Posts de Ilario Moreira (677)

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Abandono

Sinto ainda seu cheiro adocicado

A maciez da derme, mui dourada

Riso, visão sutil enamorada

Tudo me convidando ao vil pecado.

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Longe de ti me sinto tresloucado

Você sempre foi por mim adorada

Contigo, pensei formar a morada

E tal desejo deixou- me obcecado.

 .

Mas, tudo infelizmente, tem o seu fim

Você foi-se sem deixar um vestígio

Nada disseste saiu pelo confim.

 .

Não houve sequer intriga, sim litígio

Foi embora, quedo, calma, fugaz, enfim

Deixou-me cabisbaixo sem prestígio.

 .

 

23/02/2017

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ILARIO MOREIRA

Saiba mais…

Metamorfose do ser

Assim, vejo a vida apagando-se,

Observo o escurecer, o crepúsculo,

de minha existência, é como um filme,

gravado na película da dupla hélice biológica,

de minhas remotas gerações,

tatuado em milhões de partículas que compõe o meu ser,

neste mar de antigas gerações,

ponto de partida para as existências futuras.

Dividindo-se, decompondo-se e mantendo a originalidade, 

eternizando-me em outros seres análogos, 

derivados do mesmo material genético.

Desta forma, ameniza o meu medo do desconhecido,

o transcendente, o metafísico, torna a inexistência algo até aprazível, 

na multidão de eufemismos interligados.

Não há mais o temor, a dúvida ainda oculta,

parca persiste, mas o inevitável tornou-se real, 

materializando-se e é inútil lutar contra um inimigo invencível,

resoluto, resignado, acato a sina, o fado, e sigo em frente,

15/02/2017

 

 ILARIO MOREIRA 

 

Saiba mais…

O Soneto

O soneto é um poema belo

Onde tem norma, regra, sim precisa

A forma de versejar é concisa

Onde o talento é o meu escabelo.

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E no seio do meu ser cerebelo

Nítido, de maneira mui indecisa

De forma, vaga, vítrea, imprecisa

Assim, é meu poetar, me rebelo.

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Possua musa, dê criatividade

Pra que, meus versos saiam primorosos

Desperte afinidade na beldade.

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Que sejam versos lindos, amorosos

Que expresse, toda minha habilidade

E leve alento, paz aos chorosos.

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ILARIO MOREIRA

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14/02/2017

Saiba mais…

Prece espírita

Tu, mestre e mentor és iluminados
E sim, sempre atenderam meu pedido
Socorram-me, pois, estou sim perdido
Todos meus sonhos foram dominados.
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Espíritos sem luz, vis, apenados
E que não me veem, estou escondido
Meus senhores os têm repreendido
E caso tentem, sejam condenados.
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Busca minha alma paz e plenitude
Sim, aguardo amor, luz felicidade
Sou eu diligente na solicitude.
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Sirvo meus mestres desde a mocidade
E com firmeza, fé e retitude
Sempre escutei, obedeci à Deidade.
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ILARIO MOREIRA
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13/02/2017

Saiba mais…

Fim do amor

Deveria ser eterno, duradouro

Subitamente acabou, desfaleceu

Como uma vida, foi-se, sim, faleceu

Tento sorte no porvir, no vindouro.

 

Este amor era firme ancoradouro

O prazer, o carinho, estabeleceu

E cruelmente traiu-me, esfaleceu

E esfacela, este cruel sorvedouro.

 

Sim, irei me refazer com certeza

Conhecer novos seres, sim, amores

E farei isto, com todo amor, presteza.

 

Sendo assim, não verás muitos clamores

Isto traria a mim grande, mui incerteza

De mim terão silêncio, não rumores.

02/02/2017

ILARIO MOREIRA

Saiba mais…

Relevante eminência

Era ele um visionário, um comunista
Além, de vários outros adjetivos
Como cantor, poeta, esteve ativos
Bom compositor, um idealista.
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E tinha ele, ideologia, sim, marxista
E mudar padrões foram objetivos
Tinha ele visão, ideais bons, altivos
Com personalidade realista.
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E junto a Lula fora diligente
E buscou a justiça feito sabujo
Tinha cabedais fora inteligente.
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Brincando disse: Tudo sobrepujo
E sobre o tempo, foste intransigente
Ele não me alcança, porém, não fujo.

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ILARIO MOREIRA

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12/02/2017

"Homenagem ao grande artista Mário Lago"

Saiba mais…

Amor inesquecível

Oh! Doce amor de minha mocidade

Deste prazer, alento, a este ser, alma

E mesmo nos reveses tinha calma

Musa tinha sutil, sobriedade.

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Angelical, isenta de vaidade

Lembrar de seu acalanto muito acalma

Igual a ti, não encontrei tal vivalma

Do ósculo primeiro a saudade.

