Posts de Márcia Aparecida Mancebo (1933)

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Reencontro

Reencontro

A brisa que beijou meu rosto no instante
que, em silêncio, sozinha caminhava,
devolveu-me a lembrança, que é distante,
e nela me apoiei enquanto andava.

Senti-me envolvida pelo passado,
revivendo momentos de ternura,
de um tempo belo, todo decorado,
e a vida era a flor doce da aventura.

Ah, como vai longe este tempo bom!
Na ingênua idade do alvorecer,
eu bordava os meus dias com um tom
onde, em sonho, via resplandecer.

A luz que clareava o meu caminho
era bela, com setas luminosas;
de longe, me parecia um pergaminho:
colorido e enfeitado com as rosas.

Márcia Aparecida Mancebo

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Ilusão

Ilusão

No tempo que o amor era uma promessa
E um belo sentimento tão profundo,
Ao te ver a paixão veio depressa,
Acreditei achar a luz do mundo.

Teu olhar irradiava alegria,
Tua voz tinha o som de uma canção,
Canção onde encontrei a fantasia
E te fiz dono do meu coração.

Tua ausência era sentida e doía,
Maltratando minha alma inda criança,
Uma espera constante, uma agonia;
Tua imagem não saía da lembrança.

Mas somente quando um ama demais,
E o amor não é promessa… juramento,
É fácil partir e não voltar mais,
Deixando quem ama em triste lamento!

Márcia Aparecida Mancebo
24/11/25

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Renascimento

Renascimento

Ao clarear o dia, percebi:
Não era a mesma da noite passada,
Uma mudança em mim mesma senti,
Mudança que me fez tão animada.

Meus olhos viam — e tudo encantava.
Havia flores na via, notei.
No céu azul, as nuvens dançavam
Até melodia de anjo escutei.

À face tristonha, o riso voltou.
Cada palavra dita ardia em mim;
Minha alma, sentindo-se leve, voou,
Deixando meu ser pleno até o fim.

Foi nesse alvorecer que pude ver
Coisas que antigamente eu não mais via
A animação levou-me a compreender
Não era sonho, era eu que renascia!

Márcia Aparecida Mancebo

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Redondezas

Pelas redondezas ando vagando
Procuro há tempos por um anjo

Pelas redondezas fico espiando
Quem sabe vejo ele num canto

Pelas redondezas fico cismando
Será que ele fingiu e mentiu tanto

Pelas redondezas fico fantasiando
Meus dias e noites nesse encanto

Pelas redondezas estou esperando
O anjo mavioso que estou amando

Lilian Ferraz

28/08/2025

&

Miragem Maviosa

Pelas mesmas redondezas eu sigo,
Também procuro pelo mesmo anjo.
Pensei estar a seu lado, consigo,
Percebo que sem ele não me arranjo.

Vasculhei todos cantos, cada esquina.
Aonde estás? — me interrogo, cismada.
Se perseguir alma amante é sina,
Ou se esconde na estrela, na madrugada?

Creio que sou mulher apaixonada
Por um anjo que existe na fantasia.
Por este anjo estou sendo enganada,
Preenchendo um vazio que existia.

Essa miragem me enternece demais.
Pelas redondezas sigo procurando,
Mas é inútil — não o encontro jamais.
Não nego: esse anjo estou amando.

Márcia Aparecida Mancebo
29/08/25

Deus é bom, sempre! 🙏

 

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TRÂNSITO

TRÂNSITO

É quando vejo a flor pender no galho
que entendo cada ciclo do viver.
A flor pende por estar já em frangalhos;
cansada, não tem como não pender.

Mesmo caída exala o seu perfume;
perfumando o ar, enfeita toda aurora.
Perde o viço, envelhece sem queixume;
vem o vento, a machuca e a leva embora.

O ser humano à flor é comparado:
a infância, a mocidade e o envelhecer.
A infância tem um tom belo dourado,
e na mente é encravada, irá crescer.

A mocidade é chama em viva cor,
a velhice vem lenta anunciando.
O mesmo vento que levou a flor
virá brisa e fará o passo brando

Márcia Aparecida Mancebo

.

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Velha Melodia

Velha Melodia

Ao ouvir o som da velha melodia,
a saudade chegou rapidamente;
voltei por um momento àquele dia,
trazendo lembranças pra minha mente.

Aquele dia em que encontrei o amor
e senti a beleza que há na vida.
Meu mundo tão escuro, sem ter cor,
foi invadido por luzes coloridas.

A velha melodia hoje voltou,
mas aquele amor o tempo desfez.
Somente a imagem é o que me restou;
Recordá-lo, infinito bem me fez!

