PINDORAMA
(Terra das Palmeiras)
Verdejante pintura viva, tela terra suave, linda
Mas, sem moldura, desprotegida, valor inestimável, rica
Com chuvas de cores, nascente natura, cheia de vida, brilha
Suave textura, manto virgem, sobre solo estendida...
Que se destaca ao som das mãos, ondas impetuosas, águas cristalinas
Como um ninar que abraça a noite e no raiar do dia desperta todas as vidas
Em êxtase se ouve, como cheios da mais pura loucura, animais em cantoria
Sempre em festa a floresta, mata mãe feliz sorria...
Admirável era de se admirar a harmonia desse suave esculpir, sem medo vivia
Era terra que desconhecia outras cores que viriam do pincel do tal homem sabedoria
Novos ventos sopraram, num findar daquela costumeira maresia
Olhos curiosos atentos aos invasores, ser diferente parecia...
Foi correria para todos os moradores
Foi alegria aos tais conquistadores
Que aos poucos firmaram estaca no chão
E o coração da grande e majestosa obra mudou de mão...
Vidas simples que só conheciam e viviam simplicidade
Tiveram que sorver o amargo descolorir da vaidade
Sim, o vento contrário soprou, o leme mudou
O barco ancorou e um novo tempo começou...
Dias se foram, congelante noite, alto Ipiranga, saudoso monte
Eleva-se então como firme mastro forte
O som alarmante da findável pressão, grito livre, liberdade
Que soou ao longe, mudando a tela realidade...
De tanto em tanto se foi, em tudo pouco se pode fazer
Mas algo em muito mudou em todo acontecer
Nem todas as flores puderam florescer
Mas novas árvores, gotas da verde tinta, livres puderam nascer
No firme solo, mãe gentil
Cor de Brasa, Brasil!
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Glaucia Amaral
09/11/21