Imagem by Margarida Maria Madruga
O silêncio é a última ltima cartada.
Imagem by Margarida Maria Madruga
O silêncio é a última ltima cartada.
Palavras Que O Tempo Quer Calar
No véu da meia-noite, em tempo frio,
ouço sombras ecoando em lamento;
sombras que vagam, sem luzes, no vazio.
Revelam segredos de um grande tormento.
Sobre rosas murchadas, sobre um altar.
E o vento sussurra, em língua ancestral;
dizendo palavras que o tempo quer calar:
Uns versos de dor, num tom sepulcral.
Dançam no nevoeiro, amantes de outrora;
espalham histórias, sepultam almas
presas, num beijo, pálido, na aurora;
nos olhos da noite, famintos de calma.
E o coração, não morto na lembrança
mesmo, em trevas, a beleza persiste
Pulsando em ruínas, busca a esperança
Que é gótica e eterna, soturna e triste.
Márcia Aparecida Mancebo
imagem by Margarida Maria Madruga
Solidão
Ainda lembro, a porta no tempo frio.
A lembrança do adeus ficou retida.
Restando minha alma triste e um vazio.
Pela dor da saudade, sou invadida.
Te esperei nas manhãs com nevoeiro;
Nas madrugadas frias, qual açoite
Lembrando sempre o beijo derradeiro;
Na despedida vil daquela noite.
Naquele inverno, a vida se apagou.
O sorriso, nos lábios, esvaiu.
A lágrima na face impregnou;
De cor prata, o cabelo se tingiu.
E nunca mais foi aberta aquela porta.
Sem se importar com o tempo lá fora.
Foi encoberta pelas folhas mortas.
Me abraço à solidão que me devora.
Márcia Aparecida Mancebo.
No silêncio da emoção
Memórias que povoam meu pensamento:
Te esquecer? Ah, não irei conseguir. Dividimos tantos belos momentos; Dos detalhes, não consigo fugir.
É sempre à noite que vêm essas lembranças.
Embriagadas pelo devaneio,
E de um reencontro, tenho esperança;
Para satisfazer os meus anseios.
Memórias que acalento com prazer. Elas são cobertores pra minha alma.
Parece ter som e voz, pra dizer: Essas lembranças doces trazem calma.
Mas são lembranças ternas, tão queridas,
Que valsam, no silêncio da emoção Elas bordam de amor minhas feridas.
Aquecem a saudade no coração.
Márcia Aparecida Mancebo 01/07/25
Se for Talvez...
Quando o amor tem raiz fixa no coração.
Esse amor foi plantado com laços fortes.
Nada o levará para a destruição.
Nem o vento, nem as águas, nem a morte.
Longe de ti, sou pétala destruída.
Sou a saudade encarnada na abstinência.
Meus dias são longos, fico escondida
Velando, o sentido da tua ausência.
Pelas gotas do orvalho, sou acorrentada
a este amor, que será eternizado;
Amor que nasceu no ardor da madrugada.
Quando a encobria, nosso telhado.
Mas, se existe um talvez em seu pensamento;
Nego-lhe as palavras que a ti dediquei.
Retiro da alma todo meu sentimento.
Esqueço as promessas que um dia jurei.
Márcia Aparecida Mancebo
O Vento e o Teu Perfume.
(Para minha mãe)
E a sinto tão presente ao meu lado,
Como se ela ainda estivesse aqui.
Pois teu perfume em mim ficou encravado,
Isto faz tanto tempo e hoje percebi.
A tua lembrança, mãe, é doçura,
Me traz lágrimas de intensa saudade.
Recordo o teu semblante com ternura,
Depois volto para a realidade.
No meu caminhar por esta longa estrada;
Nas flores da guia, sinto o teu olor.
A tua presença ficou eternizada,
Por onde caminho, levo o teu amor.
O sussurro do vento que me acaricia;
Sinto teus gestos, leve, me envolver,
Como se fosses minha companhia,
Me ensinando outra vez como viver.
Márcia Aparecida Mancebo
28/06/25
A flor, orquídea e o poeta.
A flor, orquídea, enfeita o inverno.
Evoca pra minha alma paz e amor.
Oh, orquídea, a flor, teu porte terno
e a tua humildade aguça-me o ardor!
Em minha veia, o ardor se faz presente
E, como a orquídea, é fervoroso.
É com sabedoria que sigo em frente
velando este sentir, tão amoroso.
A esta flor presto reverências.
Pois tua essência traz esperança.
E em tua elegância há paciência;
Ah, orquídea, louvo tua presença!
