A Chuva
A chuva descia...
A chuva descia em grande volume
Sobre os meus olhos cansados de ver...
Apenas ver.
A chuva caía...
A chuva caía grossa e sonora
Pelos meus ouvidos estressados de ouvir...
Apenas ouvir.
A chuva molhava...
A chuva molhava intensamente
Todo o meu corpo que gemia por liberdade...
Apenas gemia.
Mas a chuva, insistentemente, caía...
Era o milagre da natureza que se dava
E as águas escorriam cristalinas
Pelos meus pensamentos
Tornando-os cristalinos...
Já era tarde... Muito tarde!
E, enquanto pensava, via atônita
Meu corpo à vista com o vestido
De seda colado à minha pele...
Sentia-me livre nessa comunhão com a terra!
Meus cabelos molhados, espichados
Desceram até os meus ombros...
Minha boca bebia daquela água divina
Que caía do céu e encharcava
Meu corpo e minha alma!
Já andando assim pela noite
Pés descalços, chutava as enxurradas
E deixava meus pensamentos livres
Para pensar... Era um momento místico...
Elevei uma prece ao Criador
E adormeci... Eram horas mortas...
Acordei refeita... Era outra pessoa!
Mena Azevedo
Comentários
Obrigada, Meire querida! Bjs.
Obrigada, Angélica! Bjs.
Muito agradecida, Sam! Bjs.
Obrigada, Rui! Bjs.
Obrigada, Edith! Bjs.
Frederico, sempre agradecida pelos teus belos comentários! Bjs.
Congratulações por tudo o que faz pela nossa literatura. Não vamos esquecer-nos de prestigiar a nossa nobre poetisa Sandra Medina no Cara a Cara com Sam!
Amei teu poema, se imagina todas estas sensações na pele. Lindíssimo!
DESTACADO!