Posts de Mena Azevedo Leite (397)

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Se...

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Se...
 
Se se pensasse numa mágoa liquefeita
Em uma prenhez de lágrimas derramadas
Que provocasse a dor que o coração não aceita
E macerasse no peito tristezas enterradas...
 
Se se pudesse o gemido escutar além
E romper das entranhas um grito de dor
Faria de você assim meu querer bem
E talvez ressurgisse um doce e terno amor...
 
Poria meus ouvidos à escuta do inaudível
Para mergulhar no oceano do seu eu
Libertaria a dor que o mundo me deu
 
Descreveria com destreza o indescritível
Nesse momento de magia e de retorno
Ao vislumbrar a utopia em meu entorno.

Mwena Azevedo

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Reveses

Reveses

 

No redemoinho das minhas inquietações

Descaso com a criança e com o pobre

Salta dos meus pensamentos em borbotões

Sentimento doloroso que minha face cobre.

 

A injustiça que campeia solta pelo mundo

Não é cega, nem surda, nem muda

Porque é praticada às claras e atinge fundo

O coração de uma gente que a face desnuda.

 

Mas há os reveses da vida: hoje é o chefe

Que explora o empregado e o escraviza

Amanhã será o patrão que já não conhece

Aquele que foi por ele explorado na sua cobiça.

 

Boa colheita terá quem não for omisso

No serviço ao próximo e na prática da justiça

Servir a todos igualmente é divino compromisso

Pois bem se diz que se dá mal, quem o fogo atiça.

 

Mena Azevedo

 

 

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Mar de Lama

Mar de Lama

 O rio que corria Doce

Saciava a sede do povo

Agora coberto de lama

Porque a sede que matou o rio

Foi a ganância pelo TER MAIS...

 

O rio corria Doce

A lama cobriu seu leito

Carregou casas como se fosse

Um gigante faminto

Que fez um trabalho perfeito...

 

Não corre mais o rio

Não saltam nas águas os peixes

Mortos estão todos, povo em desvario

Imerso na lama ácida

Misturados com a lama podre do TER MAIS...

 

Há um grito de indignação no ar

Grito de misericórdia

Que sai espremido das bocas

Dos que ainda falam na lama de Mariana

 e da dor nas entranhas ocas...

 

Uma tragédia de lama

Lama que cobriu casas e corpos

Lama que machucou o coração

Daqueles que viram seus mortos

Mergulhados na lama da omissão...

Mar de lama que invadiu casas matou o rio

E se espalhou entre campos floridos

Enterrou a vida que sorria

soterrou os sonhos de todos

E sonhos e corpos juntos se vestiram de lama...

 Mena Azevedo

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A Ação da amizade

 

 

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  A ação da amizade

A amizade é um sentimento sublime

Que une almas com afeto e empatia

Gera confiança, bem-estar e imprime

No coração da gente afeição e alegria.

 

É marca de uma terna e suave expressão

De todo ser humano que tem necessidade

De intercambiar as forças da sua emoção

Recebendo estímulos em clima de verdade.

 

Inspiradora da coragem e do entendimento

Deve ser plena de abnegação, a amizade

Pois enfloresce as almas, põe perfume dentro

Do lago do coração e deixa que o olor trescale.

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

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Sou tua sereia

Sou tua sereia

 

Soltei meu canto, um canto de vida

Pra te despertar do sono profundo

Que imobilizou teu corpo atlético

E o colocou fora do meu mundo

Não tenhas medo ao ouvir meu canto

Porque sou a sereia do amor

Que te dá em oferenda o pranto

Que dos meus olhos derramou

Vem, não vaciles, pois não há perigo

Eu te ofereço minha vida inteira

Para ser dos teus sonhos guardiã e abrigo

Hoje, solto meu canto sem segredos

Um canto que é um apelo

Sem dissimulação e engano

Para te dar todo cuidado e zelo

Não dês ouvidos aos cantos

Perdidos nas profundezas do mar

Ouve esse canto agora

Para me acolher e me amar

Porque essa é a hora de ouvir

O meu grito de alerta

Olha e escuta a cadência

Da minha voz que te oferta

Um canto de urgência

Que não vem do abismo do mar

Um canto que chega sem armadilha

Que enlaça teu corpo, hipnotiza tua mente

Vem inteiro e sente que sou tua sereia

E não te afastes de mim

Escuta meu chamado de amor

Que nunca terá fim.

 Mena Azevedo

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Eu, apenas essa gota d'água

 
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Eu, apenas essa gota d’água


Do alto da montanha
Vejo o sol nascer...
Nasce pra mim, nasce pra você
 E ilumina todos em toda a parte
Democraticamente...
Não podia ser diferente!

Nessa criação divina
Segregação não há.
Do horizonte infinito
Vejo a hora crepuscular
À minha frente, à frente de todos
E esse fenômeno fico a observar!

Faixas amarelas, roxas
Sombreadas de vermelho alaranjado
Riscam todo o espaço do meu céu
É a aurora matinal
Que precede a manhã luminosa...
Mais adiante, o lago azul!

