Posts de Mena Azevedo Leite (397)

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A imagem, o sonho

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A imagem, o sonho

 

No azul evanescente

Do oceano da imaginação

Nadei em águas quentes

Que brotava em borbotão...

 

Imagem onírica apareceu

Entre o mar e a luz diáfana da lua

E meu desejo reacendeu

Para acordar o sonho de ser tua...

 

Fez-se um vento forte

A esperança morta ressurgiu

Depois que procurei o norte

O sonho rompeu fronteiras do vazio...

 

Alegrei-me nesse universo

De águas tépidas, reconfortantes

Nesse afã, despertou meu verso

Que flutuou qual pluma em voo deslizante...

 

Mena Azevedo

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E a orquestra não parou...

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E a orquestra não parou...

 

Dois corpos fogosos rodopiavam

Em movimentos gostosos pelo salão

E, colados um ao outro experimentavam

Uma louca e apaixonada sensação...

De repente, casais que dançavam

Num ímpeto, pararam, mas os músicos

Continuaram tocando canções e cantavam

Com vozes angustiadas uma triste melodia...

A orquestra não podia parar... Era ordem

Mas dois corpos tombaram junto ao maestro

Era o casal que tão euforicamente dançava...

E jurava um ao outro amor eterno.

Agora, no sono ouvia a voz do seu estro

E declamava uma poesia onde os sons passavam

Além do salão, além dos corpos frios que jaziam...

Mena Azevedo

 

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A magia do carnaval

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A magia do carnaval

 

Escolas de samba pela avenida

Luxo, encanto, riqueza a ocultar

O tráfico de drogas que convida

A juventude nesse mundo entrar...

 

Enquanto dançam ao som dos trios

O silêncio dos pobres ecoa nas ruas

Fome escamoteada pelos sons frios

Imagens coloridas de mulheres nuas...

 

A magia do carnaval constrói-se assim

São esses artifícios que silenciam as bocas

Que sufocam sofrimentos e podem dar fim

 São vidas que se perdem em danças toscas...

 

Gastam-se as energias do corpo e da mente

E exaustos tombam no silêncio da fome

Porque o álcool e a droga não são suficientes

Para amainar a dor de quem não come...

 

Não se ouve a oração, porque é distante

As danças e os sons atraem seus desejos

É carnaval e a espera de alguém que cante

Tem o poder de silenciar a voz nesses ensejos...

Mena Azevedo 

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Lágrimas da noite

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Lágrimas da noite

 

Hoje quero a canção mais pura

Para sair da ausência do tempo...

Debato-me no silêncio do quarto

Para sentir o amor que se foi

Numa noite enluarada de verão.

 

Preciso da ternura do luar em mim

Para nele clarear meus pensamentos...

Pensamentos confusos, embotados

Nessa insana busca de te escutar

Para sair da solidão que me atrofia.

 

Mas não existe luar lá fora

Porque a chuva respinga em mim...

Cai uma gota. Mais uma resvala na janela

E outra tamborila na tela invisível

Da minha mente que soluça.

 

Nessa nostalgia, escuto uma canção

Que penetra no meu ser que chora...

É a canção dolente da noite turbulenta

Coberta pela chuva que cai como lágrimas

Para lavar minhas dores e minhas mágoas.

 

Mena Azevedo

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Oásis em mim

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Oásis em mim

 

Fecho janelas e portas

Para, na tarde calma

Ficar no meu oásis

Oásis de infinito pensamento...

 

Oásis do meu quarto

Chama-me para escrever

Quando me sinto sozinha

Na ilusão de que ninguém me vê...

 

Além das portas e janelas

A rua e o seu burburinho

Passos apressados, ranger de seda

Não os vejo no meu privado isolamento...

 

Bocas que gritam, falam, sussurram

Não as ouço, apenas imagino

Além das paredes do meu quarto

E minh’alma anuncia que é preciso pensar...

 

É um mundo diferente, surreal

Só meu, onde posso me ver, me sentir

Em transcendência com o divino

Quando levito em pensamento na poesia...