Quem dera esse som sempre retornasse,
principalmente quando a solidão
sufoca o peito, como se afogasse
na lágrima que vem do coração.

Márcia Aparecida Mancebo

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Candura em Verso

Candura em Verso

Nos versos que compõem minha poesia,
o amor é citado com devoção,
pois o amor que sinto traz alegria
e faz pulsar forte o meu coração.

Esse amor que me abraça tem magia:
me transporta para um mundo encantado,
onde existe uma luz que me lumia
para o horizonte, onde tudo é dourado.

E a poesia nasce toda ardorosa,
exalando perfume de ternura;
cada verso tem um pouco da rosa,
e a poesia é recheada de candura.

Poesia que cita o amor é tão bela,
pois o amor em versos tem nuance:
principia com uma piscadela,
e daí nasce um eterno romance.

Márcia Aparecida Mancebo

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Seja Diferente Neste Natal

Seja Diferente Neste Natal 

Monte a árvore de Natal sem esquecer
De agradecer pela sua família,
Com bolas vermelhas pra reacender
A chama de gratidão por sua trilha.

Essa é a árvore de sua vida merece ser enfeitada
Com o que há em seu intimo guardado
Ponha laços que juntou da caminhada
A cada entrave que fora superado.

Não esqueça das bolas vermelhas brilhantes
Demonstrando a ternura em seu olhar
Pelo amor devotado ao semelhante
Cada gesto ofertado por amar.

Enfeite o seu interior com perdão
Ato sublime de quem tem humildade
Vasculhe fundo que existe de montão
Reconhecimento e muita bondade.

Agora chegou aquele momento
Tentar ser diferente, aceitar a cruz
Lavar as impurezas do pensamento
Abrir o coração para aceitar Jesus!

Márcia Aparecida Mancebo

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Amor Companheiro

Amor Companheiro

Amor que queima nas veias e não mata
É por esse amor que meu coração pulsa.
Me envolve de carinho e não me maltrata,
E também por nada sente repulsa.

Esse amor ao meu coração é profundo.
Tem funda raiz , a tudo é resistente.
Amor fiel, o maior amor do mundo,
O amor que à verdade não é indiferente.

A lealdade é a água da sua fonte,
Com gesto zeloso, vê meu coração.
Amor infinito, vai além do horizonte
E sabe o momento de dar o perdão.

Ah, como prezo esse amor verdadeiro,
Que enche minha alma de ilusão e prazer!
Não me deixa só, esse amor companheiro:
É esse amor doce que me faz viver.

Márcia Aparecida Mancebo

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Naquela Noite

Naquela noite

Noite de primavera, mas chovia;
o aroma da florada era sentida.
No meu canto, quieta, via a vida
qual um botão de rosa que se abria.

Naquela noite escura eu revivia
toda a tristonha história de uma lida,
uma luta qual fel, muito sofrida;
essa lembrança não me sucumbia.

Aprendi, com o tempo, compreender,
enquanto olhava a chuva na vidraça,
que o viver é finito: um dia passa.

Naquela noite queria esquecer
e ser entorpecida pelo perfume,
e adormecer minha alma sem queixume.

Márcia Aparecida Mancebo

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Naquele Dia

Ainda lembro o meu olhar à porta
Uma espera que doía em minha alma.
O vento me trazia folhas mortas,
Mas eu trazia em meu olhar a calma.

Espera vã, mas quem ama suporta,
tem esperança e nela se acalma,
Não me abati na espera olhando a porta,
Não tinha medo que isso fosse trauma.

As horas passaram, anoiteceu.
E a porta aberta não trouxe ninguém
Lá fora a noite estava escura, um breu.

Naquele dia adormeci sentada,
Mas aprendi não ser do amor refém
E me tornei mais forte na jornada.

Márcia Aparecida Mancebo

&

No silêncio dessa mesma porta

Também conheço o peso da espera,
essa dor que tenta ser refúgio
quando a alma procura respirar.

Às vezes o mundo desaba por fora,
mas por dentro buscamos calma,
um lugar onde o sentimento dói,
mas ainda assim ensina a ser forte.

Quem ama suporta, sim,
e aprende a não quebrar por dentro,
mesmo quando o coração lateja
feito lembrança que não volta mais.

Também atravessei noites escuras,
onde o vazio fala mais que a voz,
e descobri que a luz nasce devagar,
costurando coragem no peito.

E quando a dor quis ser abrigo,
minha alma aprendeu a superar,
mesmo estilhaçada por dentro.
Assim segui, inteira na jornada,
onde antes havia apenas silêncio.