Lago azul, manso e sereno
Nessa visão, descanso meu olhar
Vejo ainda a mansidão dos cisnes
Esbeltos, livres a nadar...
E eu, do alto da montanha
Apenas uma gota d’água a observar!

Uma gota que brotou da pedra
Na fria e silente madrugada
Cinzenta, orvalhada...
Uma gota apenas no arrebol
Que teima em ficar
Até ser absorvida pelo sol!

E o astro chega majestoso
Esparge sua luz nos campos e colinas
Joga seus reflexos luminosos
Nas grandes ou nas cercanias pequeninas
Em volta do lago azul sereno e manso
E engole tantas gotas d’água que já não alcanço!

E essas gotas vão-se juntar às nuvens
Que formam o todo inacessível
À visão do homem rude
É a unidade na amplitude
Que se divide em partes e volta à vida
Nessa roda viva onde me vi perdida!

E eu, apenas essa gota d’água!...

Mena Azevedo
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Meu fetiche

 

 

Meu fetiche

 

Faço de você meu doce fetiche

Nas noites claras de estrelas e luar

Quando me entrega quase em vertigem

Seu corpo hirto que ponho a dedilhar

A canção do amor nas notas cor de piche...

 

E por ondas sonoras escuto seus apelos

Para continuar teclando em cada parte

Nesse instrumento que derrete os gelos

E a cada toque sinto esmerar-me nessa arte

Em que me entrego sem atropelos...

 

Meu fetiche é você, que se doa para mim

Em corpo e alma numa sonoridade ímpar

Quando beija meus lábios de carmim

E ao som do seu piano derrama seu néctar

Que é bálsamo para desfazer qualquer motim...

Mena Azevedo

 

 

 

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Ser bom...

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Ser bom...

 

Ser bom é solidarizar-se com o outro

Não pela vaidade de se achar bom

Mas pela compaixão pelos carentes

É reencontrar-se imperceptivelmente

Com a sua própria identidade...

 

Ser bom é vivenciar com o outro

Seus momentos de dores e dificuldades

Indicar-lhe os caminhos seguros

E, unido a ele, palmilhá-los com serenidade

Em busca do crescimento espiritual de ambos...

 

Ser bom é abrir seu coração para ouvir

A voz daquele que sofre injustiças

Caminhar com ele na sua solidão

Pelas estradas tortuosas e sem sentido

Ajudando-o a dissolver mágoas e ressentimentos...

 

Ser bom é vislumbrar na companhia do outro

Horizontes azuis e buscarem juntos a paz

Descobrir no deserto, a beleza do oásis

E, em comunhão, partilhar o pão

Fazendo fluir e refluir o amor de Deus Pai...

 

Ser bom é doar-se sem exigir recompensa

Perdoar as ofensas, cicatrizar feridas

Sem perder a posse de si mesmo como cristão

Entregar-se, sem vacilar, à causa humanitária

E tudo fazer pelo amor a Deus e ao próximo...

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Ser bom...

Ser bom...

Ser bom é solidarizar-se com o outro

Não pela vaidade de se achar bom

Mas pela compaixão pelos carentes

É reencontrar-se imperceptivelmente

Com a sua própria identidade...

 

Ser bom é vivenciar com o outro

Seus momentos de dores e dificuldades

Indicar-lhe os caminhos seguros

E, unido a ele, palmilhá-los com serenidade

Em busca do crescimento espiritual de ambos...

 

Ser bom é abrir seu coração para ouvir

A voz daquele que sofre injustiças

Caminhar com ele na sua solidão

Pelas estradas tortuosas e sem sentido

Ajudando-o a dissolver mágoas e ressentimentos...

 

Ser bom é vislumbrar na companhia do outro

Horizontes azuis e buscarem juntos a paz

Descobrir no deserto, a beleza do oásis

E, em comunhão, partilhar o pão

Fazendo fluir e refluir o amor de Deus Pai...

 

Ser bom é doar-se sem exigir recompensa

Perdoar as ofensas, cicatrizar feridas

Sem perder a posse de si mesmo como cristão

Entregar-se, sem vacilar, à causa humanitária

E tudo fazer pelo amor a Deus e ao próximo...

Mena Azevedo

Saiba mais…

Outono sombrio

Outono sombrio

 

Outono escuro já chegou na tarde

Nuvens pairavam baixas e sombrias

Na face cor de bronze, fogo arde

No seu corpo rasgado, tristes dias...

 

Silenciosa dor, medo da noite

Cujas sombras chegavam meio tontas

Pelo leito vazio só via açoite

Machucando seus ossos com afrontas...

 

Era um outono triste e ali sozinho

Encontrou-se diante de um abismo

Sentiu uma nostalgia ali chegar

 

Que aos poucos dominou todo o seu ninho

Ruído pela dor, pelo egoísmo

Que não compreendeu o seu pesar...

 

Mena Azevedo

 

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A última gota

A última gota

Caem gotas dos olhos!