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Afrodite, este amor me restitua

Tu Baco, afaste a vil lascividade

Não tem frenesi, que substitua.

 .

Eu tenho amor, porém, passividade

Mas, que novo amor surja, constitua

Pois, tenho viço, não debilidade.

 .

ILARIO MOREIRA

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13/02/2017

 

Saiba mais…

Som divinal

 

Oh! Vida vã, efêmera, sim, mera

Que a maioria não vive, delira

Eu sigo o meu caminho ao som da Lira

Assim, alivio a dor, minha quimera.

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Tem muitos, que esta vida muito esmera

E ás vicissitudes, mui polira

E não aceita que a vida, ela falira

Mesmo que minta, como a bela Hemera.

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Som magistral me envolva mesmo sóbrio

Que o medo não me leve à raiva, ira

Isto seria um escárnio, sim, opróbrio.

 .

Dê prazer, do meu ser a dor retira

Inebrie-me, deixe-me, tal ébrio

Estou extasiado o efeito em mim surtira.

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ILARIO MOREIRA

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09/02/2017

Saiba mais…

Amor latente

Sim, ele esta latente, adormecido

Dentro de mim inerte, quedo, oculto

Como antigo ritual, prece, culto

Que pelo tempo foi sendo esquecido.

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Mas vivo esta ele, não foi perecido

Quem pensa assim, é néscio, tolo, inculto

Ingênuo indiduo, semiculto

Aguarda ele o despertar merecido.

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Sim, esta no predio sua aurora

Porém, será vibrante, prazerosa

Pois, esqueci o lamento, sim doutrora.

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Virá felicidade pura, airosa

A dor, o sofrimento esta noutrora

Minha alma fica mui vaporosa.

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ILARIO MOREIRA

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07/02/2017

Saiba mais…

Sadismo

Não minto, tenho meu lado lascivo

Anseio por amor, sutis carícias

E que me envolve, em prazer e delícias

O pudor, não me produz empecivo.

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Gosto do prazer sádico, nocivo

Deste ato, conheço todas  perícias

Sim, no fetiche, não tenho imperícias

É consensual, não é coercivo.

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O que me fere, não causa tormenta

Há prazer, nas sevícias mais exóticas

A dor, para o algoz é a ferramenta.

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Só é preciso ter sim outra ótica

Não importa a dor, se o amor nos alimenta

O prazer é a fase apoteótica.

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ILARIO MOREIRA

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07/02/2017.

Saiba mais…

Alma hipócrita

Alma vã, fútil, vil, impiedosa

Sim, ages assim, desde a juventude

Mas, agora aproxima a senectude

Hipócrita, tornou-se piedosa.

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Agirás com recato, caridosa

E busca erros reparar,  plenitude

De nada, valerá tal, atitude

Tola, não adianta mostrar ser bondosa.

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Pois, aguarda-te a campa, sim frialdade

Ele, os vermes saprófagos famintos

Devorarão seu ser, sem piedade.

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É voraz, insensível, os helmintos

Assim, terminarás sua vaidade

A fome saciará dos platelmintos.

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ILARIO MOREIRA

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02/022017

Saiba mais…

Metástase do amor

Era ela, bem pequena esta ferida

Que foi crescendo, rápido ela encorpo

Tal, metástase burlou meu anticorpo

Sim, e deixou-me em êxtase querida.

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Foi uma dádiva, por mim adquirida

Trouxe alento conforto ao meu subcorpo

E dando-me paz, prazer ao meu corpo

Ah! Que moléstia ardente, deferida.

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Sim, espalhou este amor rapidamente

Contaminou e dominou por inteiro

Sou seu adicto, talvez, completamente.

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Trouxe conforto fugaz, sorrateiro

Sim, afastou a tristeza, totalmente

Prazer, deleite é o meu roteiro.

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ILARIO MOREIRA

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04/02/2017

Saiba mais…

Falsos amores

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São tênues, os bem querer da vida

Suas juras são falsas, sim, perfídia

Que nos enganam, é cruel covardia

Restando o penar, sofrer, sobrevida.

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É burla, trapaça, vil e atrevida

E com belas palavras e picardia

Não tem limites, sua insana ousadia

A mentira, nos deixa comovida.

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Hoje esse engodo, fácil desbarato

Mas, aprendi com dor, dificuldade

E busco proteção, neste aparato.

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Carrego cicatrizes, saudade

A aventura me deixou timorato

Porém, dispenso pena ou piedade.

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ILARIO MOREIRA

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02/02/2017

Saiba mais…

Amor em gestação

Sim, em gestação tenho amor, retido

Devagar vem surgindo e me conforma

E mesmo sendo abstrata a sua forma

O espelho da alma o mostra refletido.

