Olhos de Maga

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Me espia com olhos de maga,

Uma nesga de lua

Em um céu polvilhado de estrelas.

- Brame ao longe uma e outra vaga, -

Os ventos de julho silvam na rua,

E cismam, adiante, às dunas removê-las.

 

O crocitar de um pássaro noturno

Mescla-se aos barulhos intermitentes

Junta-se ao burilar dos meus pensamentos

- Onde tua imagem prevalece a seu turno –

Sonhos, devaneios, todos tão presentes!

Interagem de forma indelével aos sentimentos.

 

Quisera esmiuçar o tempo, cortá-lo em fatias

Daí contemplar as atitudes nossas, juntinhos,

E paralisar a Grande Ampulheta dos deuses

- Que impera conspirando contra doces dias –

Se nos importa o cálice bento dos justinhos,

Coletores do amor a afugentar os temerários adeuses.

 

Sinuosos são os caminhos dos emparedados

Íngremes as escaladas dos que não amam,

Suas sandálias sequer pisam o solo da eternidade

- Disto nós somos peregrinos inveterados!-

Somos das laias que da satisfação nada reclamam

Antegozamos nosso abnegado enlevo, com serenidade.

 

 Rui Paiva

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Comentários

  • 3676665?profile=RESIZE_1024x1024

  • Este foi um momento precioso de inspiração.
    Maravilhoso poema!

    3677166?profile=original

  • Um lindo e maravilhosos poema que nos encanta de tanta beleza

  • 3677083?profile=original

  • 3677089?profile=original

  • Parabéns, poeta, poema lindo, primoroso, adorei. Muito bem estruturado seu versejar, fiquei encantado... Abraços, paz e Luz!!!

  • Quase sofri um orgasmo cerebral decodificando o ilibado poema do querido amigo Menestrel Rui Paiva. Posso sentir que sua viagem para Coimbra te deixou com a inspiração na flor da pele. Congratulações e que continue imprimindo a sua literatura!

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