Me espia com olhos de maga,
Uma nesga de lua
Em um céu polvilhado de estrelas.
- Brame ao longe uma e outra vaga, -
Os ventos de julho silvam na rua,
E cismam, adiante, às dunas removê-las.
O crocitar de um pássaro noturno
Mescla-se aos barulhos intermitentes
Junta-se ao burilar dos meus pensamentos
- Onde tua imagem prevalece a seu turno –
Sonhos, devaneios, todos tão presentes!
Interagem de forma indelével aos sentimentos.
Quisera esmiuçar o tempo, cortá-lo em fatias
Daí contemplar as atitudes nossas, juntinhos,
E paralisar a Grande Ampulheta dos deuses
- Que impera conspirando contra doces dias –
Se nos importa o cálice bento dos justinhos,
Coletores do amor a afugentar os temerários adeuses.
Sinuosos são os caminhos dos emparedados
Íngremes as escaladas dos que não amam,
Suas sandálias sequer pisam o solo da eternidade
- Disto nós somos peregrinos inveterados!-
Somos das laias que da satisfação nada reclamam
Antegozamos nosso abnegado enlevo, com serenidade.
Rui Paiva
Comentários
Este foi um momento precioso de inspiração.
Maravilhoso poema!
Um lindo e maravilhosos poema que nos encanta de tanta beleza
Parabéns, poeta, poema lindo, primoroso, adorei. Muito bem estruturado seu versejar, fiquei encantado... Abraços, paz e Luz!!!
Quase sofri um orgasmo cerebral decodificando o ilibado poema do querido amigo Menestrel Rui Paiva. Posso sentir que sua viagem para Coimbra te deixou com a inspiração na flor da pele. Congratulações e que continue imprimindo a sua literatura!