À margem do canteiro, há exclusão.
E que flor não guarda em si seu valor
se sua beleza traz inspiração
aos olhos de um poeta sonhador?
Márcia Aparecida Mancebo
Versos em chamas
A alma daquele poeta arde em chama.
Com eloquência, os versos são traçados;
Como a luz que a claridade derrama.
Em cada estrofe há um mundo bordado.
O verso vem tão sereno e inabalável
Como uma rocha no tempo a resistir.
O amor que canta tem som agradável.
É chama viva a nunca se extinguir.
A cada verso renasce a fantasia;
Em bela flor bordada em emoção;
Com pena traça com toda magia, Fecundado a mente e o coração.
E o poeta, fiel à inspiração Transmuta a dor em doce melodia,
Tecendo o amor no fio da canção;
Faz renascer floreada poesia.
Márcia Aparecida Mancebo
Capricho
Tenho feito, como capricho, nas tardes.
Para sentir o coração vigoroso.
Deixo de fora, mazela e saudade.
Contemplando o pôr do sol maravilhoso.
Sinto que amadurecendo as fantasias.
A inspiração do sol se escondendo traz;
Emaranhado de letras e a poesia
Desperta, translúcida, e me satisfaz
Esse capricho é um arroubo tão gostoso.
Pois em êxtase a alma não adormece;
Fica altiva num gesto majestoso
E, o que me inspirou no fim da tarde, é, prece!
Poesia de mãos dadas com o poente;
Toma forma e alma, como ser vivente.
A pena vai deslizando lentamente:
o verso é rito, é luz, é canto eloquente.
Márcia Aparecida Mancebo
23/06/25
Outra vez, você.
No quarto, o silêncio outra vez ecoou,
Trazendo o ontem pra lembrar minha história;
Da tua ausência que o tempo não levou.
… Ainda sinto teu cheiro na memória.
Teu perfume, quantas vezes desejei;
Entre lágrimas, te sentir outra vez.
No amor há deslizes, isso não neguei.
Em minha alma, há um rasgo que não se desfez.
Te encontrei nas entrelinhas do passado.
E quantas vezes te rever, desejei.
Hoje, sinto o coração arrebatado.
E com pranto me refiz… ah, e errei.
Sei que é impossível haver recomeço.
Uma paixão tão brilhante não se apaga.
Em ço.
Mesmo quando a alma, em segredo, se rasga.
Márcia Aparecida Mancebo
30/06/25.
Flor em floração- I
O tempo vem me curando,
Das dores que há na lembrança,
Pouco a pouco vai brotando
Um broto de confiança.
É tão bom assim viver,
Com o pensamento aberto.
Então, posso renascer
Seguindo um caminho certo.
Me visita uma imagem
Da infância encantada.
Vejo, na bela miragem;
Uma paz doce, bordada.
E nesta manhã serena
Tinjo o inverno de emoção
Não mais sinto a dor pequena.
Sou uma flor em floração.
Márcia Aparecida Mancebo
Rara tapeçaria.
Não deixo a aurora da vida me consumir;
Nesta idade, os sentimentos fragilizam.
E das intempéries não dá pra fugir.
Chegam como furacão e martirizam.
Mas faço tudo para não me machucar.
Impeço que infle o meu coração de rancor.
Idade da aurora que anseia recordar
O que marcou a mocidade, o belo amor!
Então, solfejo o viver com maturidade
Acalentando a aurora, tempo que sonhei.
Idade enfeitada com flores da saudade.
Rara tapeçaria que os instantes bordei.
Ah, aurora da vida, envelheço sorrindo
fazendo de conta que o tempo não passou…
… E se o espelho mostrar um traço já sumindo;
é somente reflexo do que já brilhou.
Márcia Aparecida Mancebo
29/06/25
Por Inteiro
No silêncio terno desta tarde,
teu nome dança no ar como alerta.
Cada gesto teu, suave saudade,
minha alma acorda e pra vida desperta.
Lembro teu olhar...estrelas no meu céu,
como um farol que guia o meu destino.
Com teus olhos, o mundo perde o véu;
vejo o meu viver calmo e cristalino.
És o porto seguro dos meus dias.
Basta lembrar: nasci pra te seguir.
Neste teu barco irei com alegria,
e nada neste mundo irá impedir.
Se um dia o tempo se esquecer de nós,
sei que este amor foi belo e verdadeiro.
Ficará no ar o eco da nossa voz,
eternizando nosso amor por inteiro.