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Como uma droga, trás a mim contido

Curando chagas, este bem reforma

Aloja em meu recôndito e transforma

Meu sofrido ego, tal prazer tem tido.

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Eros, que ele nasça, seja colossal

E que seja este amor sincero e sadio

Sim, Preencha este meu âmago abissal.

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E não importa se é um amor tardio

Pois, a mim ele é muito interessal

Cansado estou de amor fútil e vadio.

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 ILARIO MOREIRA

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01/02/2017

Saiba mais…

Ao meu amor

Há muito nos conhecemos, desde a mais tenra idade

Com a adolescência veio a admiração, encantamento

Ficávamos juntos sem malícia apenas, contentamento

Assim, desfrutamos de nossa doce e pueril mocidade.

Os laços foram ficando mais sólidos com a maioridade

És a minha musa, possuir-te alegra o meu pensamento

Enamorados, inebriados, desfrutamos o doce momento

Até selarmos á união, junto aos amigos, á comunidade.

Com o tempo vieram os herdeiros, os filhos, a prole

Que completou o vínculo, o amor, a etérea plenitude

Sacramentando o enlace, massageando nossa índole.

Tornando mais plausível a indômita e vil decrepitude

Usamos mais os sutis eufemismos e não a hipérbole 

Juntos arrostamos a vida, sem temer revés, vicissitude.

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02/09/2016

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ILARIO MOREIRA

Saiba mais…

Como sou

Feliz fico entre amigo e ente querido

Com os seus abraços, sorrisos largos

Sem demora, esqueço dos dias amargos

Lembro do elogio vão, desmerecido.

Talvez, único infeliz preterido

Que lutou por patentes e bons cargos

E sem ser das Elites ou fidalgos

Um Sir, sem berço, local definido.

Isto entorpece, a minha gentil  alma

Com delírio inflamado, são e extasiado

Sutil calmante, absorto apraz e acalma.

Tosco, tolo, apresento perfilado

E não pertenço a qualquer vil, vivalma

Figura miserável, desprezado.

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30/07/2016

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 ILARIO MOREIRA 

 

Saiba mais…

Senilidade

Hoje, carrego muita saudade

De minha infância, quando era garoto

Eu tinha força, vigor abarroto

Como é bom ter tenra, pouca idade.

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É da vida tabu, senilidade

Tenho o músculo flácido, sim roto

E para ocultar tento ser maroto

Mas, mostra minhas cãs, debilidade.

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A vida passou veloz como um sonho

Perdi o viço, nas noites do vil tempo

Por isso, Hoje já não sou mais risonho.

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E surgiu doença, sim, contratempo

E que torna o meu viver, mais tristonho

Família é o melhor passatempo.

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ILARIO MOREIRA

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30/01/2017

Saiba mais…

Soturnas vozes

Vozes que vis desejos trás, fomentam

Vagam em minha mente, sim velozes

São elas o meu martírio, essas algozes

E que o meu sofrer, penar incrementam.

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Melancólico, corpo e alma lamentam

E de onde saem estes sons ferozes

Que soturnos, impedem-me que gozes

De paz, amor, pesares complementam.

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Vá dê-me frenesi, contentamento

E viaje som espectral, em degredo

Seja eu feliz, sutil, neste momento.

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E torne para mim, cruel segredo

E deixarei escondido, este lamento

O amar, o sonhar, dê em mim ingredo.

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ILARIO MOREIRA

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30/01/2017

Saiba mais…

Fragilidade humana

Brinque, sorria criatura tola, inútil

Sim, ignore o que cedo o aguarda, espera

Morrerás com dor ser abjeto, fútil

Pois, neste mundo, o ódio, mal, impera.

Não queira dizer, sou sim do bem, útil

O caos, destruição és que tu, opera

E perecera, o corpo não é dúctil

Alimentara verme, litopera.

De sua morte, verei os estertores

Sua agonia, pupila dilatada

E não te livrarás os bons doutores.

E quando nasceu, estava ela anotada

Irá morrer só, sem admiradores

Na vida, será última cartada.

ILARIO MOREIRA

30/01/2017

Saiba mais…

Amor oculto III

Pudera eu, ter avel privigio

Com você curtir, viver este tempo

ficaria a noite, neste passatempo

Pois, eu te amo querida, do cogio.

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Por ti, lançaria a mão de sortigio

Mas, sempre surgiu cruel contratempo

A vida é vã, neste espaço-tempo

Seduzi-la assim, seria um sacrigio.

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Então, oculto o meu amor, afinidade

Fingindo, para o mundo ser seu amigo

E faço isto, com grande habilidade.

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É cilada eficaz, para comigo

Porém, não posso dizer a verdade

E tornei meu algoz, vil, cretino, imigo.

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ILARIO MOREIRA

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25/01/2017

Saiba mais…
CPP