Gotas de saudade

Descem pelos sulcos

Da face sem cor...

Tentativas em esconder

Os olhos tristes...

Nada mais podia fazer!

Já não podia levantar

E as pálpebras erguer...

Ficou a lembrança

Dos olhos rasos, cansados...

Quais flores que murcham!

Já não há mais perfume...

No sorriso apagado, pétalas esparsas

Levavam a última gota de vida

Que fez transbordar minha taça...

Mena Azevedo

 

 

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Canto de sereia

Canto de Sereia

 

Meu canto é doce como o da sereia

Emerge do coração-mar para seduzir

O marinheiro que atracou na areia

Sua nau à deriva para não sucumbir.

 

E o meu canto sedutor, som de cetim

Ecoa pelo mar, transpõe a agitação

Ecoa no espaço, gira e volta até mim

E fala de amor em forma de canção.

 

No embalo das marés, saltei as ondas

Vi uma estrela cadente deslizando ali

Surgiu um empecilho, vi pedras redondas

Incrustadas de corais, acalmei, adormeci.

 

Um céu toldado de nuvens em minha vida

O sol se punha, sereias surgiram no ocaso

Para cantar no cais e assistir à despedida

Do poeta que foi habitar no seu Parnaso.

 

Mena Azevedo

 

 

 

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Canção Mágica

Canção Mágica (Soneto)

 

No sol resplandecente está escrito

Teu nome em gravação de ouro fina

Da mesma cor brilhante que ora fito

O Cosmo cor de rosa que declina.

 

No horizonte vermelho de saudade

Marquei em caracteres luzentes

A estrela que nascia da divindade

Para espargir no chão tons reluzentes.

 

A canção majestosa do arrebol

Traz no canto a beleza das estrelas

Que cintilam no céu como farol

 

Guiando o viandante para vê-las

Na noite de mistério e magia

Para viver o sonho, luz do sol.

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Corações feridos

Corações feridos

 

Às vezes somos atingidos por flechas

Que atingem o centro de nossa vida

Chegam em situações as mais diversas

Quando nosso espírito precisa de guarida.

 

Qual ferimento da alma, é o coração ferido

Pelas mágoas, pelos sentimentos cotidianos

Que deixam cicatrizes em cada ser partido

Nesses momentos de mágoas e desenganos.

 

Vítimas do desamor, há pessoas machucadas

Quando não acreditam na sua sensibilidade

Corações magoados, encarcerados, calejados

Só conseguem bater no ritmo da saudade.

 

Acredita-se, muitas vezes, na experiência

Que nos ajuda a crescer e fortalecer a vida

A espiritualidade é, todavia, por excelência

O suporte para enfrentar uma dor contida.

 

Mena Azevedo

 

Saiba mais…

Mutações dos sonhos

Mutação dos sonhos

 

Dormi para forjar meus sonhos

Prenhes de mutações e segredos

Guardados em recantos bisonhos

Para que ninguém os desvende...

 

E, numa íntima perplexidade

Sacudi minh’alma que chorava

Substituí a bondade pela maldade

Para ninguém se aproximar de mim...

 

Passei por uma mutação estranha

Conduzida por duendes do mal

Que saíram numa busca tamanha

Para me deixar fora da realidade...

 

No vácuo nebuloso do abismo

Deixei cair meu corpo frágil

Sem força, no cataclismo

Das obsessões que deprimem...

 

Num átimo, acordei em desespero

Guardei meus sonhos debaixo

Do maltratado travesseiro

Testemunha da minha transição...

 

Mena Azevedo

 

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Mãos insensatas

Mãos insensatas

 

A terra perdida, em desarmonia

Trouxe ao homem dor e pesar

Na face calada e aflita surgia

A indignação em todo caminhar...

 

O sorriso sem graça camuflava

O sofrimento pela morte de Gaia

Chorava a floresta que vazia estava

Da balouçar das árvores em harmonia...

 

Sofriam todos, o verão se estendia

Por todo o ano sem cair uma só gota

Do firmamento denso onde não se via

Sinal de chuva, nem uma nuvem solta...

 

A primavera não chegou, verão no inverno

A natureza assediada por mãos insensatas

Perdeu o viço; seu coração antes eterno

Enrijeceu, virou fogueira no seio das matas...

 

Os rios secaram e a morte dos animais

Trazia dor a todo ser que ainda vivia

No coração de cada um não se via mais

Alento, coragem para matar a nostalgia...

 

Mena Azevedo

 

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Utopia consumada

Utopia consumada

 

O dia virou noite em estesia

Jogou seu véu de renda cintilante

Na terra ressequida em nostalgia

Numa deificação daquele instante.

 

Desejos insensatos escondiam

No semblante calado e fugidio

Dores da alma em transe que pediam

Clemência ante o drama, um desafio.

 

Primavera virou inverno e dor

No coração em transe, desatino

Resplandecente luz mostrou o amor

 

Transformação surgiu e em louvor

O mundo agradeceu à divindade

E a crença na utopia se espalhou.

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

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