Mulher, que na sublime condição de mãe

Embala seu filho com uma canção de ninar

Esquece nesse momento em que dos olhos caem

Lágrimas do sofrimento em seu triste caminhar...

 

São estradas desiguais que seus olhos veem

E nessa hora só contentamento existe em seu olhar

Ao romper as fronteiras da alma para atender cada filho            

E aparecem na face as lágrimas que enxuga faceira...

 

Ao sentir dor, esconde-a e põe no olhar o brilho

Transmuda-se em mulher forte mesmo à beira

Do abismo e, em esperança, abre o sorriso

Com amor sem medida abraça seu filho...

 

Mulher, que sendo também esposa, dedica

Sua vida, seu tempo, seu amor

A sua cara metade, mesmo em fadiga

E transforma o mais frio sentimento em calor...

 

Aquece a alma que, em devaneios lhe instiga

O coração a amar sem nada exigir, mesmo na dor

Que esboça um sorriso quando uma lágrima rola

Pelo rosto cansado do eterno labor...

 Mena Azevedo

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Retorno

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Retorno

 

Veja, meu amor, quanta dor na vida

Que me consome e quantas esquivanças

Saltam de mim, retém minhas lembranças

Que dou no coração pouso e guarida.

 

Olhe para meu rosto combalido

Veja a nostalgia em que ele se encontra

Pela saudade que tenho em conta

Não temo a dor: assim tenho vivido.

 

Mas se é a solidão que mora em mim

Vou refazer a minha vida, aceitar

Mesmo sem confiar, no amor que tem

 

Nós daremos a essa dor um fim

E viveremos em qualquer lugar

Não sei como, mas para o nosso bem.

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Retas e curvas

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Retas e curvas...

 

Na estrada

De curvas

A viagem

Deixou as mentes turvas

De quem ia

E de quem ficava...

 

Uma indecisão

Perturbava a alma

Dentro do ser

Não havia mais calma

E se puseram em oração

Era preciso viver...

 

Na estrada

Somente de retas

A volta serena

Fazia festa

Numa tarde amena

A alegria pediu morada...

 

E o amor

Ali se acasalou na alvorada

Os sonhos

Tornaram-se reais

Com a luz que fluiu...

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Tarde de chuva

Tarde de chuva

 

O dia ficou tão feio

Como o dia de uma saudade triste.

Dia de enterro... Dia de lágrimas!

Lágrimas que voavam aos céus

E desciam a terra em gotículas

Que molhavam as cabeças confusas...

Eu me lembro dos enterros que surgiam

E que voavam pela minha rua

Uns choravam, outros sorriam...

E alguns tão cabisbaixos iam

Levando o caixão pela cidade

Que parecia voar pelos céus

Para decolar no cemitério

Debaixo de uma chuva fina e fria

Persistente... Com som dolente.

Eu gravara na minha tenra mente

Essas imagens que me pareciam fantasmas

Eram vozes misturadas com soluços e risos

Que se uniam ao barulho da chuva que caía

Insistentemente, nostalgicamente.

São lembranças da infância

Que permanecem ainda fortes em mim

Lembranças tristes, dormentes...

Aquele cheiro de chuva

Vontade de tomar banho...

Cheiro de terra molhada

De flores despetaladas

Misturadas entre a dor e a alegria...

Eram cenas de um desfile estranho

Em que uns riam e conversavam

Outros, a lamentar, choravam...

E eu voava sem asas através da chuva...

Escondia minha tristeza nas cores do arco-íris.

Depois do cortejo mesclado de riso e choro

Tudo voltava ao normal

Com o pensamento de morte na janela.

E a saudade estranha... A comoção

Saudade daquelas tardes de chuva

Que se perderam nas curvas

Do meu pequeno coração.

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Sonho azul

Sonho azul

 

A sonoridade estridente

Do sol que desponta

Inquieta meu coração

Que arde pleno de vida...

 

São floridos meus sonhos

Que fazem balouçar cortinas

Para dar passagem ao vento

Que me toca para absorver a luz...

 

Procuro teus olhos além

E vejo o semblante austero

Desaparecer na campina

Entre os raios luminosos...

 

Foi só um sonho azul

Que alimentou minha vida

E fez-me despertar com a manhã

Refletida no espelho da minha quimera.

 

Mena Azevedo

Saiba mais…

A esperança

A Esperança

 

 Espera... Lamentação... Esperança...

Na espera há uma desvelada vontade

Visível no triste olhar e no lamento

 Cujas palavras furam o pensamento

 E se perdem ao som da saudade.

Na voz que chega há um clamor

 Há esperança de um grande amor

Esquecido, perdido nas voltas

Que o tempo vai dando pela vida

Para deixá-la de alegria envolta

 E enterrar uma existência sofrida.