Teeh Sant' Anna

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Carrossel

Carrossel

Oh, alma cansada que implora ao céu,
Quem virá agora para me amparar?
Minha vida gira qual carrossel
Roda sem rumo, não consigo andar.

Busco respostas no giro constante,
Mas o carrossel gira indiferente
Meus pensamentos se cruzam errantes,
E uma ferida se abre lentamente.

O carrossel não para, o tempo esvai,
Eu sigo girando, aflita, calada
Uma lágrima no olho esquenta e cai,
A inquietação em mim não é pausada.

Continuo a rodar, sem direção,
Ecoa no ouvido o som do brinquedo
Aumenta o pulsar do meu coração,
A alma se agita tomada de medo.

Márcia Aparecida Mancebo

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Naquele Dia

Naquele Dia

Ainda lembro o meu olhar à porta
Uma espera que doía em minha alma.
O vento me trazia folhas mortas,
Mas eu trazia em meu olhar a calma.

Espera vã, mas quem ama suporta,
tem esperança e nela se acalma,
Não me abati na espera olhando a porta,
Não tinha medo que isso fosse trauma.

As horas passaram, anoiteceu.
E a porta aberta não trouxe ninguém
Lá fora a noite estava escura, um breu.

Naquele dia adormeci sentada,
Mas aprendi não ser do amor refém
E me tornei mais forte na jornada.

Márcia Aparecida Mancebo

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Serenidade

Serenidade

Tudo que foi tão belo o tempo levou;
Somente deixou no peito uma saudade.
Uma luz que na mente não se apagou,
Trazendo à tona instantes da mocidade.

Voando qual pluma pela imensidão,
A mente passeia por desertas ruas,
Por lugares onde vivi a emoção
De conhecer o amor sob a luz da lua.

Amor que eternizou no meu coração,
Enraizou, floriu, despertando à vida.
No momento, a lembrança não é em vão;
Pois no amor me abraço e me sinto ávida.

Essa avidez enche a saudade de cores,
Borda o tempo, tornando-o mais ameno.
A mocidade, em explosão de fulgores...
Ah! Recordar — sinto o coração sereno.

Márcia Aparecida Mancebo

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Como Sou

Como Sou

Quem sou eu, quando a noite veste véu
e o silêncio toma o espaço que estou,
quando a saudade não faz escarcéu
e ao derredor o som já se calou?

Ah, somente eu sei, ninguém imagina:
embarco no sonho, na fantasia,
trago na mente uma luz que ilumina;
a inspiração chega com a poesia.

Poesia tão doce dizendo que o ardor
é um bálsamo pra alma enamorada,
ao intuir versos revela que há amor
no silêncio que tem a madrugada.

Somente eu sei o que a noite me traz,
a calma que envolve todo o ser,
um sentimento tão grande de paz...
Sentir solidão até dá prazer!

Márcia Aparecida Mancebo

 

 

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ENTARDECER

 

Entardecer 

 
Do monte sinto o dia entardecer 
E vi no céu o rastro da esperança 
Antigas canções vinham sem querer 
Trazendo à mente uma doce lembrança.
 
Miragens são o véu da fantasia
E tomam o peito nas quietas tardes,
Mas há verdades na melancolia
Que brotam vivas trazendo saudade.
 
Ao ver-te surgir no meu belo sonho 
Com olhos feitos de constelação
Veio a inspiração e versos componho 
Guiando meus passos rumo a imensidão.
 
E sol se foi queimado o que era dor...
 
Márcia Aparecida Mancebo 

 30/08/25

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Quando o Joelho se Dobra

Quando o Joelho se Dobra

Quando o joelho se dobra, tudo se cala,
Os pensamentos ruins vão-se embora.
Deus ouve a prece de quem a Ele fala,
E, com unção, o ser se revigora.

Não é fantasia, e sim a esperança
Que o Pai Celestial encobre o ser;
E o ser que crê se enche de confiança,
Pela Bondade Infinita, o vencer.

Nesse diálogo, não há permuta;
Há somente piedade e perdão.
A fé que rege o ser não é disputa:
É algo tão belo, sem explicação.

Dobrar o joelho é ter fé na vida,
Fé que Deus, em silêncio, agirá.
Mesmo que a jornada seja comprida,
No atalho, uma seta sempre haverá.

Márcia Aparecida Mancebo

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Amada

Amada

Por onde caminho, amor.
Te levo no pensamento
É um suave sentimento,
Que carrego com ardor
E brotou qual uma flor
Que no chão foi semeada:
Sob a luz da madrugada
E abrolhou rapidamente
Espalhando a semente
Me fazendo tua amada.

Márcia Aparecida Mancebo

 

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CPP