Márcia Aparecida Mancebo
29/06/25
Eco que não deixei
Está escrito na cartilha da vida,
Mas quis ser silêncio onde pediam canção
Ao partir, serei memória esquecida.
Pois chamei de inútil o meu coração.
Fui sombra nas tardes em que deveria ser luz.
Me escondi da vida e de mim também.
Essa dor em meu peito, ninguém traduz.
Não há remédio que cure, sei muito bem.
Quando a escuridão o céu abranger.
As horas passaram sem me notar
Vivi os dias sem ninguém perceber.
Fui árvore seca prestes a tombar.
Márcia Aparecida Mancebo
28/06/25
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Entre Promessas e Silencios
Na ventania, meu pensamento vai:
buscar na memória aquele amor
Esse sentimento lindo me distrai;
Meu corpo arde ao lembrar teu calor.
Revejo o barco que te levou distante.
Ao nos despedirmos, juras fizeste.
Tuas promessas me fez seguir adiante.
Hoje sou uma flor perdida no agreste.
Nesta distração navegam os meus dias.
De tanto pensar em ti, o tempo esvai:
Trazendo noites longas e melancolia,
Levando a alegria, deixando ais.
Tenho tentado esquecer o passado.
Recomeçar a viver é meu desejo.
Mas tua imagem está sempre ao meu lado.
Ficou tatuado as marcas do teu beijo.
Márcia Aparecida Mancebo
25/06/25
Esperança, fulgor da alma
E sem grilhões habita o pensamento
Ela é o suporte que move a vida,
É semente guardada no sentimento
Como luminiscencia numa alma ávida.
Ter esperança é um sonho acalentar
Para reger os dias, com o saber.
É ter paciência, ela irá chegar
E será aclamada como o prazer.
Virá como um raio de luz no céu,
Dando fim aos incômodos e dores,
Abrindo horizonte qual fogaréu
Inundando a alma com fartos fulgores.
A esperança nasce como uma flor
Lentamente cresce e ganha tamanho
Traz à luz sem implorar, sem clamor
Quando se percebe realizou o sonho.
Márcia Aparecida Mancebo
Este poema da inspiração ao ler o poema de Ciducha: Esperança.
Fios tênues da esperança
Por tanto tempo acreditei, não minto.
Crendo que nada termina deste jeito
Sufocando sentimentos retintos
Convicta que o final seria perfeito.
No entanto, desperto que foi ilusão.
Essa esperança acalentada voou…
Essa tristeza que assola meu coração;
Foi um baque que o tempo não me ensinou.
Mas o que sinto não me deixa desistir.
Mesmo que esse sentimento seja utopia;
Resolvi afrontar o meu sentir.
Reavivando toda minha fantasia.
Essa magia que existe em tua alma
E que, somente, eu conheço o segredo.
Irei acalentar a esperança com calma;
Para dar um fim a este degredo.
Mas noites que a saudade chega e balança
A esperança me agarro e a acalento,
Reacende em minha alma a chama que dança,
Guiada, por fios tênues da esperança.
Márcia Aparecida Mancebo
25/06/25
Verão da Eternidade
Foi naquele verão, como me lembro.
Ao trocarmos olhares, percebi.
O amor se aproximava, era dezembro!
Minha alma a sussurrar, estremeci!
Ah, tempo distante da mocidade.
Sonhar era normal, não te esqueci.
Ficaste eternizado na saudade.
Foi naquele verão que eu renasci!
Nas brisas de verão ficou teu nome,
guardado em mim, teu riso me traz calma
quando, a saudade de ti me consome
nos traços da lembrança, da minha alma.
Enfrentando o tempo: segue a correr
O brilho do verão será lembrado.
Há instantes que jamais vão se perder;
neste meu coração enamorado!
Márcia Aparecida Mancebo
19/06/25
CINZA QUE FOGE
Sou uma mulher que, na vida, caminha.
Caminho só, como fazem as horas.
Sou a cinza que foge e não se aninha,
Sou somente um pó, ontem e agora!
Sou o passado vivo na lembrança,
Que estampa as dores num semblante triste
Por perder a fé e a bela esperança.
Sou uma melodia… a entoar persiste.
Sou aquela que, em silêncio, aguenta.
Sem questionamento, todo o sofrer.
Somente segue a vida, não lamenta.
Já perdeu tudo que tinha a perder.
Nas batalhas, só perdas, sem vitórias.
Não tenho mais forças para lutar,
Sou um alpendre quebrado sem história.
Vi o meu sonho naufragar no mar.
Márcia Aparecida Mancebo
12/06/25