Um grande amor que supere

As asperezas de um amor qualquer

Um puro e verdadeiro amor

Que seja o meu bem-me-quer

 Que dê a minha vida sentido e cor

E seja anunciador da paz e da ternura

Será, então, minha tão sonhada ventura.

Que esse amor seja único

Fomentando afetos e carícias

Para fermentar uma união

De corpos e de alma

Capaz de apagar com o seu calor

As feridas invisíveis e secretas

Cobertas com faixas de dor

E cobri-las com as essências mais discretas.

Um amor que possa afagar

Com os sentimentos mais sublimes

O corpo alquebrado pelas palavras

Ditas no calor da emoção...

Um amor que traga muita alegria

Para aquecer e deixar acesa no coração

A chama que sufocará a nostalgia

E fará renascer o afeto e a ternura

Numa relação mais doce e pura!

Que esse amor ideal

Suscite em cada amante

Contatos mais aconchegantes

Que o prazer seja, de fato, real

E permaneça infinitamente...

Mesmo nos dias menos encantados

Possa a alegria dos corpos abraçados

Espargir no ar sua magia docemente

Para cantar com a lua e as estrelas

Um novo canto de amor e alegria!

Mena

Saiba mais…

A tua luz!

A Tua Luz!

 

Não vês o brilho da tua Luz?

Não importa que não a queiras ver

A tua Luz te ilumina, te guia sempre

Mesmo que tu não queiras vê-la...

Lá no alto, existem as tuas estrelas

De todas as cores... Com brilho intenso!

Verdes, azuis, amarelas, prateadas...

Não as deixes apagar! Brilham para ti...

Para que obnubilar teu céu que é azul?

Esquece as querelas! Vive as quimeras!

Não olhes para as nuvens cinzentas da vida

Que deixam teu coração triste na espera...

Vai em busca da tua lua nas asas do vento

Para espargir nas avenidas do teu ser

O clarão da Luz que te guiará pelo tempo

E pelo espaço onde habitas...

Não permitas que a obscuridade alienante

Dos dias sem esperança possam cobrir teu céu

Esplêndido, iluminado pelos raios do amor...

A atmosfera que te cobre estará sempre clara

Mesmo nas noites de lua minguante...

Mesmo nos dias sem sol, sem horizonte.

A tua energia virá da tua canção

Da canção que envolve todo teu ser

Imerso na chama que alimenta os sonhos

Que busca a Luz do Amor para ficar contigo...

Olha para o teu mar! Mar azul e sereno

E alimenta no teu coração sentimentos belos!

Acalma os redemoinhos do ódio, da dissensão

E verás, então, que nasceste para brilhar...

A tua graça vem da Sublime Divindade

Que espalha em tua vida o calor da Luz Vivificante!

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

A flor e a mulher

 A flor e a mulher

O cheiro da flor

É cheiro de mulher

Tem cor e sabor...

O tempo da flor

É tempo passageiro

Desabrocha lentamente

Mas fenece ligeiro.

A cor que tem a flor

A mulher tem na mistura

Das raças que se uniram

E, em cada nuance

Uma diferente textura...

A flor lembra a mulher

Num lugar qualquer...

Cheiro de mulher

É cheiro de flor

Tem sabor e suavidade...

O tempo da mulher

Passa tão depressa

Que, sem sentir, perde

Com os anos, a formosura.

Em cada pétala que cai

Um pouco de vida fenece

Em cada ano que passa

A juventude se esvai...

Pode ser numa grota

Num jardim ou massapé

Nascem a flor e a mulher

Criações divinas

Pureza e brilho - a unidade

São assim flor e mulher

Em beleza e em verdade...

 

Mena Azevedo

 

 

 

Saiba mais…

A chuva

                                                                                    A Chuva 

A chuva descia...

A chuva descia em grande volume

  Sobre os meus olhos cansados de ver...

Apenas ver.

A chuva caía...

A chuva caía grossa e sonora

 Pelos meus ouvidos estressados de ouvir...

Apenas ouvir.

A chuva molhava...

A chuva molhava intensamente

Todo o meu corpo que gemia por liberdade...

Apenas gemia.

Mas a chuva, insistentemente, caía...

Era o milagre da natureza que se dava

E as águas escorriam cristalinas

Pelos meus pensamentos

Tornando-os cristalinos...

Já era tarde... Muito tarde!

E, enquanto pensava, via atônita

 Meu corpo à vista com o vestido

De seda colado à minha pele...

Sentia-me livre nessa comunhão com a terra!

Meus cabelos molhados, espichados

Desceram até os meus ombros...

Minha boca bebia daquela água divina

Que caía do céu e encharcava

Meu corpo e minha alma!

Já andando assim pela noite

Pés descalços, chutava as enxurradas

E deixava meus pensamentos livres

Para pensar... Era um momento místico...

Elevei uma prece ao Criador

 E adormeci... Eram horas mortas...

Acordei refeita... Era outra pessoa!

Mena Azevedo

Saiba mais…
CPP