 

Penso, reflito, escolho palavras

Para gerar em mim mil sonhos

E soltar minha estesia no papel

Envolvendo-me nessa doce, diletante magia...

 

Mena Azevedo

 

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Na ensolarada manhã - Desafio de Edith

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Na ensolarada manhã

 

Despertei com o nascer do sol alerta

Jogando fios de luz na estatueta

Ao lado da janela entreaberta

Num gesto de invasão sem etiqueta...

 

De repente, pulei da cama e vi

Da varanda do meu quarto um sol

Brilhante que me fez querer sair

Ser pura melodia; ser rouxinol...

 

Encanto na manhã ensolarada

Trabalhou minha mente bem confusa

Reativou ideia ensombrada...

 

Refiz-me por inteiro, com postura

Caminhando com ânimo, acordada

A contemplar a mata sem escusa...

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

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Aridez

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Aridez

 

Abre o teu coração para sentir

A dor do teu irmão em sofrimento

Dá a ele o calor que tem em ti

E o aquece com palavras feito unguento...

 

Se não houver em ti dó e afeto

Sê pelo menos pássaro que canta

Para espalhar teu canto no deserto

Do teu coração que nada decanta...

 

Mas se quiseres dar sentido à vida

Nessa ciranda de cor e alegria

Volve teu olhar para teu entorno...

 

Vê quanta gente sofre sem guarida

Busca na fé do outro a cada dia

A verdade da vida sem contorno...

 

Mena Azevedo

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Coração desistiu da fantasia

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Coração desistiu da fantasia

 

Viver de fantasia me deixava

Fora da realidade, sem razão

Acordei desse sonho em que estava

Aturdida saí, vi que era em vão.

 

Desejos pululavam em meu ser

E minhas noites eram mui vazias

Mas os sonhos dourados têm poder

De ressuscitar minhas fantasias.

 

Foi tanta decepção que sofri

Desejo  recolhido era só dor

Olhei em volta de mim, desisti.

 

Joguei sonhos ao alto e o amor

Que fantasiei no meu coração

Fugiu célere qual voo de condor.

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

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QUANDO CHEGAR O NATAL...

Quando chegar o Natal...
Quero estar com os meus sentimentos
Em ordem no coração e na mente
Para distribuir carícias quentes
A todos e em todos os momentos.

Quando chegar o Natal...
Já terei dado o melhor àqueles
Que mendigam num sofrer sem fim
E passam os dias dessa vida assim
Sem sonhos, sem um olhar pra eles.

Quando chegar o Natal...
Estarei pronta para oferecer
A cada irmão minha companhia
Com mais amizade e com mais alegria
Para que todos tenham um melhor viver.

Quando chegar o Natal...
As luzes da cidade já estarão acesas
Para acolher no pobre o Menino Jesus
Que traz às casas maior brilho e luz
Que são as maiores e mais belas certezas.

Quando chegar o Natal...
Estarão nas ruas as cores; e os sons no ar
As crianças já terão escolhido seus presentes
E no coração de muitos pais, uma dor fremente
De um desejo que não se pode realizar.

Mas quando o Natal chegar...
Todos os homens devem estar reunidos
Em clima de amor, paz e solidariedade
Para que numa atitude de real fraternidade
Façam a ceia em família e com os excluídos.

 

Mena Azevedo

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Na janela - Um conto de Natal

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Na janela - Um conto de Natal


