Encontrei meus monstros

Descobri monstros 

Dissimulados em minha escuridão vultosa

A vontade nas nevoas do meu ser

Indiferentes e espertos 

Farejadores com certeza 

Descobri meus monstros

Postados como gárgulas nas catedrais da minha mente

Vigilantes...

E todos não o são?

Encontrei meus monstros 

Rondando a vida que levo 

Perseguindo os meus pensamentos fracos

Devorando ...mastigando...

Encontrei meus monstros

Em xícaras de café madrugadoras

Em velhos manuscritos que nunca mostrei

Em garrafas bebidas em noites primitivas 

Por vezes em substâncias que não menciono 

Descobri os monstros

Em rostos de outrora 

Em alianças de outros tempos

Eu perdido andando entre perdidos como eu

Nada de bom nascendo naqueles dias

Só medo e ignorância 

Descobri os monstros que são meus

Os acolhi como filhos ou fui acolhido?

Me deixei levar por que ir é tão fácil...

Voltar nunca é...

Encontrei meus monstros em livros que li com a cabeça maluca

Corso,Ginsberg ,walt whitman , Solomon

Todos "chovendo" em minha cabeça

Encontrei meus monstros

Em bares , em praças,em cemitérios em becos

Eu estive la por eles

Eles esperaram la por mim

Encontrei meus monstros

Nunca os deixei de todo.

RODRIGO CABRAL

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Comentários

  • Acredito que a maioria das pessoas tem seus monstros interiores, monstros que, se insurgem das suas tumbas e vem atazana a memória.

    Sem dúvida, uma excelente obra.

    Parabéns, Rodrigo.

    Destacado!

  • Esbarrar com um monstro ou outro é natural... Melhor conhecê-los para diminuir o impacto ao encontrá-los.
    Bela composição intensa! 19437-200.png

  • Parabéns, poeta, poema lindo, primoroso, adorei. Abraços, paz e Luz!!!

  • 3671558?profile=original

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