Isabela dormiu... Dormiu serena e feliz, não antes de verificar se a pequena janela do seu quarto que dava para o quintal, estava aberta. Sim, deixou-a aberta e colocou ali seu sapatinho, conforme as histórias que lhe contavam os pais. Papai Noel viria naquela noite fria e deixaria sua tão sonhada boneca que cantava e dormia...
Mas a ansiedade que lhe tomava o pequeno coração, não a deixou dormir até o amanhecer... Despertou muito cedo ainda! Levantou-se pé ante pé e dirigiu-se à janela para ver se Papai Noel havia deixado lá seu presente de Natal, o objeto da sua alegria. Olhou com os olhos bem abertos e viu que nada havia ali... Uma lágrima rolou pelas faces alvas e macias como flocos de algodão. Não, o bom velhinho que visita todas as crianças não a visitara. Ele viria depois? Quem sabe deixara para passar pela sua casa mais tarde?
Tudo estava calmo e silencioso. Todos dormiam... Isabela chegou mais perto da janelinha do seu quarto e passou a olhar o céu. No alto, bem no alto do céu infinito, Isabela via as estrelas piscarem para ela. A lua redonda, redonda, ia alta naquela noite, passeando entre as nuvens... E a criança deixou-se envolver pelo belo espetáculo daquela criação divina! Debruçou-se na janela e o sono veio pesado, carregando-a para um mundo de beleza e magia! Visitou A Casa dos Brinquedos e ficou embevecida com todos aqueles brinquedos maravilhosos!... Adiante, viu a boneca dos seus sonhos. Correu até lá. Abraçou-a, beijou-a e cantou com ela uma doce e suave melodia... Tudo era tão lindo! As luzes que não se apagavam nunca, os anjinhos que tocavam flautas e traziam-lhe ternos sorrisos...
Era madrugada. As últimas estrelas já se apagavam e a lua já se escondera quase desmaiada, para dar lugar ao sol que despontava no horizonte, esbraseando montes e campinas. Isabela ainda dormia... Dormia e não mais sonhava... Não mais sonhava porque vivia... Vivia num mundo onde não existem pobres e ricos; as crianças são todas iguais e todas amadas pelo mesmo Pai. Isabela dormia... Dormia e cantava... Cantava e sorria...
Sua mãe, em pleno silêncio da manhã, estranhou o silêncio de Isabela! Adentrou seu quarto às sete horas e encontrara a filha, dormindo, debruçada na janela. A temperatura durante a noite e a madrugada caíra muito... Isabela estava gelada... Sem vida! O frio que vinha de fora enregelou seu débil corpinho, mas aqueceu seu coração que sorria. Lá, muito além da lua e das estrelas, Isabela cantava com os anjinhos uma doce e suave canção de Natal:
“Bate o sino pequenino
Sino de Belém
Já nasceu o Deus Menino
Para o nosso bem!”

Mena

 

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Silêncio profundo

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Silêncio Profundo!

 

Tudo parou... Silêncio...

Que mudez estranha!

Que dolorosa essa nostalgia!

Tudo adormeceu. Onde está o verso

Para compor minha poesia?

O silêncio não produz mais o sonho...

Cadê a ilusão do mundo, a utopia?

O amor ficou atracado no cais

Da minha angústia soluçante

Com sabor amargo de saudade!

Tudo secou... Onde está o viço

Da tua presença tão marcante?

Só tua ausência ficou presente

Nesse mar de desejo

Para onde o sentimento voou

Em  nuvens que não vejo!

Mena Azevedo

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Em desolação

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Em desolação

 

Descortinou-se um novo horizonte

À minha janela recém aberta

E uma aragem que vem de longe

Flui pela alcova já deserta...

 

Vislumbro na larga campina

Um roseiral, cujas rosas amarelas

Entreabertas, recebem da neblina

Um colar de gotas quais pérolas...

 

Gotas de orvalho nos meus olhos tristes

Fizeram-me lembrar dos teus olhos ternos

Nesse momento a comoção não resiste

Fecho a janela; cá dentro é só inverno...

 

Mena Azevedo

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Eu surgi...

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Eu surgi...

 

Das entranhas nasci

Num encontro marcado

Em alarde e frenesi

Soltei o grito esperado...

 

Eu, que não quisera ouvir

Em hora alguma o canto triste

De uma saída a emergir

Do lago materno, subsisti...

 

Aconteceu o início de um ciclo

A que o ser gerado não pode fugir

É a vida a pulsar que eclode

Para viver e abrir-se ao porvir...

 

E, assim, pelo amor nasci

Chorei, bebi leite materno, cresci

 Chorei sorri, vislumbrei algo maior

Que quatro paredes nesse devir...

 

Mena Azevedo

 

 

 

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Vi uma estrela

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Vi uma estrela...

 

Vi uma estrela no céu distante

Piscando só para mim

Na noite sem brilho e sem cor...

 

Era uma estrela solitária

Perdida na imensidão do cosmo

À procura de uma companhia...

 

E eu também em solidão

Absorvi a sua luz radiante

E foi bálsamo para meu coração...

 

Cobri-me com essa luminosidade

Fui dormir na noite transformada

E esperançosa me pus a sonhar...

 

No silêncio do quarto ensombrado

Pedi àquela estrela companhia

Para em mim fazer pernoite...

 

Mena Azevedo

 

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Decisão Extrema

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Decisão Exrema- Soneto

 

O corpo estremeceu ao despertar

A noite foi confusa e em solidão

Lágrimas escorriam devagar

E molhavam sua face em comoção.

 

Foram tantas as dores que sentiu

Pela falta de afeto e companhia

Que seu coração não se permitiu

Abrir seu ser num canto de alegria.

 

Lembranças tristes suas veias rasgavam

Num turbilhão de sonhos e desejos

Era dormir: os dias não passavam

 

Para esquecer a ilusão perdida

Virou de vez a taça e num lampejo

Sorveu sua dor e acabou com a vida.

Mena Azevedo

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Natal de Jesus - Acróstico

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Acróstico

Natal de Jesus

 

Não só há festividades

Atitudes de fé e amor

Também há nas solenidades

Alegrias pela chegada do Salvador

Levantam os cristãos de todas as idades

 

Divino Filho de Deus, nós te louvamos

Eterno Pai de todos nós te glorificamos

 

Jorra da tua fonte que não se esgota

Essa água viva que sacia a sede

Salva o homem do pecado, sê

Unguento para as feridas e vede

Senhor, que teu amor floresce.

Mena Azevedo

 

 

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A poesia viaja pelo céu

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A poesia viaja pelo céu

 

Vou teclando minha poesia

Com sentimento que arranco

De mim para expor minha estesia...

A vida é a poesia que se manifesta

Na flor que em tantas cores desabrocha

 No jardim que faz desse colorido uma festa

No raio de sol que reflete na rocha

O poder da criação...

As estrelas e a lua são a poesia

Que tem como grande tela o céu                                                   

A espalhar uma canção de amor

Louvando a poesia que nos astros encerra

Toda beleza que vem em simples oração...

Nos quatro cantos do mundo ela revela

Que o mundo é poesia e a humanidade

Mergulhada em dor, extasia...

Vai, minha poesia, levar tua mensagem

Para que todos os poetas bebam nos teus versos

O néctar do amor nessa inspirada viagem...

Mena Azevedo

 

 

 

 

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Crepúsculo

Crepúsculo


Na hora do crepúsculo

A tarde morena se esconde

E um véu negro cobre a terra

Para esconder os segredos

Do dia que vai embora...

Hora silenciosa e triste...

Há desejos e medos que vêm à tona

E que se misturam às sombras

Para evocar paixões

Encolhidas, escondidas, recolhidas

E colhidas pela noite que chega.

 E nesse transe perfeito, o silêncio

Cobre os pensamentos sombrios

Trazidos pela penumbra que ronda

Minha cama de lençóis amarfanhados

Pela inquietação do meu corpo

Jogado ali como objeto desprezível

Numa solitude avassaladora...

 

Mena Azevedo

 

 

 

 

 

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Coração Ardente

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Coração Ardente

 

Tenho um mundo de emoções

Que vagam desgovernadas

Pelas minhas incursões

Solitárias em noites cansadas...

 

São vozes partidas da aridez

De um coração que vagueia

Entre o elevado e a pequenez

De um desejo que em mim permeia...

 

É que arde em meu coração

Uma chama que arranca a dor

Que sufoca o pranto em emersão

Para esconder dos outros o dissabor...

 

E assim vivendo, vou enganando

A todos que me cercam, com sorriso

Guardando atrás de mim um bando

De decepções deixando crer que tudo é paraíso...

Mena Azevedo

 

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CPP